segunda-feira, 30 de novembro de 2009

FRANCISCO GOMES DA SILVA



Assinala-se hoje o centenário da morte de um dos republicanos históricos mais esquecidos e abandonados da historiografia da propaganda da República em Portugal.

Nasceu em 26 de Janeiro de 1853. Frequentou algumas disciplinas do liceu, tendo como um dos professores António Filipe da Silva (1841-?), e algumas do Curso Superior de Letras. Trabalhou como guarda-livros numa firma de Lisboa e depois ingressou, como funcionário da repartição da fazenda, na Câmara Municipal de Lisboa, quando esta era presidida por Fernando Palha. Exercia as funções de director geral do serviço de Fazenda Municipal quando a doença que sofria [diabetes], se foi agravando e conduziu à sua morte.
Faleceu a 30 Novembro de 1909, Francisco Gomes da Silva, na sua residência, Rua do Livramento, em Alcântara, nº 31.
Francisco Gomes da Silva pertenceu ao grupo dos fundadores do Partido Republicano, afecto à facção liderada por Elias Garcia. Começou cedo a colaborar no jornal Democracia, dirigido por Elias Garcia, aí assumiu o pseudónimo de Justus, assinando uma coluna parlamentar intitulada “Nas Galerias”. Gomes da Silva acompanhou a publicação do jornal Democracia até ao final em 1890.

No ano seguinte, dirigiu um jornal republicano de curta duração intitulado O Tempo. A partir de 1894, António Enes convidou-o para dirigir o jornal O Dia, tendo assegurado a sua direcção durante algum tempo. Com a morte de Cecílio de Sousa, Gomes da Silva assegurou a direcção da Folha do Povo. Colaborou ainda na Vanguarda.

Pertenceu à comissão da imprensa que preparou a comemoração do tricentenário de Camões (1880), enquanto membro do Centro Republicano Democrático.

Durante o Congresso Republicano, de Dezembro de 1887, passou a integrar a Câmara Consultiva do partido. Nessa ocasião, apoiou a proposta de unir o Partido Republicano à Esquerda Dinástica, dirigida de Barjona de Freitas, que foi apresentada por José Elias Garcia. Como a proposta de Elias Garcia foi derrotada e a personalidade em causa estava no ocaso da sua vida política, Gomes da Silva no congresso de Janeiro de 1891 lidera uma cisão no Partido Republicano. Com os acontecimentos desse ano (31 de Janeiro), alguns dirigentes republicanos são presos, outros exilados. Estes factos fizeram Francisco Gomes da Silva regressar à vida política activa. Preconizou uma aproximação ao Partido Progressista, conseguindo por isso a eleição para o Parlamento em 1894.

Na sequência do decreto de abstenção eleitoral dos republicanos a partir de 1895, envolveu-se numa grande polémica com Francisco Manuel Homem Cristo, que no jornal O Povo de Aveiro o acusava de manobras irregulares na Câmara Municipal de Lisboa. O processo avanço para tribunal e Gomes da Silva conseguiu a condenação do jornal republicano de Aveiro.

Foi jornalista e orador em vários comícios ao serviço do Partido Republicano. Segundo algumas notas biográficas o autor iniciou como orador num comício no antigo Teatro Price, Lisboa, onde discursou acerca da importância do registo civil. Ao longo da sua vida participou em vários comícios e conferências onde se afirmou como bom tribuno, conseguindo por isso afirmar-se rapidamente quando foi eleito como deputado ao parlamento, em 1894. Nessa ocasião, interpelou o Governo monárquico português por ter ordenado a expulsão de Nicolau Salmeron, do país.

Em 1896, volta a ser eleito deputado pelos círculos eleitorais de Lisboa, em representação das minorias.

Foi um dos participantes na conferência/banquete republicano de Badajoz, realizado em 23 e 24 de Junho de 1893,[ Ver Almanaque Republicano AQUI]
Integrou o Directório do partido juntamente com Eduardo de Abreu, Horácio Ferrari e Leão de Oliveira.

A partir de 1897, Francisco Gomes da Silva, no congresso realizado em Coimbra em começa a perder a influência que até aí dispunha no Partido Republicano. Não consegue a eleição para o Directório do partido e, em 1899, durante novo congresso, consegue ocupar uma posição como suplente do Directório.

A partir de 1906, a doença agrava-se e acaba por falecer “quase esquecido, quase sem honras de marechal do Partido Republicano”, como afirmou Feio Terenas no discurso que proferiu durante o seu funeral.

Publicou diversas obras, com destaque para Os Mistérios da Inquisição, inicialmente editado em fascículos no jornal Vanguarda e posteriormente compilado em obra única. Esta obra era muito apreciada pelos meio anticlericais e foi ilustrada com trabalhos de Manuel Macedo e Roque Gameiro.

Foi iniciado na Maçonaria, na loja lisboeta Cavaleiros de Hyram, em 1882, com o nome simbólico de Lamartine. No ano seguinte, transitou para a loja Cavaleiros da Paz e da Concórdia, também de Lisboa, onde atingiu em 1902, o grau 33, do REAA. Em 1904, torna-se membro efectivo do Supremo Conselho e exerce as funções de Grão-Mestre Adjunto (1900-1909). Entre 1906 e 1907, exerce as funções de Soberano Grande Comendador.

O seu funeral realizou-se, sendo o corpo depositado no jazigo da família de António José Moreira, no cemitério dos Prazeres. Usaram da palavra Feio Terenas, Sebastião de Magalhães Lima e Constâncio de Oliveira.

