quinta-feira, 21 de novembro de 2024

VOLTAIRE … ESTÁ VIVO! 330 ANOS APÓS O SEU NASCIMENTO

 


«François-Marie Arouet (1694-1778), aliás Voltaire, esse incansável “homem de letras” e do espírito des Lumières, o filósofo divulgador do pensamento de Locke e Newton, o poeta e livre-pensador, o célebre polemista e jornalista avant la lettre, nasceu faz 330 anos. Voltaire foi um profeta da razão e do progresso, um apóstolo do livre-pensamento e da Fraternidade social, como a vida, o talento e a imensidão da sua obra o confirma.   

Écrasez l’infâme disse-nos ele. Voltaire, nos combates do seu tempo contra a arrogância e o despotismo, a superstição e o fanatismo religioso, convoca os registos inquietantes das misérias humanas por uma cáustica ironia, pela inteligência dos seus contos filosóficos e nos traçados e representações humorísticas no “melhor dos mundos possíveis”. E tudo isso nos transmite e assume um pensamento e um legado que jamais pode ser esquecido. Deste modo, se a 7 de Abril de 1778, François-Marie Arouet, aliás Voltaire, recebeu a “serena Luz Maçónica”, podemos orgulhosamente proclamar que o “mundo a recebe dele”. Porém a cadeira de Voltaire permanece vazia, ainda não surgiu um novo intérprete desse seu singular e valoroso legado que soube revolucionar os espíritos da República das Letras.  

A Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego, nesta memorável data, saúda os raios esplendorosos do virtuoso e genial cidadão François-Marie Arouet.

Glória a Voltaire. Vale                                                                                                    

[Os Bibliotecários

[recebido da BMBM  - sublinhados nossos]

J.M.M.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

[BNP – LISBOA – DIA 25 DE OUTUBRO] LUÍS DE CAMÕES. FABULOSO - VERDADEIRO DE AQUILINO RIBEIRO

LIVRO: Luís de Camões Fabuloso * Verdadeiro;
AUTOR: Aquilino Ribeiro / Prefácio de António Valdemar;
EDIÇÃO: Bertrand Editora, 2024.

LANÇAMENTO/APRESENTAÇÃO

DIA: 25 de Outubro de 2024 (17,30 horas);

LOCAL: Biblioteca Nacional (Auditório);

ORADORES: Vanda Anastácio | Diogo Ramada Curto | António Valdemar | Eduardo Boavida | Aquilino Machado

ORGANIZAÇÃO: BNP | Bertrand Editora 

Aquilino Ribeiro contrariou a imagem de um poeta de origem aristocrática que era veiculada pelo regime e construiu um retrato real. Agora numa nova edição, o livro chega às livrarias a 19 de setembro com introdução de António Valdemar.

Num tempo em que se professava nas universidades «a opinião de que o tudo o que havia a dizer sobre o autor dos Lusíadas estava dito», Aquilino Ribeiro ousou dizer «não». Entre 1949 e 1950, o escritor publicou dois livros em que defendeu «a revisão a fundo e com meticulosidade» da história de Luís de Camões, chocando o «público ilustrado» ao afirmar que o poeta «não era aquilo que ensinavam na escola».

Alicerçando-se na releitura atenta dos estudos de, entre outros, Teófilo Braga, José Maria Rodrigues, Wilhem Storck e Hernâni Cidade, e em «três cartas particulares» de Camões, Aquilino, primeiro em Camões, Camilo, Eça e Alguns mais e depois em Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, contrariou a imagem de um poeta de origem aristocrática que era veiculada pelo regime e apoiada por académicos de Coimbra, e construiu um retrato real, de um «gentil-homem pobre, mas invejável», que gerou grande polémica. Um retrato que ainda perdura.

