domingo, 30 de novembro de 2008

IRENE FLUNSER PIMENTEL: "BIOGRAFIA DE UM INSPECTOR DA PIDE"


BIOGRAFIA DE UM INSPECTOR DA PIDE - Irene Flunser Pimentel

"De memória invulgar, minucioso, inteligente, extremamente vaidoso, visceralmente salazarista, com uma folha de serviço «brilhante», Fernando Gouveia foi um dos investigadores da PVDE/PIDE/DGS mais temidos pelo Partido Comunista Português (PCP).

Era um homem baixo, de rosto fechado, sempre de chapéu e fato engomado, marcado pelo nascimento ilegítimo e por uma infância dura, pai de sete filhos, fruto de vários casamentos.

Este inspector do Gabinete Técnico da Polícia Política conhecia como ninguém os métodos do PCP, a forma de actuação dos seus militantes, funcionários e dirigentes clandestinos, não só a nível político como a nível pessoal. Pela sua mão foram apreendidos documentos fundamentais que Fernando Gouveia estudava minuciosamente, de forma a desmantelar o puzzle comunista, assim como foram presos centenas de comunistas, vítimas de violência e de toda a espécie de torturas, chantagens e pressões psicológicas ...
"

in ESFERA DOS LIVROS

J.M.M.

ETNOGRAFIA PORTUGUESA - JOSÉ LEITE DE VASCONCELLOS


ETNOGRAFIA PORTUGUESA de José Leite de Vasconcellos

Decorre este ano a Comemoração dos 150 Anos do Nascimento do Doutor José Leite de Vasconcellos [n. 7 de Julho de 1858]. Com uma extensa e notável obra, que vai da Filologia à Arqueologia, da Literatura à Etnografia, peças únicas da cultura portuguesa – além de diversos e raros opúsculos, publicou As Religiões da Lusitânia (1897) e, principalmente, a Etnografia Portuguesa (em X vols). O Doutor Leite de Vasconcellos foi também o criador do Museu Etnográfico Português (1893) e o fundador da importante e valiosa revista "O Arqueólogo Português".

Curiosamente foi sob convite do Doutor Joaquim de Carvalho, na altura director da Imprensa da Universidade de Coimbra, que publica os seus Opúsculos [IV vols] até que o encerramento da Imprensa da Universidade, a mando de Oliveira Salazar, faz transferir a sua restante publicação para a Imprensa Nacional, em Lisboa.

A Livraria In-Libris (Porto), apresenta para venda no seu último Catálogo os X Vols da ETNOGRAFIA PORTUGUESA [Imprensa Nacional de Lisboa. 1933-1988].

Sobre José Leite de Vasconcellos, ler AQUI, AQUI e AQUI.

J.M.M.

sábado, 29 de novembro de 2008

O MAOISMO EM PORTUGAL (1964-1974)


Notas sobre o maoísmo em Portugal (1964-1974)

Miguel Cardina apresenta, nos Caminhos da Memória, um óptimo texto de análise aos grupos situados dentro da corrente "maoista" em Portugal, texto esse refundado a partir das suas intervenções no Colóquio "Os Comunistas em Portugal 1921-2008" [de 8 de Novembro] e no "Congresso Karl Marx" [de 15 de Novembro, último]. Enquanto a sua tese académica sobre o movimento marxista-leninista em Portugal, sobre os seus grupos e associações, não está dada como completa, e enquanto se aguarda igual desempenho de José Pacheco Pereira dentro da mesma área, o texto publicado é importante, até pela muito pouca bibliografia que se dispõe sobre essa temática.

Com a inclusão de um organigrama (clickar na foto, acima) sobre as várias organizações "marxistas-leninistas" em Portugal

[refere outro organigrama feito por Martins & Loureiro, in revista História, nº17, 1980. Mas conhece-se outros mais, como o que é apresentado na revista da O.C.M.L.P., "Foice & Martelo", nº1, Fevereiro 1975; um outro feito (presumidamente) por Álvaro Vasconcelos (PCP-ml, facção Vilar) e publicado em artigo na Seara Vermelha, nº6, Agosto de 1976; e um outro supostamente feito pela mão do próprio Ronald H. Chilcote (professor e investigador na Un. da Califórnia, que produziu para o Centro de Documentação 25 de Abril uma extensa e pormenorizada bibliografia sobre os grupos e diversa documentação das organizações políticas em Portugal de Abril, mais tarde publicada em 2 volumes), intitulada "The illegal parties before April 25th. And their evolution from 1964 to 1975"]

é possível antever a dificuldade neste particular estudo, mas ao mesmo tempo permite um melhor conhecimento e aprofundamento da questão.