Conhecem-se ainda colaborações nos seguintes jornais:
- Pimpão, Lisboa, dir. Rafael Bordalo Pinheiro;
- António Maria, Lisboa, Dir. Rafael Bordalo Pinheiro;
- Domingo, Lisboa, dir. Manuel Pinheiro Chagas
- Revolução de Setembro, Lisboa, onde utilizou o pseudónimo Prudêncio
- Diário da Tarde, Porto [correspondente em Lisboa];
- Dez de Março, Porto [correspondente em Lisboa];
- Folha Nova, Porto [correspondente em Lisboa];
- José Estevão. Numero único comemorativo da inauguração do monumento em Aveiro. Publicação do Clube Escolar José Estêvão, Lisboa, Typ. da Companhia Nacional Editora, 1889;
- Correio da Manhã. Fundador Manuel Pinheiro Chagas. Suplemento ao n.º 3.283, de 8 de Maio de 1895, Typ. da Companhia Nacional Editora, Lisboa. 12 pag. ;
- Homenagem prestada a Theophilo Braga, Numero único, publicado pela Associação Escolar de Ensino Livre, Lisboa, 3 de Dezembro de 1899, Minerva Peninsular, 8 pag. Com o retrato do dr. Teófilo Braga.
- Maior (A) dôr humana, Coroa de saudades, oferecida a Teófilo Braga e sua esposa para a sepultura de seus filhos, Dada á estampa pela amizade de Anselmo de Moraes. 1889. Porto, Imp. Portuguesa, 172 pag.
- 14 de julho, 1789 1889 Numero único. Porto, Typ. Gutemberg, 1889, 4 pag.
- Consagração, Número único, dirigido por Fernão Botto Machado e Gonçalves Neves e dedicado ao Dr. Sebastião de Magalhães Lima, 28 pag. Com o retrato de Magalhães Lima e nas pag. 1, 12, e 17 trechos de musica litografados.


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
- MARQUES, A. H. de Oliveira, Dicionário de Maçonaria Portuguesa, vol. II, Editorial Delta, Lisboa, 1986, col. 1344-1345.
- O Ocidente, Lisboa, 20-12-1909, Ano XXXII, nº 1115, p. 279.
- RAMOS, Rui, “Francisco Gomes da Silva”, Dicionário Biográfico Parlamentar, Coord. Maria Filomena Mónica, vol. 3, Imprensa de Ciências Sociais/Assembleia da República, Lisboa, 2006, p. 681-684.
- SILVA, Inocêncio Francisco da, Dicionário Bibliográfico Português.

A.A.B.M.

domingo, 29 de novembro de 2009

NOS 50 ANOS DE VIDA LITERÁRIA DE FERREIRA DE CASTRO


FOTO - convivas de um almoço íntimo comemorativo dos 50 anos de vida literária de Ferreira de Castro, realizado na Pensão Suíça, em Vale de Cambra.

Da esquerda para a direita: Assis Esperança, Mário Sacramento, Dr. Dulcídio Alegria, Ferreira de Castro, Álvaro Salema e João Sarabando.

in "Mário Sacramento e o neo-realismo", por João Seiça Neves, Aveiro e o seu Distrito, nº 20, Dezembro de 1975.

J.M.M.

HOMEM CRISTO



"... Mãos finas, aristocráticas, cruzadas, o inseparável gorro preto a proteger-lhe a calvície, perna traçada, o corpo inclinado para as costas da cadeira, olhar agudo e perscrutador -, era bem ele quando em breves pausas do seu labor repousava uns minutos meditando" [Carolina Homem Christo]

Foto de Homem Cristo, da autoria de Lauro Corado, existente na Sala dos Notáveis do Museu de Aveiro.

in "Homem Christo", Aveiro e o seu Distriro, nº 8, p. 35.

J.M.M.

MÁRIO SACRAMENTO - NOTA BREVE


Mário Emílio de Morais Sacramento nasce em Ílhavo [Largo do Oitão] a 7 de Julho de 1920. Filho de Artur Sacramento (comissário de bordo da marinha mercante, culto e de biblioteca farta) e de Rita Sarmento, de famílias liberais. Frequenta o Liceu José Estêvão (Aveiro) e dirige (em 1935), sob sugestão do Agostinho da Silva, o jornal dos alunos do liceu ("A Voz Académica") até 1938, tendo sido o jornal posteriormente suspenso e Mário Sacramento (então aluno do antigo 7º ano) tem aí a sua primeira prisão (10 de Junho). Antes, a 7 de Abril, subscreve, na qualidade de presidente dos estudantes, uma mensagem escrita a Homem Cristo, no decurso da homenagem ao jornalista aveirense.

Matricula-se em Medicina em Coimbra, tendo-se mudado posteriormente para o Porto, "a fim de nesta ter Pulido Valente como mestre". Em 1945 é aluno da Universidade de Lisboa, onde completa o seu curso médico. Faz parte da Comissão Central do MUD Juvenil [a sua primeira comissão central era constituída, além de Mário Sacramento, por António Abreu, Francisco Salgado Zenha, José Borrego, Júlio Pomar, Maria Fernanda Silva, Mário Soares, Nuno Fidelino Figueiredo, Octávio Pato, Óscar dos Reis e Rui Grácio] e aproxima-se do Partido Comunista [ou já era mesmo membro ou simpatizante]. Fixa-se na sua terra natal, onde exerce clínica (curiosamente na Rua José Estêvão).