Passados 74 anos da publicação de Luís de Camões. Fabuloso * Verdadeiro, o mais impetuoso dos dois estudos, e numa altura em que se comemoram os 500 anos do nascimento do poeta, a Bertrand Editora lança uma nova edição do livro, que celebra a vida e obra de Camões. Pela primeira vez num só volume (em 1950, foi publicado em dois) e com prefácio do jornalista António Valdemar, que privou com Aquilino.

J.M.M. 

terça-feira, 8 de outubro de 2024

I CONGRESSO IMPRENSA DE EXÍLIO(S)

 

A cidade de Coimbra acolhe nos próximos dias 10 e 11 de outubro de 2024, organizado pelo Grupo Internacional de Estudos da Imprensa Periódica Colonial do Império Português.

Ao longo de dois dias vários investigadores vão apresentar os resultados das suas pesquisas e investigações já concluídas ou em curso sobre a temática da Imprensa de Exílio, a ter lugar no Centro de Documentação 25 de Abril da Universidade de Coimbra

No dia 10 de Outubro, o congresso começa com:

Painel 1. Exilados e Jornalistas 

Moderadora: Alice Santiago Faria (CHAM - FCSH UNL)

Hédia Sioud (Université de Monastir) - Un journaliste “musulman” à Paris au milieu du 19 ème siècle (presencial) 

Cielo G. Festino, (Universidade Paulista) - A volta do exilio. O caso das traduções de Evágrio Jorge da obra de Munshi Premchand (online – Brasil) 

Daniela Spina (CHAM - FCSH UNL) – “Lutemos, porque, vive só quem luta”. A transição de migrante a exilado do goês no estrangeiro, em três periódicos publicados na Índia Inglesa na década de 30 (presencial) 

Sushila Sawant Mendes (Investigadora independente) - An Exiled Pamphleteer: T.B. Cunha as Journalist, Activist and Ideologue (online – India)

Painel 2. Experiências de exílio

Moderadora: Noemi Alfieri (CHAM - FCSH UNL)

Mahamadou BD Maiga (Institut Grotius, Centre Africain de Recherche et d'Innovation) – Liens entre les réseaux d`exil et clandestins dans la lutte anticoloniale (online – Mali) 

Andrea Vacha (CIES – ISCTE-IUL)  - A campanha do Brado Africano para libertar Zixaxa (o último exilado) (presencial)

 Elisa Scaraggi, (IHC - FCSH UNL) - Internacionalismo no exílio. Um mapeamento das publicações de Mário Pinto de Andrade na imprensa periódica internacional (online – EUA) 

Heloísa Paulo (Investigadora independente) – Imprensa colonial no Exílio: de Goa à Angola (presencial)


17.00h – 19.00h Mesa redonda. 

Os arquivos da imprensa de exílio

 Moderadora: Sandra Ataíde Lobo (CHAM - FCSH UNL)

Participantes: 

Alexandrina Buque, Arquivo Histórico de Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane 

Catarina Santos, Fundação Mário Soares e Maria Barroso 

Filipe G. Silva, Fundação Mário Soares e Maria Barroso 

Inês Ponte, Arquivo de História Social, ICS, Universidade de Lisboa 

Maria Cristina Freitas, Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra 

Simão Jaime, Arquivo Histórico de Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane


11 de Outubro 

10h – 12.30h

Painel 3. Jornais e revistas 

Moderadora: Adelaide Vieira Machado (CHAM - FCSH UNL)

Brahim Jadla (Université de La Manouba) – Loughat al-ʿArab (1911–1931): Une revue arabe à l’écoute du monde (presencial) 

Pedro Marques Gomes (LIACM -IPL; Fundação Mário Soares e Maria Barroso – Um jornal de luta a partir do exílio: o Portugal Socialista e o combate contra a ditadura (online) 

Augusto Nascimento (Centro de História da Universidade de Lisboa) – O Faúlha: o voluntarismo efémero (presencial) 

Simão Jaime e Alexandrina Buque (Arquivo Histórico de Moçambique, Universidade Eduardo Mondlane) – O Jornal Tunduru e o Projecto de Educação da FRELIMO (presencial) 