A consultar o texto, AQUI.

J.M.M.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

JOSÉ CALDAS (PARTE I)


JOSÉ CALDAS (PARTE I)

Nasce em Viana do Castelo em 28 de Novembro de 1842, com o nome completo de José Ernesto de Sousa Caldas, filho de Jacinto José de Sousa Caldas e de Isabel Matilde Pereira Marinho. Fez a maior parte dos seus estudos particularmente, e, em 1861, foi nomeado amanuense da repartição da Fazenda de Viana do Castelo e promovido, em 1876, a aspirante de primeira classe.

Em 1877, foi convidado pelo arcebispo de Braga a escrever um estudo crítico e biográfico acerca do venerável D. Fr. Bartolomeu dos Mártires e da sociedade portuguesa do seu tempo, situação que lhe permitiria libertar-se um pouco da situação de miséria em que vivia com a sua família. Como no ano seguinte o arcebispo, D. João Crisóstomo de Amorim Pessoa, intima-o a publicar de imediato a parte da obra que estivesse pronta, ao que José Caldas recusa e envia cartas ao prelado e a Camilo Castelo Branco onde relata o abuso a que estava a ser sujeito. Entretanto, em 1879, regressa às suas funções burocráticas, mas consegue que Manuel Pinheiro Chagas, em sessão da Academia das Ciências de Lisboa apresentasse uma petição a solicitar o reconhecimento do trabalho por ele desenvolvido e lhe prestasse auxílio para o conseguir concluir.

Em 1880, a Academia deliberou a favor de José Caldas e convidou-o a apresentar em Lisboa, em pleno Congresso Antropológico uma comunicação que obteve grande reconhecimento junto dos intelectuais portugueses. A sua notoriedade facilitou-lhe a ascensão na hierarquia administrativa, conseguindo a elevação a inspector de Fazenda, posição em viria a aposentar-se.

Politicamente afirma-se republicano desde bastante cedo. Integrou mesmo a comissão consultiva do Directório eleito em 1897, em Coimbra.

Jornalista e escritor autodidacta, interessado pelos temas clássicos e pela história local. Poliglota, aprendeu várias línguas como o espanhol, francês, italiano, inglês, alemão, grego e latim. O conhecimento das línguas clássicas permitiram-lhe aprofundar investigações em arquivo, cruzando dados com as mais recentes obras da historiografia portuguesa e estrangeira. Porém, a sua obra é muito marcada pela parcialidade das suas posições, em particular pelo anticlericalismo. Era um crítico acérrimo da influência dos Jesuítas na sociedade portuguesa da época. No entanto, José Caldas, manifesta uma notável erudição e um espírito de curiosidade digno de menção, sobretudo se for tida em conta a realidade portuguesa da época.


[Em Continuação]

A.A.B.M.

LITORAIS. REVISTA DE ESTUDOS FIGUEIRENSES (PARTE II)




Para concluir a análise dos artigos publicados na revita Litorais, resta-nos o texto da autoria de Cândida Ferreira, O Tempo da Saudade, onde a autora nos apresenta um conjunto de ideias sobre o devir do tempo. Iniciando pela noção de tempo, o tempo do tempo, o tempo do não tempo, o tempo da duração e, por fim, o tempo da saudade.

Quanto ao conceito, a autora, começa por traçar o problema entre duas dimensões diversas, a filosófica e a científica. O tempo afirma-se, por um lado, como "uma convenção ou uma dimensão configuradora do real que, por razões pragmáticas o homem produziu para organizar a sua praxis e até a sua própria identidade" (p. 67). Por outro lado, "o tempo existe e nele se fixa a história de cada ser que nele existiu, existe e existirá" (p. 69). Porque, conclui-se, o tempo é evolução e esta opera transformações ao longo dos tempos do tempo.

Cândida Ferreira explica ainda, com base em alguns autores como R. Le Poidevin, R. Damatta, I. Prigogine, J. E. Mctaggart, César Ades, entre outros, as suas ideias acerca da noção da temporalidade nas suas várias interpretações para o ser humano. Porém termina dando especial atenção à problemática da saudade tão característica dos portugueses. Segundo esta autora, a saudade assenta em dois grandes vectores: lembrar e sentir. Assim, sustenta, "a saudade é um sentimento do presente (construído pela contemporaneidade pessoal) e que a lembrança evoca o que não é real, ou seja, evoca um real (re)criado pela dinâmica de uma memória que o produz enquanto o narra" (p. 76). Conclui, portanto, que "o momento da saudade é também um momento de correcção da trajectória do existir e mesmo quando idealiza o passado projecta o arquétipo da contemporaneidade antecipando já a dimensão futurante do presente" (p. 78-79).