Em 1953 “sofre a segunda prisão de ano e meio, e escreve em Caxias a estimada obra, ‘Fernando Pessoa – Poeta da Hora Absurda”. Volta a ser preso em 1955, e em 1957 abre consultório em Aveiro (em frente ao café Trianon), onde se fixa. Faz parte da comissão promotora do I Congresso Republicano [comissão onde se encontravam outros intelectuais aveirenses, como Manuel das Neves (pres.), Álvaro Seiça Neves, João Sarabando, Júlio Calisto, Armando Seabra, Alfredo Coelho de Magalhães, Manuel da Costa e Melo, Joaquim José Santana, Horácio Briosa] e que decorreu no Teatro Aveirense, dia 6 de Outubro de 1957, sob presidência de António Luís Gomes, ele próprio natural do distrito de Aveiro, e único sobrevivente do Governo Provisório [de referir que é também em Aveiro que o II Congresso Republicano se realiza (15 a 17 Maio de 1969 e já depois da morte de Mário Sacramento) e mesmo o III, então denominado Congresso da Oposição Democrática, em 1973. A realização do I Congresso teve a autorização do então governador civil, Vale Guimarães, amigo pessoal de Mário Sacramento e que era conotado com a linha “reformista” do então regime].

Em 1962 sofre mais uma prisão (a quarta), que cumpre em Caxias. Começa a escrita dos seus “Ensaios de Domingo” (publicada em 1974). Participa (1965), em representação da Sociedade Portuguesa de Escritores, em Itália, no Congresso dos Escritores Europeus.

Em 1969, participa, no que será a sua última intervenção política, nas comemorações do 31 de Janeiro, no Teatro Aveirense. Ainda aparece a impulsionar o II Congresso Republicano, mas a sua morte, a 27 de Março desse ano, impede-o de participar.

Mário Sacramento colabora, ao longo da sua vida, em vários periódicos: Árvore (nº3, em 1952), Bandarra, Colóquio Letras, O Comércio do Porto, Cronos, O Diabo (desde o nº26), Diário de Lisboa, Estrada Larga, Europa, O Litoral, Mundo Literário, Pensamento, Seara Nova, Sol Nascente, Vértice. Como ensaísta e crítico literário (inserido na corrente neo-realista) publica obras estimadas sobre alguns dos mais eminentes vultos nacionais, como Fernando Pessoa, Eça de Queiroz, Cesário Verde, Moniz Barreto ou Fernando Namora.

a consultar: Aveiro e o seu Distrito, nº20.

J.M.M.

ALMANAQUE SOCIALISTA - 1931


ALMANAQUE SOCIALISTA DE 1931 (1º Ano de publicação), Lisboa

Editor: António Francisco Pereira
Directores: J. Fernando Alves, César Nogueira

via Abrupto (aliás Ephemera).

J.M.M.

sábado, 28 de novembro de 2009

FEIRA DE ANTIGUIDADES E LIVRO ANTIGO


Está a decorrer, na Alfândega do Porto, até à próxima terça-feira, dia 1 de Dezembro, a Feira de Antiguidades e Livro Antigo.

O horário de funcionamento é o seguinte:
Sábado e Domingo: das 15 às 24 horas;
Terça-feira: das 15 às 20 horas.

Pelas informações que recolhemos encontram-se alguns conhecidos alfarrabistas de Lisboa, Porto e Coimbra. Certamente, um espaço a visitar pelos interessados na bibliofilia.

A.A.B.M.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FRANCISCO MANUEL PEREIRA COELHO


Pereira Coelho nasceu em 1882 e faleceu a 16 de Julho de 1924.
Foi um respeitado e considerado republicano no Alentejo, aderiu ao Partido Republicano ainda em 1907, tornando-se muito amigo de António Aresta Branco, médico e influente eleitoral na região.
Foi Governador Civil de Beja entre 20 de Novembro de 1923 e 17 de Dezembro de 1923.
Como se referiu, no dia 20, nas efemérides de Novembro de 1909, ele foi um dos responsáveis pela propaganda do partido no Baixo Alentejo.

A.A.B.M.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

FERNANDO VALE


FERNANDO VALE [m. 26 de Novembro de 2004] - "Fernando Valle nasceu na Cerdeira, Arganil, em 30 de Julho de 1900. Estudou inicialmente em Coja, tendo ido para Coimbra continuar os estudos liceais, completando posteriormente o curso de medicina. Foi exercer a profissão em Arganil, onde fez um trabalho meritório em prol do Hospital e das sociedades culturais e recreativas locais. Manifestando um interesse particular por questões sociais e políticas, este médico e maçon (o mais velho do mundo, possivelmente) é demitido de cargos públicos por apoiar a candidatura de Norton de Matos, apadrinha a candidatura de Humberto Delgado, é preso em 1962 (partilhou a cela com José Mário Branco), preside à reunião inicial da fundação do Partido Socialista, na Alemanha, tendo pertencido à Comissão Administrativa de Arganil a seguir ao 25 de Abril e, pelo I Governo Constitucional, exerceu o cargo de Governador Civil de Coimbra.

Uma vida inteira dedicada a lutar 'pela libertação do homem ... um regime de direito em que seja possível, de facto, a paz, a liberdade e a justiça social'. [ler AQUI]

Fernando Vale foi maçon, iniciado em 1923 na Loja "A Revolta" de Coimbra - Loja do R.F. fundada em 1909 (ao fim de 100 anos permanece ainda em actividade), foi integrada no G.O.L.U. em 1911, tendo recebido o nº336 -, com o nome simbólico de "Egas Moniz". Atingiu altos postos na Maçonaria, e pertenceu ao "Soberano Grande Capítulo de Cavaleiros Rosa-Cruz" (reactivado em 2003), mais tarde potência maçonica, "Grande Capítulo Geral do Rito Francês de Portugal" (a 5 de Setembro de 2003).

J.M.M.