14h – 16.30h 

Mesa redonda: Imprensa anticolonial, exílios e exilados

Moderadores: 

Pedro George (exilado em Londres/exiled in London, exilé à Londres) & Cristina Clímaco, Laboratoire d'Études Romanes, Université de Paris 8 

Participantes (lugares de exílio): 

- Álvaro Miranda (Londres) 

- Guiomar Ramos (São Paulo) 

- Henda Ducados (Rabat) 

- Joaquim Saraiva (Aarhus, Copenhaga) 

- Luísa Tito de Morais (Paris, Praga, Argel) 

- Óscar Monteiro (Argélia, Tanzania, França, Itália, etc) 


16.30 – 17.15 

Apresentação de livro:

Cristina Clímaco, Laboratoire d'Études Romanes, Université de Paris 8, Os exilados de Salazar (Lisboa: Âncora, 2024) de Heloísa Paulo 

17.15-18.30 Arquivos e investigação

Visita guiada à exposição “A imprensa e outros documentos de exilados no CD25A” 

Apresentação: “A imprensa de exílio nas colecções do AHS/ICS-ULisboa, do CD25A e da FMSMB: um trabalho colaborativo” 

Para acesso online, contactar até dia 9 de Outubro:

imprensadeexilios@gmail.com 

O programa completo do congresso pode ser consultado/obtido AQUI

A pagina do congresso pode ser consultada aqui: https://imprensaexilios.weebly.com/  

Com os votos do maior sucesso para tão interessante iniciativa.

Entrada Livre e gratuita

A.A.B.M.

sábado, 5 de outubro de 2024

VIVA A REPÚBLICA!!



A.A.B.M.

J.M.M.
 

VIVA O 5 DE OUTUBRO! VIVA A REPÚBLICA!

 


VIVA O 5 DE OUTUBRO DE 1910

"Não mais sermos salvos por mais ninguém – que impressão de inefável serenidade! Como será bom quando tivermos a repousante certeza de estarmos, enfim, salvos dos salvadores"

Raul Proença, Seara Novanº 246, 16 de Abril de 1931

J.M.M. 

domingo, 29 de setembro de 2024

COLÓQUIO PERIODISMO REPUBLICANO. PERSPETIVAS E REPRESENTAÇÕES


 30 de Setembro de 2024

Local: Biblioteca Camões

Lisboa


A Sessão Inaugural do Colóquio conta com a presença de:

António Ventura - O Periodismo Republicano Local. Um estudo de caso: Portalegre.

Depois seguem-se as seguintes intervenções, durante a manhã: 

Manuel Baiôa - A Imprensa e o financiamento do Partido Republicano Nacionalista

Paulo Cracel - A Nova Europa de 1918/1919. Percepções d' "A Capital" o diário republicano da noite

Pedro Figueiredo Leal - "O Mundo" e a disputa pela liderança do Partido Republicano Português (1919-1921) 

António Paulo Duarte - A Revista Militar, o Pensamento Estratégico e os debates em torno das políticas militares da I República 

Luís M. Santos O periodismo republicano e as transformações no campo da crítica musical em Lisboa durante a I República 

Mário Sequeira – Fome de Riso – a Sátira como reflexo da carestia de vida em Portugal (1916-1928)

Gisela Monteiro  – O Crime das Escadinhas da Mãe D’Água ou como A Vanguarda combateu a censura em 1900 

José Maria Barbosa  – A construção memorial de Fátima pela Igreja Católica: uma análise através dos periódicos O Mensageiro e a Voz da Fátima (1917-1922) 

Fábio Oliveira – As percepções do jornal O Debate sobre o fenómeno de Fátima (1917-1926) 

Catarina Silva – A insurreição dos cruzadores (1906): precepções na imprensa republicana