Relativamente ao ultimo artigo, não vamos, como é óbvio, tecer qualquer comentário, pois ele foi inicialmente publicado aqui e aqui embora tenha sofrido ampliação e novos desenvolvimentos em aspectos pontuais, procurando simplesmente contribuir para relembrar alguns aspectos do envolvimento político do Doutor Joaquim de Carvalho.

Foto: caricatura (por ?) do Dr. Joaquim de Carvalho

A.A.B.M.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

LITORAIS. REVISTA DE ESTUDOS FIGUEIRENSES



A Associação Doutor Joaquim de Carvalho, da Figueira da Foz, lançou no passado dia 20 de Novembro, no decorrer da II Tertúlia Joaquim de Carvalho, o nº 9 da Litorais. Neste número do segundo semestre de 2008, podem encontrar-se os seguintes artigos:

- Paulo Archer de Carvalho, A escola nova que Joaquim de Carvalho frequentou o Collegio Lyceu Figueirense (1902-11); p. 7-30;

- Miguel Real, Joaquim de Carvalho (1892-1952) - Um liberal heterodoxo; p. 33-64;

- Cândida Ferreira, O Tempo da Saudade; p. 65-80;

- Artur Barracosa Mendonça e José Manuel Martins, Notas políticas sobre Joaquim de Carvalho; p. 81-88.

No primeiro artigo, Paulo Archer acompanha o movimento da Escola Nova e a influência que este movimento exerceu na Figueira da Foz através do Colégio Liceu Figueirense, instituição onde Joaquim de Carvalho fez a sua formação escolar. Constata-se que era "uma escola elitista e dispendiosa"(p. 11), que "atrai cada vez mais meninos ricos de longe" (p. 12), mas "com a República, o Collegio Lyceu Figueirense, entra em colapso"(p. 19). Entre 1911 e 1914, o Colégio Liceu vive em "itinerância", porque o seu director José Luís Mendes Pinheiro se vê compelido a mudar com frequência de local de residência, acabando por retornar à Figueira da Foz em 1914, porque entretanto se assiste ao eclodir da guerra na Europa central. O Colégio transforma-se por decisão da diocese de Coimbra, a partir de 1935, num seminário menor.

Paulo Archer conclui de forma lapidar "A formação filosófica de Carvalho e o desenvolvimento metódico duma obra pioneira não arrancaram na Figueira. Mas da escola nova terá nascido e se terá consolidado o amor pela liberdade a um dos poucos filósofos que por ela verdadeiramente se bateu na primeira metade do século XX". Um contributo significativo para se compreender melhor a formação de Joaquim de Carvalho e o papel que nele desempenhou a corrente educativa da Escola Nova.

Por seu lado, Miguel Real apresenta-nos um texto sobre o pensamento liberal de Joaquim de Carvalho. Considerando-o herdeiro dos movimentos racionalistas, Miguel Real, enquadra-o nas ambiguidades que um conjunto de autores da mesma época viveram, mas sempre numa linha comum de combate "contra o conservadorismo nacionalista e o espiritualismo filosófico, seja monárquico constitucional, seja integralista, seja católico tradicionalista" (p. 34). Teria sido a "alma burguesa" de Joaquim de Carvalho que o conduziu à retirada da vida pública "resguardando-se assim de borrascas, exílios e desempregos, sofridos por todos os seus amigos racionalistas" (p. 34). Reconhece também a dificuldade em sistematizar o pensamento de Joaquim de Carvalho, embora destaque, seguindo Pina Martins, a tendência para "os grandes vultos reformadores do espírito filosófico da época moderna, bem como a galeria de pensadores heterodoxos de origem portuguesa" (p. 41).

Segundo Miguel Real, Joaquim de Carvalho evoluiu do jacobinismo inicial para um liberalismo, republicanismo e agnosticismo crescentes. Analisando a sua intervenção política, considera que o filósofo reconheceu a "total contradição com a oligarquia dirigente do Estado - era inevitável o confronto, que só poderia acabar com o esmagamento do elo mais fraco" (p. 53) - ou seja o próprio Joaquim de Carvalho. Conclui lamentando o desprezo a que tem sido votada esta figura desde os anos oitenta, embora saliente o seu "racionalismo rigoroso e escrupuloso, herdeiro da escola racionalista cientificista" (p. 60) que fica como "exemplo de um dos maiores cidadãos portugueses do século XX" (p. 60).