BERNARDINO MACHADO - DVD



BERNARDINO MACHADO - Percursos de uma Vida

DVD "editado pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão - Museu Bernardino Machado - Viagens pelo Património Cultural - Programa de Educação Patrimonial do Município de Vila Nova de Famalicão. [via Bernardino Machado]

J.M.M.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

EDUARDO DE NORONHA NO 150º ANIVERSÁRIO


No âmbito das comemorações do 150º aniversário do nascimento de Eduardo de Noronha, a Hemeroteca Digital de Lisboa vai levar a efeito a conferência supra referida, onde o Doutor Ernesto Rodrigues vai analisar a figura em questão na perspectiva da literatura, em especial enquanto autor responsável por romances históricos, actualmente tão em voga na literatura portuguesa e internacional.

A acompanhar com toda a atenção.

A.A.B.M.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

REVISITAR/DESCOBRIR GUERRA JUNQUEIRO


Foi recentemente apresentado, na Universidade Católica do Porto, através da sua Escola de Artes, Som e Imagem, um projecto dedicado a uma das figuras importantes no movimento republicano português: Abílio Guerra Junqueiro.

Como resultado do projecto foram apresentados dois livros, um CD duplo, um documentário, um concerto,um livro de entrevistas e uma fotobiografia. Foi um trabalho de uma equipa vasta, liderada por Henrique Manuel S. Pereira.

Outro aspecto visivel que fica deste trabalho são a página web e o blogue dedicado a conhecer melhor a personalidade do poeta e político que marcou a geração literária na transição do século XIX para o XX.

Realizamos uma visita a ambos os espaços. Na página, encontram-se um conjunto de secções iconográficas e biobibliograficas sobre o autor que merecem a melhor atenção dos nossos ledores. Por outro lado, o blogue faz eco dos eventos que têm vindo a ser realizados sobre Guerra Junqueiro, em especial a questão da musicalidade da sua poesia, onde colaboraram dezenas de cantores.

Um trabalho invulgar, aliando as novas tecnologias às formas de difusão de saber mais tradicional. Aguardaremos, agora, pelas obras publicadas para ajuizarmos melhor sobre o seu conteúdo e as novidades que nelas são apresentadas.

Estes trabalhos podem e devem suscitar outros projectos idênticos para outros autores e personalidades marcantes deste período entre o final da Monarquia Constitucional e o final da 1ª República. Sem dúvida uma ideia inovadora em Portugal, que deve ter continuidade e ser saudada pela pluralidade de meios que utilizou.


A.A.B.M.

UNIÃO NACIONAL - CARTAZ DE 1933


"Cartaz de propaganda política pró-Estado Novo com convocatória para sessão pública no Teatro Pax-Julia em Beja, a 11 de Dezembro de 1933"

Cartaz da União Nacional, 1933

via LEILÃO DA OTIUM CUM DIGNITATE, a realizar amanhã e depois (24 e 25 de Novembro) no Hotel Fénix (Marquês de Pombal), a cargo de Nuno Gonçalves, pelas 21,30h.

consultar o invulgar Catálogo AQUI (download em S004 pdf)

J.M.M.

RAUL PROENÇA - PANFLETO


Raul Proença, "Perdoar, Não! Carta Aberta ao director de O Século", panfleto datado de 20 de Fevereiro de 1927

via Ephemera, com a devida vénia.

J.M.M.

domingo, 22 de novembro de 2009


"Um trabalho como este permite-nos perspectivar a evolução da própria actividade literária no nosso País, dado que o alcance das publicações aqui referenciadas não se restringe aos limites do círculo portuense, onde foram editadas mas, pelo contrário, acaba por ser extensivo, necessariamente, ao espaço alargado da nossa cultura ou, até, da de outros países, pois as páginas de tais revistas abrem-se, por vezes, a autores que não só de nacionalidade portuguesa. (...)

Este livro é uma importante achega para, a partir de um dos lugares que é a cidade do Porto, se começar a ter uma visão bem fundamentada, minuciosa e abrangente do desenvolvimento dessa literatura tal como ocorreu nas páginas, tantas vezes esquecidas, das revistas ou outras publicações periódicas.
"

Alfredo Ribeiro dos Santos - HISTÓRIA LITERÁRIA DO PORTO ATRAVÉS DAS SUAS PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS, prefácio de Fernando Guimarães. Edições Afrontamento, 2009.

via Livraria Manuel Ferreira (Porto)

J.M.M.

sábado, 21 de novembro de 2009

CAROLINA MICHAELIS DE VASCONCELOS


A Vida e a Obra de Carolina Michaëlis de Vasconcelos – Evocação e Homenagem na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

Esta exposição, organizada pela Biblioteca Geral e pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, integra o projecto "Carolina Michaëlis de Vasconcelos, 1851-1925 – Joaquim de Vasconcelos, 1849-1934: um encontro de culturas e de saberes", promovido por diversas entidades de Coimbra e do Porto para homenagear o casal.

Exposição biobibliográfica (Sala de S. Pedro) de 12 de Novembro a 18 de Dezembro de 2009 - Sala de S. Pedro

Horário: 10.00 h. - 12.00 h. e 15.00 h. - 17.00 h.

ver Prospecto.

J.M.M.