Pedro Álvaro Mateus  – José de Macedo e a imprensa republicana 

Pedro Ramos Ladislau Batalha: o Avante e a defesa dos interesses locais/nacionais 

Nuno Simão Ferreira O ambiente tradicional da vida académica estudantil em Coimbra: o combate político, a renovação cultural e a greve académica de 1907


1 de Outubro de 2024

Àlex Pocino Perez  – El ilustre jefe en la ciudad. Las visitas de los lideres republicanos a Barcelona a través de la prensa republicana catalana durante la Restauración (1875-1906) 

Álvaro Costa de Matos - O jornalismo (republicano) como contrapoder e tribuna ideológica: o caso de Henriques Nogueira (1823-1858) 

Frederico Benvinda Entre o Progresso e a “teratologia social” – Positivismo e educação cívica na participação de Zófimo Consiglieri Pedroso (1851-1910) na imprensa periódica republicana 

Conceição Meireles Pereira  – Imprensa republicana do Porto. Entre a província e a capital

Isilda Monteiro  – A imprensa republicana de Lamego 

Bernardo Nunes  – Conflitos intrarrepublicanos no periodismo de Alenquer 

Andréa Casa Nova Maia e Diogo Oliveira  – A imprensa documenta a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul em 1922: diálogos luso-brasileiros e redes transnacionais do republicanismo 

David Ramalho Alves  – Arte, Política e Modernidade: representações sociais nas revistas Manhua no período Republicano Chinês (1925-1948) 

Soraia Milene Carvalho Augusto de Vasconcelos na imprensa democrática e unionista: ação e leituras vasconcelianas no advento da República em Portugal 

Vanessa Batista  – A Lucta de Brito Camacho e a questão “paivante” em Espanha  

Sessão de encerramento: 

Norberto Ferreira da Cunha - A Liberdade (1928-1933): projecto para uma República prospectiva 


Excelente oportunidade para se conhecer melhor o periodismo republicano, sobretudo em Portugal, mas também em Espanha e no Brasil.

Com os votos de maior sucesso, divulgamos esta iniciativa e saudamos os seus organizadores.

A.A.B.M.

J.M.M.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

[FIGUEIRA DA FOZ] HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS - EVOCAÇÃO DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820



[FIGUEIRA DA FOZ]  CERIMÓNIA EVOCATIVA DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820 E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS

DIA24 de Agosto de 2024 (17,00 horas);

LOCALPraça 8 de MaioFigueira da Foz;

ORGANIZAÇÃO: CMFF | Ass. Manuel Fernandes Tomás | Associação 24 de Agosto 

INTERVENÇÕES
:


  • Representante da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto;
  • Representante do Grémio Lusitano;
  • Representante da Associação Manuel Fernandes Thomaz;
  • Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.

J.M.M.

sábado, 6 de julho de 2024

O SÉCULO DO LIBERALISMO. PORTUGAL 1820-1926


LIVRO: O Século do Liberalismo. Portugal 1820-1926;

AUTOR: Miriam Halpern Pereira;
EDIÇÃO: Fundação Calouste Gulbenkian, 2024, 866 p.

“Sem a economia, a história torna-se historizante, e sem a história a economia fica mais pobre nas suas explicações». A afirmação de Miriam Halpern Pereira perpassa em toda esta obra antológica. Estamos perante uma investigadora de excepcional qualidade, que soube aliar sempre a análise rigorosa dos acontecimentos complexos com uma perspectiva crítica, centrada no diálogo com os melhores autores. A perspectiva económica completa-se com a compreensão psicológica e sociológica — com um particular cuidado na dimensão pedagógica, para que a perspectiva e o método históricos possam abrir horizontes no entendimento das grandes tendências e das dinâmicas de desenvolvimento humano. […]

A evolução institucional nos séculos XIX e XX é analisada nos seus progressos e inércias. A lentidão das reformas liberais que se arrastam até à década de 1860, depois do reformismo audacioso de Mouzinho da Silveira, regista uma incidência cumulativa. Os impasses da segunda metade do século XIX nas finanças públicas tiveram incidência na situação económica, aumentando a necessidade de empréstimos para os melhoramentos materiais, que elevaram o custo do crédito, cerceando-se o impacto da modernização de instrumentos de crédito e da eficácia dos investimentos […]. Mas as raízes da situação e as exigências de superação apenas podem ser compreendidas mercê do diálogo entre História e Economia e do seu melhor entendimento.

