quinta-feira, 28 de julho de 2016

A PRIMEIRA REPÚBLICA. NA FRONTEIRA DO LIBERALISMO E DA DEMOCRACIA, POR MIRIAM HALPERN PEREIRA

Foi editado este mês uma obra que o Almanaque Republicano não pode deixar de divulgar junto de todos os que seguem este nosso espaço de divulgação de bibliografia, de eventos (conferências, colóquios e cursos) e de alguma investigação (ainda que pouca, com muita pena nossa) que se vão fazendo pelo País e que nos vão fazendo chegar ou que vamos tendo conhecimento.

Desta vez a Professora Miriam Halpern Pereira que já tinha realizado vários estudos parcelares sobre o período da I República Portuguesa decidiu investigar e avançar com novos elementos para a compreensão da época. Em boa hora o fez, pois a obra foi publicada e apresenta uma análise muito bem fundamentada, com bibliografia recente e criticamente analisada.

Pode ler-se na sinopse da obra:

Mais de um século decorrido sobre o início da Primeira República e este período da história recente do país continua a suscitar forte interesse. A instabilidade governamental e a vio­lência na rua não impediram o êxito de reformas decisivas na educação, na cultura, nas relações laborais, no estatuto da mulher e na relação en­tre o Estado e a população. Contu­do, a mudança não foi isenta de difi­culdades. Nunca é. Esta obra é uma síntese desse período e uma por­ta aberta para perceber as déca­das que se seguiram. Permite a um público não especializado aceder a uma interpretação actualizada dos principais problemas desta épo­ca, e, desse modo, contribui para entender o presente. 

Primeira República é uma época que surpreende pelos contrastes paradoxais.

A cidadania limitada à população masculina e alfabetizada coexistiu com uma vigorosa intervenção cívica extraparlamentar. A instabilidade governamental e a violência na rua não impediram o êxito de decisivas reformas na educação, na cultura, nas relações laborais, no estatuto da mulher e na relação entre o Estado e a população. O crescimento económico, embora moderado, permitiu a recuperação da crise finissecular oitocentista e beneficiou da retoma internacional dos anos 20. Recuperou-se o equilíbrio financeiro. A consolidação do espaço colonial foi alcançada, aqui a quase totalidade da população africana foi excluída da cidadania, em consonância com as outras colónias europeias. A vontade de mudança esbarrou com frequência crescente no conservadorismo e o desfecho desse confronto violento foi dramático. Seguiram-se várias décadas de regressão educativa, cultural, social, cívica e política. Como se explica esta evolução? Nesta síntese atualizada encontrará a resposta. 

O objectivo deste livro é proporcionar essa visão sintética que permita a um público não especializado o acesso a uma interpretação actualizada dos principais problemas desta época.

Sobre a Autora pode ler-se:

Miriam Halpern Pereira é Professora Emérita do ISCTE/IUL. Principais livros: O Gosto pela História (2010), Diversidade e Assimetrias (2001), Das Revoluções Liberais ao Estado Novo (1994), Livre-câmbio e Desenvolvimento Económico: Portugal na Segunda Metade do Século XIX, 1971/1983. Fundadora do CEHC/ISCTE, o primeiro centro de História Contemporânea em Portugal, e da revista Ler História, foi diretora-geral dos Arquivos (IANTT). Foi-lhe atribuída a medalha de mérito científico, MCTES, 2016.

Uma excelente leitura para férias que podemos sugerir aos que nos visitam neste espaço virtual.

A.A.B.M.

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