CENTENÁRIO REPÚBLICA - BIBLIOTECA NACIONAL


Do Protocolo de Cooperação entre a Assembleia da República e a Biblioteca Nacional (assinado a 29 de Julho de 2009), com vista às Comemorações do Centenário da República, registe-se as seguintes iniciativas da BIBLIOTECA NACIONAL:

"1. Organização de uma exposição intitulada Res Publica: Cidadania e Representação Política em Portugal, 1820-1926. A mostra, que conta com os Professores Fernando Catroga (Universidade de Coimbra) e Pedro Tavares de Almeida (Universidade Nova de Lisboa) como comissários científicos, será inaugurada no final de Setembro de 2010, devendo ser constituída por dois núcleos expositivos que estarão patentes simultaneamente na Assembleia da República e na Biblioteca Nacional de Portugal;

2. Edição do catálogo da exposição que conterá um conjunto de textos de natureza científica da autoria de reputados especialistas das áreas temáticas abordadas na exposição;

3. Edição de uma Bibliografia de Jornais Republicanos publicados entre 1848 e 1926, coordenada pela Dra. Manuela Rêgo (BNP);

4. Edição da Correspondência de Ana de Castro Osório (1872-1935) com personalidades republicanas; coordenado pelo Professor Amadeu Carvalho Homem (Universidade de Coimbra). A obra colocará à disposição do público dezenas de missivas, pertencentes ao Arquivo de Cultura Portuguesa Contemporânea (ACPC) da BNP, trocadas entre a escritora e publicista sadina, autora, entre numerosas obras, de Mulheres Portuguesas (1905), com, por exemplo, Teófilo Braga, António José de Almeida, Afonso Costa, Bernardino Machado, Magalhães Lima ou Manuel de Arriaga;

5. Edição do Inventário do Espólio do político e parlamentar republicano Ginestal Machado, integrado nas colecções do ACPC da BNP, coordenado pelo Professor Pedro Tavares de Almeida (UNL).

6. Edição fac-similada da publicação humorística Varões Assinalados, editada entre 1909 e 1911.

via Biblioteca Nacional (sublinhados, nossos).

Foto: Ana de Castro Osório e os filhos: João de Castro Osório e José Osório de Oliveira.

J.M.M.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A. DE ALMEIDA FERNANDES - COLÓQUIO


Na Academia Portuguesa de História (Palácio dos Lilases, Alameda das Linhas de Torres, Lisboa) realiza-se amanhã, dia 20 de Novembro, o COLÓQUIO A. de Almeida Fernandes [1917-2002], com abertura dos trabalhos às 10 horas.

A. de Almeida Fernandes foi "o último dos grandes estudiosos alti-medievalistas portugueses contemporâneos, com um saber verdadeiramente transversal, onde se cruzam a história, a geografia, a linguística, o latim, a onomástica (antroponímia e toponímia)" [ler AQUI].

J.M.M.

EFEMÉRIDES DE HÁ CEM ANOS: NOVEMBRO (PARTE II)



Dia 19
- Centro Eleitoral Democrático Elias Garcia: faleceu, vítima de tuberculose, o sócio deste centro Mário Victor Herculano Frias, empregado de escritório e que por várias vezes integrou a direcção do referido centro republicano, contando apenas 25 anos. O seu funeral realizou-se civilmente no dia 20.

Dia 20
- Almodôvar: o Dr. Pereira Coelho realizou uma conferência nesta vila alentejana a pedido de alguns elementos da Comissão Municipal Republicana. Esta conferência decorreu em casa do sr. João Coelho Palma.

Dia 21
- Centro Republicano do Seixal: conferência de Inocêncio Camacho subordinada ao tema Os Impostos.
- Grupo União da Mocidade Democrática Intransigente: comemorando o primeiro aniversário deste grupo, realizou-se na sede do Centro Escolar Republicano da Pena um conjunto de discursos anticlericais, com diferentes oradores em evidência do Partido Republicano e do movimento de Livre Pensamento.
- Grupo Escolar França Borges: na sua sede, na Travessa da Arronchela, nº 9, 1º, realizou-se a sessão de inauguração do retrato do patrono, participaram com os seus discursos Bernardino Machado, Manuel de Arriaga, Cunha e Costa, José de Abreu, Agostinho Fortes, Sá Pereira e Alfredo Ladeira.
- Centro Afonso Costa: distribuição dos compêndios escolares aos alunos deste centro, cuja sede se situava na Calçada de Arraiolos, 7, 1º. Na ocasião discursou ainda o Dr. Eusébio Leão.
- Centro Escolar das Mercês: sessão solene para inauguração da nova bandeira do centro. Tomaram parte na sessão diversos oradores do Partido Republicano.
- Aveiro: no teatro Aveirense, realizou uma conferência anti-clerical, o Dr. Egas Moniz.

Dia 22
- Junta Federal do Livre Pensamento: Reunião das comissões executiva, administrativa e de propaganda da Junta Federal do Livre Pensamento, na sede da Associação do Registo Civil, na rua dos Remolares, 30, 1º, para se começar a preparação do próximo Congresso do Livre Pensamento.
- Pombal: conferência republicana com a participação de Ramada Curto e João Sarraio. O promotor da conferência foi José Rodrigues de Figueiredo.

Dia 27
- Grémio Mocidade Liberal: no Barreiro, realizou-se um comício, em colaboração com o Centro Dr. Estêvão de Vasconcelos.

Dia 28
- Sobral de Montagraço: sessão de propaganda de Livre Pensamento com a participação de vários oradores como: França Borges, Gastão Rodrigues, Raul Pires, António Bernardo e Augusto José Vieira. Na ocasião foi feita a eleição da Junta Local do Livre Pensamento.
- Grupo Escolar França Borges: conferência política pelo sr. Lima da Veiga, subordinada ao tema O Partido Republicano e a sua obra.
- Comissão Paroquial da Freguesia da Ajuda: realização de eleição da respectiva comissão paroquial, na sede do Centro Republicano da Ajuda, situado na Rua da Bica, 27, 1º.
- Centro Republicano da Ajuda: sessão de propaganda escolar pelo Dr. Tovar de Lemos, que discursará sobre a importância da Higiene. Também na mesma ocasião falará a sra. Maria Veleda, professora do centro.
- Centro Escolar Dr. Alberto Costa: conferência de Agostinho Fortes.