A inclusão do presente livro da autoria de Miriam Halpern Pereira na colecção dos clássicos da Cultura Portuguesa da Fundação Calouste Gulbenkian constitui motivo de homenagem a um trabalho persistente de grande coerência”

[Guilherme D’ Oliveira Martins, in Prefácio]

J.M.M.

segunda-feira, 1 de julho de 2024

ATÉ SEMPRE FAUSTO!

 


… Vêm do fundo da paz da terra os sonhadores

Guardam em sonhos ocultas memórias os computadores

Pedreiros-livres, santos e artistas, tudo e ninguém

Sussurram secretas vozes profetas dos temporais

Pairam nos ventos estranhos seres como cristais …


Fausto Bordalo Dias (1948-2024) partiu e levou-nos esse cantar d’amigo que nos abraçava em saudade antiga, em língua de cante lusitano. Fausto era o jogral da nossa Demanda, era a Luz do nosso pranto, era o olhar da nossa memória. Afinal – como ele docemente nos diz - o Oriente tem o seu rosto em Portugal. Homem livre e de bons costumes, obreiro da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, o seu lugar é no mar alto da música e da poesia, entre a terra e o mar, que a soidade retorna em puro amor. Cantor iluminado e guitarrista exímio, a sua travessia navega por esses rios acima, subindo e descendo, para encanto nosso e em terra amada.

Pois é, Fausto amigo, como bem nos disseste: faz sentido interrogar-nos de onde vimos, para onde vamos, o que já fomos, de onde já voltámos, o que haveremos de ser…

Até sempre Fausto!

J.M.M.

sexta-feira, 28 de junho de 2024

A VEDETA DA LIBERDADE (1835-1839)


A VEDETA DA LIBERDADE. Ano I, nº 1 (1 de Maio de 1835) ao nº 296 (31 de Dezembro de 1839 ?); Propriedade: José de Azevedo Gouveia Mendanha; Editor: João Soares Guedes; Redactores: António Carmo Velho de Barbosa (o padre Valbom ou o padre da Vedeta), António Rodrigues Sampaio (1806-1882); Impressão: Imprensa de Coutinho [a partir de 1837, Imprensa Constitucional]; Porto; 1835-1839, 296 numrs (?)

Trata-se de um periódico que integrou a corrente da esquerda constitucional da cidade do Porto. O jornal, “um dos mais lidos” e influentes no norte do país, foi progressista e setembrista, passando depois a cartista, defendendo no final a Constituição de 1822 (ver, José Tengarrinha). Curiosamente no seu número de 2 de Janeiro de 1839 afirmava-se como combatente pela “Constituição de 1838”. Propriedade do negociante da praça do Porto e membro da Comissão Municipal Interina de Gondomar, José de Azevedo Gouveia Mendanha, tinha na redação, além do padre Valdom, o incontornável António Rodrigues Sampaio, o “Sampaio da Revolução” de Setembro (periódico anticabralista que dirigiu a partir de 1844) e que marca a sua estreia jornalística e política. Após conflito entre o padre Velho de Barbosa e o proprietário do jornal (ver Teixeira de Vasconcelos, O Sampaio da Revolução de Setembro), António Rodrigues Sampaio passa a redactor principal d’A Vedeta da Liberdade, antes de ser chamado por José Estêvão para a redação do importante periódico oficioso do setembrista, A Revolução de Setembro.

