sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

ANAIS DO MUNICÍPIO DE FARO – VOLUME XLIV

 


REVISTA: Anais do Município de Faro, Volume XLIV;
EDIÇÃO: Câmara Municipal de Faro, 2022 (Revisão: Elsa Vaz);
DIRETOR: Guilherme d’Oliveira Martins

COORDENAÇÃO: Paulo Santos | Sandra Martins | Elsa Vaz

[ALGUNS] ARTIGOS DA REVISTA: A Ferrovia no Algarve (José Caramelo), O Club Farense de 1863 a 1997 (António Centeno Serrano Santos), O Círculo Cultural do Algarve a partir do Espólio Documental de Joaquim Magalhães (Sara Santos), «Farenses» que não nasceram em Faro (João Leal), O corso francês no mar das éguas: o caso dos ataques aos mareantes de Faro em 1538 (Fernando Pessanha), Uma notícia sobre a pintura “O menino entre os doutores” de Marcello Leopardi (1791) (Daniel Santana), Faro, um entreposto comercial entre mares: do Mediterrâneo ao mar do Norte nos finais da época moderna (Andreia Fidalgo), Os Deputados do Algarve (1822-1823): entre a Constituição e a Contra-Revolução (Artur Barracosa Mendonça & José Manuel Martins), O contributo da Sociedade Agrícola do Algarve (1848-1876) para o desenvolvimento da cultura científica (Patrícia de Jesus Palma), Subsídios para a História do Movimento de Unidade Democrática no Algarve (Joaquim Manuel Vieira Rodrigues), Arreios do transporte hipomóvel no Sul de Portugal e na Andaluzia: diversidades e analogias (João Pedro Dias Magalhães Silva).   

“Li e reli os textos. Vinte autores apresentam perspetivas distintas sobre o que é o Algarve, o que são os Algarvios e os Farenses, o que nos torna uma região, desde sempre, muito peculiar e diferente do restante território nacional.

Leio e descubro o olhar dos poetas e escritores, dos investigadores da História, da Arqueologia, da Geografia, dos arquivistas, dos arquitetos, dos engenheiros, dos professores, dos jornalistas... Conceções e prismas tão distintos, mas todos eles marcados por uma constante: a identidade que tivemos (e temos) faz-nos procurar - na diversidade, na ânsia de olhar para o mar como um horizonte possível de alcançar, na certeza de que o ponto de partida de qualquer começo está em nós mesmos - a segurança para tudo realizar.

Somos local de encontro de culturas, repositórios de uma miscigenação que nos deu possibilidades infinitas de descoberta, pois na convergência e na pluralidade, está a nossa maior riqueza, que nos garante uma capacidade de aceitação do outro e do que ele nos traz, que poucos povos terão.

Saliento, aqui, a palavra Cultura, pois este é um tema que nos é caro e que nos tem movido, nos últimos anos, constituindo-se como aposta clara de desenvolvimento e planeamento, bem como de promoção do encontro e do espírito de cooperação. A diversificação da oferta cultural, o apoio aos agentes que trabalham na área e apostam na criação artística, a implementação de ações e melhoria dos espaços que possam garantir o aumento da qualidade do que é feito, tornam Faro uma verdadeira “Capital Cultural” …

[Pres. CMF, Rogério Bacalhau Coelho, in Memórias, Cultura e Criatividade, p. 7 - sublinhados nossos]

 (…) A presente edição dos "Anais" apresenta um conjunto de textos que procuram, em continuidade de números anteriores, uma ligação entre a memória e a criatividade, com destaque para as especificidades da identidade algarvia, enquanto ponto de encontro de diversos contributos, nos quais o Mediterrâneo e o Atlântico se encontram naturalmente, demonstrando diferenças e convergências, e uma pluralidade de influências, que revestem uma inesperada riqueza, tantas vezes ainda desconhecida. Não foi por acaso que daqui partiram as navegações a partir do século XV, que o Infante D. Henrique aqui assentou arraiais e que constituiu o ponto de partida para o Atlântico em busca de uma rota alternativa à que passou a ser dominada pelos Otomanos no Levante Mediterrânico com a queda de Constantinopla. Oriente e Ocidente, Sul e Norte, Antiguidade Oriental e Antiguidade Clássica - associam-se à Respublica Christiana...

E a história liga-se à realidade. O testemunho de António Ramos Rosa sobre o céu algarvio e sobre o caráter próprio das casas demonstra a existência de uma realidade de uma riqueza inesgotável, que torna o Algarve um paraíso para os arqueólogos e para os estudiosos da difusão europeia das culturas e das influências orientais. (…)

[Guilherme d’Oliveira Martins, in Um regresso de lembranças …, p. 10 - sublinhados nossos]

J.M.M.

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