Dia 29
- Junta Liberal: Na sede da Associação Comercial da cidade de Santarém, realizou-se uma conferência pelo Dr. Miguel Bombarda. A apresentação do conferente foi realizada pelo sr. António Ginestal Machado, presidente da Junta Liberal naquela cidade.
- Comissão Paroquial Republicana de Santa Justa: eleitos os novos corpos dirigentes desta comissão que ficou assim composta: Efectivos: Manuel Caetano Alves, Américo Afonso dos Santos, Ernesto António Camacho, Francisco Alves Moimenta, Manuel Emídio dos Santos Rebelo, Artur Alves Ribeiro, António Gomes Ribeiro.
Suplentes: João Nascimento Pereira, Joaquim Monteiro Falcão, Guilherme Ferreira Gândara, Justo Assumpção Pinheiro, Demétrio Simão Gomes, Cassiano Martins Silveira e António Joaquim Rodrigues.

A.A.B.M.

AQUILINO RIBEIRO - CASAMENTO (27 JUNHO DE 1929)


Aquilino Ribeiro casou em segundas núpcias [a sua primeira esposa foi Grete Tiedemann, mãe do seu filho mais velho, e que morre em 1927] com D. Jerónima Rosa Dantas Machado, filha de Bernardino Machado.

A foto que apresentamos, retirada, com a devida vénia, do blog Bernardino Machado, retrata o casamento de Aquilino realizado a 27 de Junho de 1929.

consultar a foto original AQUI.

J.M.M.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

EFEMÉRIDES DE HÁ CEM ANOS: NOVEMBRO (PARTE I)



Dia 1
- Seixal: Conferência de Brito Camacho, na sede da Comissão Municipal Republicana desta localidade.
- Comissão Paroquial Republicana de Alcântara: Reunião na sede, situada na Rua Maria Pia, 4, 1º, pelas 9 horas da noite.
- Centro Escolar Republicano das Mercês: Quermesse a favor do fundo escolar deste centro, cuja sede se situava na travessa das Mercês, 57. Abrilhantava a actividade a Tuna Democrática Dr. António José de Almeida.
- Grupo Tomás Cabreira: inauguração das actividades lectivas, com uma conferência do Dr. Manuel de Arriaga. Participava também nesta iniciativa a Tuna da Sociedade Promotora da Educação Nacional.
- Junta Liberal: O Dr. Miguel Bombarda realizou, em Lamego, no teatro da cidade, uma conferência anti-clerical. Acompanharam-no nesta iniciativa José de Castro e Cândido dos Reis.


Dia 2
- Escola Oficina nº1: uma delegação da comissão executiva da Junta Liberal visitou esta escola. Compunham esta delegação o Dr. Egas Moniz, Dr. Aurélio da Costa Ferreira e Artur Marinha de Campos.

Dia 3
- Centro Escolar Democrático José Estêvão: Para assinalar o aniversário do seu falecimento, realizou-se na Associação de Lojistas, situada no Largo da Abegoaria, 29, 1º, uma sessão de homenagem onde participaram diversas colectividades e participaram diversos oradores. Entre eles Flávio Bastos e José de Castro.
- Maria Veleda publica o seu livro A Conquista, que foi prefaciado por António José de Almeida.

Dia 4
- Centro Escolar Republicano das Mercês: Realização das eleições dos corpos gerentes do centro, sendo eleitos: Assembleia geral: presidente, José Correia Nobre França; Direcção: presidente, Carlos Afonso Nogueira; 1º secretário, José Martins Coimbra; 2º secretário, Carlos Augusto Faria; tesoureiro, António Alvoeiro; vogais, José de Oliveira, Artur da Fonseca e Sousa e Francisco Rodrigues Pereira.
- Centro Democrático Académico de Lisboa: na sede na rua dos Remolares, , 30, 1º, realizou-se a eleição dos novos corpos dirigentes deste centro. Foram eleitos:
Direcção: Ernesto Roma, Miguel Abreu, Júlio Pereira da Costa, Gastão Messier; substitutos: Luís Pacheco, António Pinto Teixeira, Álvaro Fernandes, Eurico Nogueira e Maximiano Alves.
Comissão de propaganda: efectivos: Manuel Bravo, Dagoberto Guedes Machado Cruz, Marques da Silva e Simões Torres; Substitutos: Silva Nobre, Rodrigues de Moura, Fidelino de Figueiredo, Augusto Vilas e Antero Machado.
- Centro Democrático João Chagas (Matosinhos): em correspondência enviada ao diário republicano A Luta, informava que as aulas funcionavam regularmente e que era cada vez maior o número de alunos.

Dia 7
- Grupo Excursionista do Castelo: Assinalava-se o sexto mês do falecimento do cidadão Artur d’Oliveira Rosa, adepto da movimento liberal e livre-pensador.
- Grupo Anti-Clerical Heliodoro Salgado: estava em fase de organização este grupo que tinha por objectivo realizar sessões de propaganda anti-clericais. Os interessados deveriam pagar uma quota de 30 réis mensais e a correspondência devia ser remetida para a rua do Bemformoso, 177, 1º andar.
- Centro da Ajuda: o centro, reconhecendo a absoluta necessidade de criação de uma escola primária no sítio da Cruz da Oliveira (Monsanto), decidiu fundar uma escola no lugar. Realizou-se, por isso, uma reunião onde tomaram da palavra entre outros a professora do Centro, Maria Veleda. A sede deste centro situava-se na Rua da Bica, 27, 1º. Eram professoras neste centro para além de Maria Veleda, Georgina de Figueiredo e Olívia de Almeida.
- Centro Democrático do Socorro: Realização de um sarau em benefício do cofre de beneficência do centro com a participação do Grupo 15 de Junho e a Troupe de Bandolinistas Sarrasate.
- Grupo Tomás Cabreira: Conferência pelo Dr. Bernardino Machado, subordinada ao título “A política portuguesa”. Este centro tinha a sua sede na rua do Telhal.
- Conferência Anti-clerical: António Maceira realizou em Beja uma conferência anticlerical, no teatro Bejense. Esta iniciativa, promovida pela Junta Liberal. Apresentou o orador o Dr. Aresta Branco.
- Centro Republicano Alhandrense: inauguração da nova sede do centro, onde passaria também a funcionar uma escola, situada na Praça 7 de Maio, 1º. Participaram entre outros oradores Ana de Castro Osório, Adelaide Cabete e Dr. Eusébio Leão. Presdia à assembleia-geral deste centro o cidadão Filipe dos Reis.
- Conferência Anti-Clerical: Em Aljustrel, o Dr. José de Castro, realizou uma conferência com cerca de 500 pessoas. Procedeu à apresentação do orador Manuel Brando, que era presidente da Comissão Municipal republicana.