NOTA: António Carmo Velho de Barbosa (1789-1854) ou padre Valbom, era natural de Barcelos, recebeu em 1805 o hábito de S. Bento no mosteiro de Tibães e, tendo concluído o noviciado no ano seguinte, foi colegial de filosofia no Mosteiro de Santo André de Rendufe (ver Dicionário de Inocêncio F. Silva). Quando das invasões francesas, “tomou armas”, combatendo as tropas de Soult com os seus irmãos frades e, de tal modo, que Rendufe, qual “castelo fortificado”, ficou conhecido pelo “Castelo dos Tiroleses”. Tal rocambolesco facto, aliado à “austeridade” monacal (ainda segundo Inocêncio), fê-lo, juntamente com os seus companheiros, entrar em conflitos com o poder monástico, obrigando uma força militar vindo de Braga entrar “à força” nas instalações para por cobro à situação de “insubordinação”. Como resultado disso, ele e os seus companheiros foram dispersos pelos vários mosteiros da congregação. Ordenado presbítero no mosteiro de Santo Tirso, foi eleito (1819) abade do Mosteiro de S. Bento da Vitória, no Porto, e pregador régio. Em 1829 foi preso, colocado na cadeia da relação e enviado sob “rigorosa prisão” para o Mosteiro de Paço de Sousa. Como o mosteiro foi utilizado como hospital militar pelas forças miguelistas, em Junho de 1833, no cerco do Porto, saiu para S. João d'Arnoia (Celorico de Basto), até ser proclamado o governo da rainha D. Maria. Quando se aboliu as ordens religiosas, veio para o Porto, onde em 18 de Julho de 1834 foi eleito pároco de Valbom. É a partir daqui que começa a publicar artigos e a escrever n’A Vedeta da Liberdade. Novas discórdias com os paroquianos fizeram que fosse recolocado na Igreja de Leça de Balio, tendo falecido a 4 de Fevereiro de 1854.

Ilustrado, cavaleiro da Ordem de Cristo, publicou um curioso opúsculo em desabono das famosas cortes de Lamego, que refuta com vigor, intitulado, Exame critico das Cortes de Lamego, Typ. de D. António Moldes, Porto, 1845. Ainda segundo Inocêncio fez sair uma Oração fúnebre do muito alto e poderoso senhor D. Pedro IV (1847), um curioso opúsculo, Explicação do terceiro corpo das prophecias de Gonçalo Annes Bandarra, começadas a verificar no reinado do sr. D. João V, e acabadas no reinado do sr. D. Pedro IV (1852, p. 54), publicou, ainda, Memorias histórica da antiguidade do Mosteiro de Leça, chamada do Balio (Porto, 1852) e uma Memoria acerca da combinação das epochas que contem a inscripção da Torre da Estrella da cidade de Coimbra, aliás, publicada nas Memorias da Academia (1848), entre outros.

J.M.M.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

ARQUIVO HISTÓRICO DA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA – UM NOTÁVEL TRABALHO DE DIGITALIZAÇÃO E PRESERVAÇÃO DIGITAL

 


A Academia das Ciências de Lisboa, lugar venerando da historiografia portuguesa, está a disponibilizar para consulta online a base de dados do seu Arquivo. É absolutamente notável o trabalho arquivístico e digital desta estimada e reconhecida Instituição, que tem sofrido um extraordinário impulso com o incansável trabalho do seu atual Diretor, o professor José Luís Cardoso

Quando muitos fecham os seus espólios ou restringem digitalmente o acesso amplo e aberto aos leitores – como é o caso do atual Município de Coimbra, no que diz respeito à atividade de digitalização, acessibilidade e facilidade de consulta dos periódicos locais, exemplo neste caso a digitalização do periódico O Conimbricense), e a acreditar por simples incompetência, a Academia das Ciências de Lisboa proporciona o acesso a representações digitais abertas e permanentes, salvaguardando a própria história, numa cultura digital de utilidade pública que vai no sentido de fortalecer a sua identidade e preservar a memória da Instituição para futuras gerações.