[em continuação]

A.A.B.M.

REVISTA GRÉMIO LUSITANO Nº 13


Saiu a revista nº13 (II semestre) Grémio Lusitano [Propr. Grémio Lusitano; Direcção: Salvato Teles de Menezes, António Lopes; Coord.: S.T.M., A.L., Silvino G. Silva], contendo alguns curiosos textos, entre eles:

A Mão Invisível e a Economia – uma influência da Ideia de Grande Arquitecto em Adam Smith [via Pr. da Loja Lusitânia, onde a partir da simbólica do esquadro – enquanto símbolo e domínio da rectidão moral – se propõe analisar a obra de Adam Smith. De referir a alusão envolvendo Smith, Lord Shelburne e o martinismo – da qual ambos fariam parte, mas no que diz respeito a Adam Smith nunca provado -, na já conhecida conspiração contra o poder em França e na colónia inglesa da América do Norte] / Um excelente artigo de António Lopes, com copiosas notas biográficas sobre a azulejaria e seus autores & patrocinadores, presentes no texto "Do Convento da Santíssima Trindade à Cervejaria – ou a descoberta da descrição maçónica" / Biografias de Egas Moniz e Alberto Sampaio / curiosos textos Sobre Educação em Portugal. Eis um pequeno extracto sobre educação assinado por Montesquieu (n.s.), com sublinhados nossos:

REFLEXÃO SOBRE ALGUNS ASPECTOS ACTUAIS DA EDUCAÇÃO EM PORTUGAL:

"... Há um estranho tabu na nossa sociedade, presente até na nossa Constituição (...). Esse tabu poderia denominar-se o interdito da educação (...) o ensino está cada vez mais a confundir-se com técnica, e técnica sem alma forma monstruosidades cheias de certezas e, assim, mentalidades anti-democráticas (...)

Não falemos das escolas em pé de guerra. Para nós, maçons e antes de mais amigos da Liberdade e da Igualdade (também de tratamento e de oportunidades) – e nem falemos da Fraternidade – a educação não pode passar ao largo.

Se, por exemplo, uma avaliação antes da entrada no magistério, por júris imparciais, nos parece indispensável até para compensar a degradação da qualidade de ensino devido ao laxismo de muitas escolas superiores, o grande problema é – em todas as avaliações – como garantir que os amigos ou correligionários dos avaliadores não sejam beneficiados e os seus inimigos não sejam prejudicados. Tal não se conseguirá com critérios pensados ou escritos em ‘eduquês’, de forma abstracta e burocrática (...)

Importa que nos defendamos (e defendamos os profanos: pois é um problema geral de todos os não enfeudados e subservientes) de dirigentes avaliadores que, toldados pelo preconceito, poderão segregar os espíritos independentes, os livre-pensadores, e, desde logo, os maçons. Ninguém está a salvo (...)


J.M.M.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

EMILIO CASTELAR




Um dos homens que influenciou a política dos republicanos em Portugal. Conhecem-se alguns dados sobre a correspondência trocada com José Maria Latino Coelho e outras personalidades portuguesas próximas do movimento republicano.

Emílio Castelar y Ripol nasceu em Cádiz em 7 de Setembro de 1832 e faleceu em Múrcia a 25 de Maio de 1899. Político republicano espanhol, presidente da República em Espanha. Foi deputado e professor na Universidade de Madrid. Era considerado um dos grandes oradores das Cortes espanholas. Participou activamente na Revolução de Junho de 1866. Conheceu o exílio em França até à Revolução de Setembro de 1868. Viveu o seu momento áureo durante a vigência do período de 1873-1874.

Fundou o jornal La Democracia em 1863. Fundou ainda o Partido Possibilista.
Deixou publicadas diversas obras onde se destacam: Estudos Históricos sobre a Idade Média; Vida de Lord Byron; Fra Filipo Lipi; História do Movimento Republicano na Europa; deixou ainda incompleta uma História da Europa no século XIX, entre vários outros títulos.

A.A.B.M.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

JOAQUIM DE CARVALHO 50 ANOS DEPOIS


JOAQUIM DE CARVALHO 50 ANOS DEPOIS

II TERTÚLIAJoaquim de Carvalho: A organização da cultura e os conflitos culturais na sua época

20 DE NOVEMBRO: 22 horas – Casino da Figueira da Foz

[PROGRAMA: clicar na foto]

via In Memoriam de Joaquim de Carvalho

J.M.M.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CENTENÁRIO DA VEREAÇÃO REPUBLICANA EM LISBOA (1908-2008)



Também nos próximos dias 21 e 22 de Novembro, agora na cidade de Lisboa vai assinalar-se o centenário da eleição da vereação republicana em 1908. Este colóquio organizado pela Câmara Municipal de Lisboa, com a coordenação científica do Professor Doutor António Reis, contará, ao longo dos dois dias, com alguns dos melhores especialistas em Portugal na temática da República.