Dia 8
- Comissão Distrital de Lisboa: Reunião em sessão extraordinária para dar posse à nova comissão eleita.

Dia 14
- Centro Escolar de Santos: inauguração de uma nova aula, foi convidado a apresentar uma palestra o Dr. Brito Camacho. Este centro situava-se na calçada do Marquez de Abrantes, 128, 2º
- Grupo Escolar França Borges: reunião extraordinária da assembleia-geral deste centro.
- Grupo Democrático “A Juventude Republicana”: festa dos sócios desta agremiação com presença do Grupo Dramático 15 deJulho. A sede deste centro situava-se na Calçada Nova do Colégio, 6, 1º (ao Socorro).
- Comissão Instaladora do Centro Republicano de S. Pedro do Sul: reunião no Centro da Pena, com vista a angariar sócios, apelando à presença de todos os são pedrenses residentes em Lisboa.
- Centro Escolar de Santa Isabel: conferência sobre “Escola Racionalista”, pelo sr. Pinto Quartin.
- Alcochete: Comício republicano nesta localidade com a participação de Inocêncio Camacho e Celestino de Almeida.
- Centro Elias Garcia: inauguração do centro escolar com a participação de Eusébio Leão, Agostinho Fortes e Carlos Amaro.
- Almada: falecimento de Joaquim Rodrigues Arado, com 75 anos, membro do Partido Republicano, sócio fundador do Centro Capitão Leitão e que integrou a comissão municipal republicana de Almada em 1908.

Dia 15
- Centro Democrático Académico de Lisboa: este centro promoveu as seguintes conferências em diferentes centros republicanos de Lisboa:
* Belém – Dagoberto Guedes;
* Benfica – Rui Pinheiro;
* Santa Isabel – Braga Zicker;
* Alexandre Braga – Jaime Teixeira;
* Campo Grande – Armando Amaral;
* Socorro – Silva Nobre;
* Rodrigues de Freitas – Raul Proença;
* Castelo Branco Saraiva – Arlindo Monteiro;
* Afonso Costa – Tolentino Ganho;
* Mercês - Pinto Teixeira;
* Grémio Federal – Jaime Cortesão;
* Évora – Manuel Bravo;
* Seixal – Raimundo Alves;
* Loures – Bana Júnior;
* Barreiro – Trinas Júnior;
* Vila Franca – J. Marques da Costa;
* Aldeia Galega – Manuel de Moura;
* Carnaxide – Carlos Torres;
* Beato – Homem Cristo, Filho;
* Académico – Leonardo Coimbra.
Estas conferências tinham a particularidade de serem todas proferidas por alunos das escolas superiores de Lisboa, que depois se tornaram personalidades de referência durante a 1ª República ou o Estado Novo.
- Centro Elias Garcia: sessão solene para inauguração do centro escolar, onde discursaram entre outros o Dr. Eusébio Leão, Agostinho Fortes e Carlos Amaro.
- Centro Republicano de Alcântara: sessão solene comemorativa da criação da Associação Infantil. Esta associação foi criada por iniciativa da professora do centro D. Ilda Jorge. Discursaram na sessão Ana de Castro Osório, Aurora Fernandes da Silva e o Dr. Eusébio Leão, como representante do Directório do partido. Para finalizar a sessão um grupo de alunos entoou as seguintes canções: A Marselhesa, Sementeira e a Internacional. Recitaram-se ainda vários poemas, por fim, falou o sr. João Andrade e a D. Ilda Jorge, a impulsionadora da associação.
- Sessões comemorativas do 20º aniversário da implantação da República no Brasil: no Centro de S. Carlos, com uma conferência de Teófilo Braga; no Centro António José de Almeida, o conferencista foi Eusébio Leão; no Centro Latino Coelho, o conferencista foi Inocêncio Camacho. Também no Centro Republicano do Seixal se realizou uma conferência com o mesmo objectivo por Raimundo Alves. Ainda no Centro Democrático Alhandrense se realizou outra conferência com idênticos fins, sendo conferencista o sr. Francisco Filipe dos Reis.

Dia 18
- Centro Eleitoral de Belém: abertura de matrículas, para a aula nocturna de desenho, que estava prestes a iniciar-se naquele centro.
- Centro Democrático Alhandrense: conferência de Álvaro de Oliveira Paes sobre a missão educativa do Partido Republicano.

[Em continuação]

[NOTA: A imagem, com a devida vénia, foi recolhida no Arquivo Fotográfico de Lisboa]
A.A.B.M.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

ENCONTROS DE OUTONO EM FAMALICÃO



AS ELEIÇÕES DA 1ª REPÚBLICA AO ESTADO NOVO

Subordinado a este tema vai realizar-se nos próximos dias 20 e 21 de Novembro, na Casa das Artes, em Famalicão, um colóquio com alguns dos especialistas no assunto.