PESQUISAR documentos AQUI https://arquivo.acad-ciencias.pt/search

Obrigado, Academia das Ciências de Lisboa

J.M.M.

quarta-feira, 12 de junho de 2024

LUIZ VAZ DE CAMÕES – 500 ANOS DE GLÓRIA

 


Luiz Vaz de Camões. 500 Anos de Glória; n.º hors-série de 10 de Junho 2024; Edição BMBM; Redação: Vale do Mondego; Edição Fora de Mercado (tiragem de 33 exemplares).

Trata-se de um número comemorativo dos 500 anos de Luiz Vaz de Camões, com belíssimas ilustrações de José da Costa e Alberto Péssimo (entre outras), de tiragem muito reduzida e para bibliófilos, lançado pela Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego, que tem alojamento no Archive.org

https://archive.org/details/@biblioteca_ma_nica_do_baixo_mondego

"Luiz Vaz de Camões, o autor d’Os Lusíadas e Príncipe dos Poetas, exerce em todos nós, pelo seu sibilino Verbo, uma interessante, enigmática e mui encoberta revisitação ao labirinto da memória coletiva lusitana. A linguagem velada camoniana perdura, discretamente, na nossa tradição literária há mais de quatro séculos. É uma maturada Saudade, uma luz da epopeia de conciliar o Oriente com o Ocidente. Quando se cumpre 500 anos do nascimento e 444 anos do passamento do imortal Camões, a Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego não poderia deixar de expressar o seu respeito e admiração pela sua prodigiosa Obra. Saudemos, portanto, o poeta-cantor da Pátria, o argonauta Luiz Vaz de Camões. Vale. [Os Bibliotecários]"

TÁBUA: Luiz de Camões – em sua Memória (J.M.M.); Fedeli d’Amore (extractos de textos e Sampaio Bruno, Dante, Gabriele Rossetti); Os Inquisidores apostólicos contra a herética pravidade & apostasia nesta cidade de Coimbra, & seu districto,  … (edital da Inquisição de Coimbra, declarando que a edição dos Lusíadas de Camões (1639) editada e anotada por Manuel Faria e Sousa estava proibida de ler por conter muitas coisas escandalosas e ofensivas para a Religião Católica …); Camões Grandes e Pequenos, do Rossio e do Balio (M.S.); Curiosidades Camonianas (M.S.); Camões e a Divina Proporção (M.S.); Uma epígrafe escolhida de Camões (M.S.); Voltando os olhos para a Pátria (Francisco Solano Constâncio); Camões, Grande Camões, quão semelhante (Bocage); Os Lusíadas … anotados por Francisco Freire de Carvalho; Poemas de Camões e ilustrações de Alberto Péssimo; Poema: Camões dirige-se aos seus contemporâneos (Jorge de Sena).

[Algumas páginas ...]

[p. 2]

[p.3]

[p. 4]

[p. 5]

[p. 6]

[p. 7]

[p. 8]

[p.9]

[p. 10]

[p. 11]


[p. 12]


DOWNLOAD REVISTA


https://archive.org/details/luiz-vaz-de-camoes-500-anos-de-gloria

J.M.M.

terça-feira, 14 de maio de 2024

GRÉMIO LUSITANO – REVISTA, ANO 12, N.º 26, 2023


Saiu a revista nº26 (2 semestre de 2023) Grémio Lusitano [Propr. Grémio Lusitano; Editor: Grémio Lusitano; Director: Pedro Luiz de Castro; Director-Adjunto: Henrique Monteiro; Coord.: Pedro Luiz de Castro, Álvaro Carrilho, Inês Marques; Redacção: Rua do Grémio Lusitano, 25, Lisboa].