No dia 21 de Novembro abordam-se os seguintes painéis:
Painel 1 Movimento Republicano que conta com a participação de Fernando Catroga, Rui Ramos e Vítor Neto.

Painel 2 Lisboa e o Republicanismo com os seguintes oradores:
Ernesto Castro Leal, Luís Farinha, Frédéric Vidal, Alice Samara.

Painel 3 Eleições Municipais em 1908 conta com os seguintes investigadores:
Cândida Proença, Rita Correia, António Ventura.

Painel 4 Governo Municipal apresentarão os seus trabalhos os seguintes historiadores:
Jorge Mangorrinha, Maria Fernanda Rollo, Magda Pinheiro e Maria João Vaz.

No dia 22 apresentar-se-ão as pesquisas realizadas para o Painel 5 Lisboa há 100 anos ... com os seguintes conferencistas:
Ana Paula Pires, Daniel Alves, João Bonifácio Serra, Paulo Ferreira de Castro.

Um colóquio a não perder por todos os estudiosos olisiponenses e pelos interessados na temática da implantação da República em Portugal. O programa completo pode ser consultado AQUI.

A.A.B.M.

XVIII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE HISTÓRIA ECONÓMICA E SOCIAL




Nos próximos dias 21 e 22 de Novembro de 2008, vai realizar-se no Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães, mais um importante encontro de estudiosos que se dedicam à História Económica e Social. Desta vez dedicando especial atenção ao tema: Consumo e Cultura Material da Idade Média ao Presente.

Organizado desta vez pela Universidade do Minho e tendo como elementos de destaque:

Comissão Científica:
Joaquim Costa Leite, Presidente (U Aveiro)
Leonor Freire Costa (ISEG, UTL)
Fátima Brandão (FE, UP)
Hermenegildo Fernandes (FL, UP)

Comissão Organizadora:
Isabel dos Guimarães Sá (ICS, U Minho)
José Viriato Capela (ICS, U Minho)
Margarida Durães (ICS, U Minho)

O extenso e repleto programa de actividades pode ser consultado AQUI.

Uma actividade com um conjunto imenso de reputados especialistas da área que garantem um nível qualitativo bastante elevado.

A.A.B.M.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

CARTA DE JOAQUIM DE CARVALHO A JOÃO DE BARROS


CARTA DE JOAQUIM DE CARVALHO A JOÃO DE BARROS

21-VI-931

Meu Exmo. e Prezado Amigo

Venho agradecer-lhe, com ânimo penhoradíssimo, a generosidade com que tratou o meu artigo de Hist.[ória] do Reg.[imen] Rep.[licano]. Foi escrito sob a ditadura, daí o encadeamento de factos e ideias num sentido beligerante, e uma ordenação diversa da que ditaria uma época de paz. Dissimulei a erudição, e afastei-me mesmo por vezes; em todo o caso, sem vaidade creio que trabalhei sobre o inédito, e cheguei a algumas conclusões que oxalá sejam directivas para investigações particulares. (...)

Chego a pensar que a queda da ditadura por uma revolução militar seria um crime nacional. Encadeava-nos, de novo, à farda, não havendo forças humanas que nos libertassem dessa coisa horrível que foi o pronunciamento militar - Sá da Bandeira, Saldanha, Machado Santos e os Liberatos Pintos, esteios da ditadura. A ditadura, levando este processo ao paroxismo, deve matá-lo com a sua queda e morte. Se não fossem as vítimas que pedem reparações e justiça, não deveria ser esta a nossa atitude? É admirável que este movimento de conjunção; mas confesso q[ue]me irritou ver tanto general e almirante na direcção suprema. É a reincidência no erro do século XIX e no erro da 1ª República que tivemos. Renovo os mais gratos e cordiais agradecimentos, e nunc et semper mande o seu amigo e ad.[mirador].

