segunda-feira, 26 de março de 2007

ALBERTO XAVIER


De seu nome completo António Maria Eurico Alberto Fiel Xavier, nasceu em Nova Goa a 24 de Abril de 1881, filho de Francisco João Xavier e Matilde de Abreu Xavier. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1908, após a sua participação nos acontecimentos da greve académica de 1907. Estabeleceu-se como advogado em Lisboa e dedicou-se ao jornalismo e à política.

Após a implantação da República foi administrador do 4º Bairro, em Lisboa, mais tarde foi nomeado Director-Geral da Fazenda Pública (1919) e secretário-geral do Ministério das Finanças já durante o tempo de Salazar. Foi também nomeado para administrador da Caixa Geral de Depósitos, em 1924, por um curto período de tempo.
Foi deputado nas eleições extraordinárias de 1913, de 1915, de 1919, 1921 e 1922. Inicialmente, pertenceu ao Partido Democrático e mais tarde passou para o Partido Reconstituinte.

Com a queda da República democrática aproxima-se das posições do Estado Novo e continua a dispor de grande influência política porque se torna um dos colaboradores de Oliveira Salazar. Entre 1933 e 1947, foi Juíz Conselheiro do Tribunal de Contas. Entre 1940 e 1947 foi o comissário-adjunto do Governo na Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses. Desempenhou também as funções de presidente do Conselho Fiscal da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, administrador-geral da Casa da Moeda e das Lotarias da Misericórdia de Lisboa.

Pertenceu à Maçonaria tendo sido iniciado na Loja Pátria, de Coimbra, em 1906,com o nome simbólico de Robespierre.

Destacou-se como jurista e ensaista.

No campo literário publicou diversos títulos como: Política Republicana em Matéria Eclesiástica, 1912; Memórias da Vida Pública, 1950; O Imperialismo da Rússia, 1951; publicou ainda estudos literários como: O Romance, 1935; O Romance no século XVII, 1938; Dom Quixote (Análise Crítica), 1942; Camilo Romântico, 1947; Dom João, Tipo Sedutor de Mulheres (Ensaio sobre Tirso de Molina), 1960.

Na vida jornalística colaborou entre outras com as seguintes publicações:
Diário da Tarde(Dir.), Lisboa, 1925-1927; A República, Lisboa, 1ª Série, 1911-1927; A República Portuguesa, Lisboa, 1910-1911; Jornal do Comércio ,Lisboa; A Manhã, Lisboa, 1917-1922; A Vitória, Lisboa, 1919-1922; e O Cronista, Lisboa, 1958. Publicou ainda alguns artigos no Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa.

A.A.B.M.

2 comentários:

joão sabino disse...

Muito boa tarde,
Seria possível dizer-nos onde obteve a fotografia de Alberto Xavier? Uma vez que Alberto Xavier foi secretário-geral do Ministério das Finanças e considerando que gostaríamos de constituir uma galeria de todos os nossos secretários-gerais, pretendíamos obter uma cópia da fotografia em causa com mais qualidade.
Muito obrigado pela atenção.
João Sabino/Arquivo Contemporâneo do Ministério das Finanças

ZeBarreto disse...

Nas obras de Alberto Xavier, esqueceram-se da História da Greve Académica de 1907 (Coimbra Editora, 1962). J. B.