LIVRO:
As Mulheres na Maçonaria (Portugal 1864-1950);
AUTOR: Fernando Marques da Costa;
EDIÇÃO: Editora Âncora (Campo da Comunicação), 2016, p. 41
AUTOR: Fernando Marques da Costa;
EDIÇÃO: Editora Âncora (Campo da Comunicação), 2016, p. 41
“Este trabalho de investigação tem como objectivo a história das diversas
lojas maçónicas que, entre 1864 e 1950, contaram com a presença de mulheres,
identificando o seu percurso, objectivos e membros que as compunham.
Procura-se, também, identificar o modo como os diferentes intervenientes
interpretaram a questão da igualdade de género dentro da maçonaria, seja do
ponto de vista dos direitos de admissão, seja na autonomia administrativa e de
igualdade ritual. São analisados, ainda, os momentos de conflito que puseram em
causa essa igualdade e que terminaram sempre com o afastamento das mulheres da
maçonaria, bem como aqueles em que se ensaiaram experiências inovadoras. O
estudo está complementado com um conjunto de anexos onde se publicam alguns
documentos inéditos existentes, quer em arquivos privados, quer em bibliotecas
estrangeiras” [AQUI]
“ … Confesso que não tinha intenção de refazer o livro [NOTA: Fernando
Marques da Costa publicou a obra pioneira “A Maçonaria Feminina”, Editorial Veja,
Colecção Janus, 1978, p.181, com base em documentação inédita e da “luta
constantes pela igualdade de direitos face ao homem dentro e fora da Maçonaria”
– obra completamente esgotada. É desse livro que se refere o autor]. Mas, a
aquisição recente de vários espólios, onde se incluíam, designadamente, documentos
sobre a presença de mulheres na maçonaria, estimulou a vontade de o fazer. Os
novos documentos puseram-me em contacto com um processo respeitante a uma
disputa no seio da Loja Afonso Costa, de Lisboa, em 1950, onde, com surpresa
descobri referências à existência de uma loja feminina denominada 'Alvorada'.
Noutro conjunto documental, encontrei dados desconhecidos sobre a Loja Direito
e Razão, da Confederação Maçónica Portuguesa, de 1864. Por último, a doação à Biblioteca
Municipal da Figueira da Foz do espólio da Loja Fernandes Tomás, da qual
dependia a loja de adopção 8 de Dezembro, completou a lista de incentivos de
que, aparentemente necessitava para escrever.
À data, pouca coisa existia escrita sobre a história da maçonaria em Portugal
e ainda menos sobre a sua componente feminina. Hoje, sobre a primeira, existem
diversos trabalhos de qualidade, por isso se eliminaram os capítulos iniciais
do livro, que faziam um enquadramento histórico, inútil e ultrapassado pelas
obras de vários historiadores.
(…) A história da maçonaria é um território de equívocos. Equívocos que
incorrem os maçons, os antimaçons, os historiadores militantes ou mesmo os mais
frios profissionais. Para a que a culpa não morra solteira é bom referir que
tanto equívoco foi criado pela maçonaria.
(…) a maçonaria teve sucessivamente de fazer e refazer, quer a sua história,
quer a dos graus que compunham os seus diversos ritos e, tal
como as Corporações de Pedreiros, de que se reclama herdeira (…) de igual
modo se perdeu no acto de se recrear e mitificar a sua história. A ‘ideia’
essencial que dá corpo às Constituições de 1717 dilui-se no meio de uma exuberante
bibliografia pró e antimaçónica. Essa exuberância é, ela própria, sinal de uma
prolixidade de sentidos e propósitos em que a maçonaria se desdobrou ao longo
dos séculos XVIII e XIX … “ [pp. 14-17 - sublinhados nossos]
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