… Vêm do fundo da paz da terra os sonhadores
Guardam em sonhos ocultas memórias os computadores
Pedreiros-livres, santos e artistas, tudo e ninguém
Sussurram secretas vozes profetas dos temporais
Pairam nos ventos estranhos seres como cristais …
Fausto Bordalo Dias (1948-2024) partiu e levou-nos esse cantar d’amigo que nos abraçava em saudade antiga, em língua de cante lusitano. Fausto era o jogral da nossa Demanda, era a Luz do nosso pranto, era o olhar da nossa memória. Afinal – como ele docemente nos diz - o Oriente tem o seu rosto em Portugal. Homem livre e de bons costumes, obreiro da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o seu lugar é no mar alto da música e da poesia, entre a terra e o mar, que a soidade retorna em puro amor. Cantor iluminado e guitarrista exímio, a sua travessia navega por esses rios acima, subindo e descendo, para encanto nosso e em terra amada.
Pois é, Fausto amigo, como bem nos disseste: faz sentido interrogar-nos de onde vimos, para onde vamos, o que já fomos, de onde já voltámos, o que haveremos de ser…
Até sempre Fausto!
J.M.M.
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