Joaquim de Carvalho

[excerptos de uma carta de Joaquim de Carvalho a João de Barros, publicado em Cartas Políticas a João de Barros, com pref. selecção e notas de Manuela de Azevedo, Col. Temas Portugueses, INCM, Lisboa, 1982 p. 398-399]

A.A.B.M.

domingo, 16 de novembro de 2008

IN MEMORIAM JOÃO MARTINS PEREIRA (1932-2008)


João Martins Pereira (1932-2008)

"Como poderá um intelectual adoptar como critério a emancipação dos outros, se a sua própria inteligência não está emancipada?" [João Martins Pereira, No Reino dos Falsos Avestruzes. Um olhar sobre a política, A Regra do Jogo, 1983]

No passado dia 13 de Novembro faleceu João Martins Pereira, uma figura fascinante e uma "referência que não morre" [cf. Eduarda Dionísio, Público, 15/11/08] entre aqueles que o(s) discurso(s) de Abril (ou o seu imaginário espaço) soube apaixonar. Extraordinário pensador, sempre iluminado e empenhado na eterna "questão do poder" do estado e do seu jogo, interrogando e reflectindo à esquerda o rasto da "esquerda", a sua experiência, o seu repensar ou a sua incontornável "crise", João Martins Pereira – um "teimoso" utópico – não deixou, por isso mesmo, de pagar com o silêncio que sobre si se abateu, afinal o risco da sua profunda liberdade.

Engenheiro de profissão, professor no ISCEF, "engenheiro fabril e de projecto, ensaísta de fundo, governante efémero [secretário de estado do IV Governo provisório de Vasco Gonçalves em 1975, a convite de João Cravinho], jornalista acidental, estudioso da história do capitalismo português e de economia industrial, investigador desse mistério que é como pôr uma economia de inovação ao serviço de uma política de liberdade, fundador do Movimento de Esquerda Socialista (MES) e independente contumaz, marxista heterodoxo e não dogmático que nunca foi comunista nem católico, sartriano revolucionário e radical e conversador emérito" [José Vítor Malheiros, in P2, Jornal Público, 15/11/2008], João Martins Pereira, aliás João Bahuto Pereira da Silva, escreveu e colaborou na Seara Nova, O Tempo e o Modo, Vida Mundial, revista Abril, jornal Combate, e foi director-interino do semanário Gazeta da Semana [Ano I, nº1 (1 de Abril 1976) ao nº31 (3 Dezembro 1976), mais um nº especial a 15 Janeiro 1977] e director do jornal mensal Gazeta do Mês [nº1, Maio 1980 ao nº3, Julho 1980].

Obras: As instalações da aciaria da Siderurgia Nacional, Lisboa, 1963 / Portugal 75. Dependência externa e vias de desenvolvimento, Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1975 / Pensar Portugal hoje, Lisboa, Dom Quixote, 1971 / O socialismo, a transição e o caso português, Bertrand, 1976 / Sistemas económicos e consciência social. Para uma teoria do socialismo como sistema global, Inst. Gulbenkian de Ciência, 1980 / Indústria, ideologia e quotidiano. Ensaio sobre o capitalismo em Portugal, Porto, Afrontamento, 1983 / No reino dos falsos avestruzes. Um olhar sobre a política, Lisboa, A Regra do Jogo, 1983 / O Dito e o Feito. Cadernos 1984-1987, Lisboa, Salamandra, 1989 / À esquerda do possível (textos de combate) [coord. c/ Francisco Louçã e João Paulo Cotrim, Lisboa, Colibri, 1993 / Indústria e Sociedade Portuguesa Hoje, Porto, Página a Página, 1995 / As PME industriais em números, IAPMEI, 1996 / Para a história da indústria em Portugal (1941-1965), Lisboa, ICS, 2005.

J.M.M.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

COLÓQUIO: ENCONTROS DE OUTONO 2008 - A Guerra e a Paz entre as Nações




Nos próximos dias 21 e 22 de Novembro de 2008, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão vai realizar mais uma edição dos Encontros de Outuno, subordinado ao título acima apontado.

Ao longo de dois dias jornalistas, investigadores de relações internacionais, militares, historiadores e politólogos vão debater o problema da guerra e como ele foi analisado ao longo do tempo. Entre os conferencistas destacam-se: Luís Alves de Fraga, Norberto Cunha, António Horta Fernandes, Maria Manuela Tavares Ribeiro, Pezarat Correia, entre outros.

Mais uma iniciativa do município de Vila Nova de Famalicão, coordenada pelo responsável científico do Museu Bernardino Machado, Professor Doutor Norberto Cunha que o Almanaque Republicano modestamente divulga entre os interessados por estas matérias.

O programa completo deve ser consultado AQUI.

A.A.B.M.