TÁBUAEditorial. Ética, Moral e Religião [Pedro Luiz de Castro] / Ética e Liberdade [Fernando Cabecinha (GM do GOL)] / Ética na Maçonaria [Do Congresso da GLFP]] / “A insustentável leveza das fronteiras: Clero Católico na Maçonaria e a questão do Anticlericalismo e do Antimaçonismo em Portugal” [Fernanda Santos & José Eduardo Franco] / A Maçonaria, o Indivíduo e a Reforma Protestante. Um Caminho no Sentido do Despertar da Liberdade de Consciência [Paulo Mendes Pinto] / Desafios éticos no mundo atual. Da nebulosa da vida à universalidade de uma ética universal [Alexandra Mota Torres] / Do trono de Salomão à soleira do Papa. Um ensaio sobre Liberdade e Tolerância Religiosa na Maçonaria [Edgard da Costa Freitas Neto] / Entre o Esquadro e o Compasso [Joaquim Grave dos Santos] / Entrevista com Ferrer Benimeli. Católicos e Maçons / Ética da Maçonaria, da Obediência, da Loja ou do Maçon? (Manuel Pinto dos Santos) / Ética Franco-Maçónica? [Francisco Carromeu] / O Compasso e a Cruz – Uma narrativa histórica (António Maria Fonseca] / O papel da Maçonaria na criação da contemporaneidade (Orlando Martins e Pedro Nogueira-Simões) / Teófilo Braga, Magistério e Cidadania (António Valdemar) / Maçonaria e Carbonária (António Valdemar) / Tod@s (Fernando Marques da Costa) / Maçonaria, Religião ou Seita? (Pedro Luiz de Castro)

J.M.M.

segunda-feira, 13 de maio de 2024

[12 de MAIO DE 2024] 222 ANOS DO GRANDE ORIENTE LUSITANO

 




Salve Grande Oriente Lusitano - 222 Anos; Edição BMBM, Vale do Mondego, Edição Fora de Mercado (nº Único).

► Trata-se de um curioso folheto publicado pela Biblioteca Maçónica do Baixo Mondego, relembrando os 222 Anos do nascimento do Grande Oriente Lusitano (GOL), considerando-se o dia fundacional do GOL, o 12 de Maio de 1802, data da assinatura do Tratado do reconhecimento pela Grande Loja de Inglaterra desse centro único de união de lojas lusitanas.

TÁBUA: Salve Grande Oriente Lusitano; [extrato] Narrativa da Perseguição de Hipólito José da Costa; O Grande Orador.

J.M.M. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

[COIMBRA – LANÇAMENTO] A LUZ VINHA DO ORIENTE. COMUNISTAS E MAÇONS EM PORTUGAL (1919-1936)

 


LIVRO: A Luz vinha do Oriente. Comunistas e Maçons em Portugal (1919-1936);

AUTOR: António Ventura;

EDITORA: Âncora Editora


LANÇAMENTO EM COIMBRA


DIA: 9 de Maio de 2024 (18,00 horas);

LOCAL: Casa Municipal da Cultura de Coimbra (Rua Pedro Monteiro);

ORADOR: António Pedro Pita

A não perder

J.M.M.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

NOS 50 ANOS DO 25 ABRIL

 


Tu sozinho não és nada / Juntos temos o mundo na mão” [António Macedo]


O Almanaque Republicano canta a alegria da palavra Liberdade que os capitães de Abril, Cavaleiros da Verdade, nos presentearam na viagem encantada desse 25 de Abril de 1974 e pelo fim da Ditadura. A luz da Alma Lusitana voltou a brilhar em todos nós. O Almanaque Republicano saúda todos aqueles que lutaram, orgulhosos no caminho da honra, pelo Amor da Liberdade, Igualdade e Fraternidade. A todos eles o nosso eterno Obrigado!

Que Viva o 25 de Abril! Sempre!? Sempre!

Saúde, Paz e Fraternidade.

José Manuel Martins | Artur Barracosa Mendonça