CICLO DE CONFERÊNCIAS DE HISTÓRIA DO ALGARVE




A Universidade do Algarve e a Câmara Municipal de Tavira vão levar a efeito durante o ano lectivo de 2008/2009 um conjunto de oito conferências sobre História do Algarve, com especialistas nos diferentes períodos ligados ao Departamento de História, Arqueologia e Património da referida Universidade.

As actividades iniciar-se-ão no próximo dia 26 de Novembro e decorrerão sempre nas instalações da Biblioteca Muncipal Álvaro de Campos, pelas 18 horas. Entre os conferencistas destacam-se José Eduardo Horta Correia e António Rosa Mendes.

Uma iniciativa a acompanhar com atenção por parte dos algarvios.

A.A.B.M.

CARTAS A ALBERTO SAMPAIO


CARTAS A ALBERTO SAMPAIO

Hoje decorreu na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco, em Vila Nova de Famalicão a apresentação do livro com título em epígrafe. Esta obra reprduz 216 cartas trocadas entre Alberto Sampaio e algumas das principais figuras da cultura portuguesa dos finais do século XIX. As datas limite das cartas são 1864 e 1908, ano da morte de Alberto Sampaio, que tem sido assinalado ao longo deste ano.

As 420 páginas do livro “Cartas a Alberto Sampaio”, conta com organização, introdução e notas de Emília Nóvoa Faria e António Martins, e tem a chancela da Campo das Letras. A apresentação da obra ficou a cargo do presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme de Oliveira Martins.

Do texto de divulgação desta apresentação destacam-se os seguintes excertos:

Cobrindo praticamente toda a vivência adulta de Alberto Sampaio, a obra dá a conhecer as relações de trabalho e amizade mantidas com diversas figuras da cultura portuguesa, desde os seus 22 anos, à época em que concluiu os estudos em Coimbra, à fugaz passagem por Lisboa, e até ao regresso ao Minho, mais precisamente à sua Quinta de Boamense, em Vila Nova de Famalicão, onde morreu aos 67 anos de idade.
O universo das pessoas com quem se relacionou e que assinam estas cartas é a todos os títulos notável, desde simples amigos dos tempos de Coimbra como José Falcão, irmãos Faria e Maia, António de Azevedo Castelo Branco, Alberto Teles, Pinto Osório e Inácio de Vasconcelos, passando pelos que pontificaram no círculo de Guimarães como Francisco Agra, Joaquim José de Meira até aos que na época e nos mais diversos domínios, marcaram a “intelligentsia” nacional, filósofos, poetas e escritores (Antero de Quental, Camilo Castelo Branco, Luís de Magalhães, Jaime de Magalhães Lima), historiadores (Oliveira Martins, Gama Barros, Abade de Tagilde, João Gomes de Abreu de Lima), arqueólogos e etnólogos (Martins Sarmento, José Leite de Vasconcelos, Rocha Peixoto, José Fortes, Ricardo Severo), enologistas (Abílio da Costa Torres e José Macedo Souto Maior), jornalistas (Bento Carqueja), filólogos e orientalistas (Guilherme de Vasconcelos Abreu e Aniceto dos Reis Gonçalves Viana).


O texto completo pode ser consultado AQUI

Indubitavelmente, mais uma iniciativa interessante que o Almanaque Republicano não podia deixar de divulgar junto dos seus habituais ledores.

A.A.B.M.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

REVISTA LABOR


A HORA QUE PASSA É DE LUTA!

"A hora que passa é de luta. Preparemo-nos para ela (...) Precisamos de demonstrar que à classe do professorado liceal não falta aquele espírito associativo propulsor de todos os movimentos progressivos; precisamos de demonstrar que a nossa classe está perfeitamente integrada no seu tempo e cônscia das suas responsabilidades perante a sociedade e perante o país. Tal como está, não merece, como não tem merecido, as atenções dos governos, o interesse da opinião pública e a simpatia de estranhos. Esta apatia esmaga-nos. É preciso acordar, despertar deste sono que nos amolenta (...) Que movimentos colectivos de protesto tem levado a efeito contra enxovalhos sem nome? (...)

Os protestos isolados nada valem, nem nada alcançam ... Só a conjugação de esforços de todos os professores liceais, só a união forte e disciplinadora da classe poderá alcançar e fazer valer as nossas mais justas revindicações ..."

in LABOR. "Revista trimestral de educação e ensino e extensão cultural", Ano I, nº1, Janeiro de 1926

J.M.M.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

ALMANAQUE REPUBLICANO ... DOIS ANOS DEPOIS ...


DOIS ANOS DEPOIS...

Assinalando o segundo aniversário, o Almanaque Republicano revigora-se e encontra forças para continuar na sua caminhada rumo ao Centenário da República.

Num período de crises, em que o mundo gira em torno de ideias efémeras, nós procuramos aquilo que é perene, que se mantém, que se transforma e evolui. Mas sem abdicar de princípios orientadores que nos conduzem: o gosto pela História de Portugal e, em especial, a pesquisa sobre a História da República em Portugal. Durante o ano agora concluído dedicámos alguma da nossa atenção à divulgação de eventos ligados à história, pelos vários recantos do País, e que chegaram ao nosso conhecimento; recordámos alguns factos; evocámos personalidades que fazem parte do nosso imaginário republicano; analisámos e divulgámos algumas obras historiográficas que se vão publicando; iniciámos a elaboração de uma listagem dos periódicos republicanos pelos diferentes distritos (que nos propomos continuar de acordo com as nossas parcas disponibilidades de tempo); analisámos o papel de algumas figuras marcantes na história de todos nós; reconstruímos biografias; entre outras tarefas.

Chegaram-nos alguns ecos positivos sobre o nosso trabalho. Os nossos estimados leitores fizeram-nos chegar alguns dos seus comentários e contributos que muito apreciamos. Também nos chegaram as críticas, que lemos com atenção e reflectimos sobre a sua importância no nosso humilde espaço interactivo.

As audiências, tendo por base o mesmo medidor que no ano anterior informa-nos que esta cresceu substancialmente: passamos de 18880 para 42 372 visitas; foram pesquisadas no ano anterior 26 918 páginas e neste ano atingimos às 59 763. Em média contactam-nos diariamanente 91 visitantes que por dia pesquisam 124 páginas. Linkaram-nos 60 blogs e sem contabilizarmos algumas páginas institucionais.

Dois anos passaram! A todos os que habitualmente nos visitam, o nosso agradecimento, porque reforçam o nosso ensejo de continuaramos a recuperar a nossa memória histórica colectiva, a nossa alma nacional. Propomo-nos continuar as nossas actividades histórico-culturais num momento extremamente difícil das nossas vidas profissionais, onde o tempo é dispendido em reuniões e tarefas, muitas vezes infrutíferas, onde os conteúdos científicos são completamente desvalorizados, num processo burocrático que se tornou monstruoso. Mas mesmo nestas condições, em "horas impróprias para consumo" e algumas vezes retiradas ao convívio familiar, aqui estamos com muito gosto, numa agradável tertúlia que se prolonga, muitas vezes, pela madrugada fora. Por tudo isso e pelo que nos falta cumprir, dizemos: presente. Vale!

A todos o nosso bem-haja.

Viva Portugal!
Viva a República!

A.A.B.M.
J.M.M.

sábado, 1 de novembro de 2008

CENTENÁRIO DA PRIMEIRA VEREAÇÃO REPUBLICANA EM LISBOA (1908-2008)


CENTENÁRIO DA PRIMEIRA VEREAÇÃO REPUBLICANA EM LISBOA (1908-2008)

"Para evocar a vitória do Partido Republicano Português nas eleições municipais de Lisboa de 1 de Novembro de 1908, que transformou a cidade numa das primeiras capitais republicanas da Europa e foi um dos acontecimentos que assinalou o caminho para a instauração da República a nível nacional, a Câmara Municipal de Lisboa está a comemorar o Centenário da Primeira Vereação Republicana em Lisboa". [ler mais AQUI]

Exposição: "À Urna pela Lista Republicana de Lisboa!" Foi assim há 100 anos...

Galeria de Exposições dos Paços do Concelho: Do dia 1 de Novembro de 2008 até 31 de Março de 2009

J.M.M.

REVISTA PRINCÍPIO


REVISTA PRINCÍPIO - na Hemeroteca Digital

Publicação de cultura e política. Edição da Renascença Portuguesa. Porto, Ano I, nº 1 (15 Maio de 1930) ao nº 4 (25 Julho de 1930). Editor: Carlos Bastos. Direcção: Álvaro Ribeiro, Adolfo Casais Monteiro e Maia Pinto. Redacção e Administração: Rua dos Mártires da Liberdade, 178, Porto. Impressão: Tip. Costa Carregal, Porto.

Colaboração: Adolfo Casais Monteiro, Agostinho da Silva, Aquilino Ribeiro, Delfim Santos, João Gaspar Simões, José Marinho, José Régio, Maia Pinto, Manuel Ribeiro, Rodrigues de Freitas.

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J.M.M.