Entre os investigadores contam-se Amadeu Carvalho Homem, Armando Malheiro, Norberto Ferreira da Cunha, Ernesto Castro Leal, António José Queirós, Fernando Rosas, Manuel Loff, Luís Farinha, João Madeira, António Pedro Vicente, Rita Almeida de Carvalho ou Luís Reis Torgal, que ao longo de dois dias vão debater, analisar e trocar opiniões sobre diversos actos eleitorais.

Esta iniciativa da Câmara Municipal de Famalicão vai realizar-se nas instalações da Casa das Artes .

Mais uma iniciativa que deve ser divulgada para se conseguir uma participação tão ampla quanto possível.

Consultar o programa AQUI.

A não perder.

A.A.B.M.

EXPOSIÇÃO DOUTRINA ELEITORAL DA MONARQUIA AO ESTADO NOVO



Vai ser inaugurada no próximo dia 19 de Novembro, no Museu Bernardino Machado, em Famalicão, a Exposição Doutrina Eleitoral: palavras, controvérsias e factos. Da Monarquia constitucional ao Estado Novo, que estará patente até ao final do presente ano de 2009.

Deve salientar-se que esta exposição já se inscreve no programa do comemorações do Centenário da República a realizar pela respectiva edilidade.

Uma excelente iniciativa, que não podiamos deixar de divulgar e recomendar a todos os nossos ledores, com os votos do maior sucesso para a iniciativa.

A.A.B.M.

domingo, 15 de novembro de 2009

RES PUBLICA, RÉPUBLIQUE, REPÚBLICA


Res publica, République, República: matrices, héritages, singularités

Vai realizar-se na Universidade de Nantes, através do Centro Internacional de Línguas, com a colaboração do Departamento de Estudos Lusófonos da Universidade de Nantes e com o apoio do Instituto Camões, nos próximos dias 19 a 21 de Novembro de 2009, este interessante colóquio.

Ao longo de três dias, com contributos de investigadores brasileiros e portugueses a viverem no estrangeiro, vão discutir-se, com olhares cruzados entre a Europa e a América. Saliente-se que o colóquio inicia com uma reflexão, certamente fundamental de um dos nossos melhores ensaistas, Eduardo Lourenço.

Afirma-se na nota de abertura do programa do colóquio:

Une République centenaire: le Portugal. Questions autour d'une problématique.
Concept défini au croisement de différents domaines de connaissances, l'idée de République connaît aujourd'hui de profonds questionnements. Si au XIXe siècle cette idée apparaît comme une réponse à l'Etat moderne, à l'ère de la mondialisation nous assistons, paradoxalement, au retour de concepts ambivalents tels du nationalisme et de l'identité qui, d'une part, sont liés à l'idée de République, mais d'autre part peuvent la relativiser et menacer sa légitimité. Dans ce contexte, le projet républicain est au centre du débat car il met en question le rapport entre l'homme et l'organisation politique.

Comme d'autres espaces géopolitiques, le Portugal et le Brésil sont directement
impliqués. Depuis au moins le XVIIIe siècle la France a exercé une influence certaine dans la formation des élites tant au Portugal comme au Brésil. Dans ces pays, ainsi que dans d'autres pays sud-américains, les idéaux révolutionnaires ont façonné la pensée et les oeuvres de poètes et de philosophes. Systématiquement refoulés, les mouvements indépendantistes se sont inspirés des valeurs-phares de la République française, la France étant le modèle pour les mouvements d'avant-garde tant idéologiques qu'artistiques et littéraires. Dans ce sens, il est possible de suivre l'un des points de convergence entre la France et le monde lusophone depuis au moins trois cents ans.

Afin de marquer les 220 ans de la Révolution française, les 120 de la République au Brésil et les 100 ans du républicanisme au Portugal, notre colloque reprend les matrices du Portugal moderne, jette la lumière sur les héritages qui perpétuent le dialogue entre l'Europe et le Brésil, et souligne les singularités de la civilisation brésilienne et qui font du Brésil un Etat républicain moderne.


[Lamentamos, desde já não fazer a tradução do texto, mas certamente que quase todos os nossos ledores, se o desejarem, conseguem-no.]

O programa completo do evento pode ser consultado AQUI.

Uma iniciativa importante, a decorrer fora de Portugal e que, muitas vezes, passa despercebido aos olhares dos interessados. Estas actividades permitem, por vezes, leituras alternativas, porque se encontram fora do circuito sempre muito limitado das correntes historiográficas dominantes num determinado momento.

A.A.B.M.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

SABINA FREIRE DE MANUEL TEIXEIRA-GOMES


"A Companhia de Teatro de Braga e A Escola da Noite apresentam na próxima quinta-feira, em Coimbra, a peça 'Sabina Freire', de Manuel Teixeira Gomes, preparada conjuntamente para assinalar o Centenário da República.

A peça - que estará em cena no Teatro da Cerca de S. Bernardo até 3 de Dezembro - cumprirá uma itinerância pelo país ao longo de 2010, no âmbito das Comemoração do Centenário da República.

"Sabina Freire", encenada por Rui Madeira, da Companhia de Teatro de Braga, com actores de ambas as companhias, é um espectáculo 'construído a partir de um texto notável' de Manuel Teixeira Gomes, intelectual e político nascido em Portimão, em 1860, e falecido em Bougie, na Argélia, em 1941.

É "uma homenagem a um dos mais interessantes políticos portugueses da Primeira República, cuja obra literária permanece demasiado desconhecida", refere A Escola da Noite numa nota de divulgação do espectáculo.


'Se analisado na época em que foi escrita e se analisado hoje, passados quase 100 anos, deslumbramo-nos com o material Sabina, que Teixeira-Gomes nos legou. Nós, portugueses, tão velhos como afirmamos e tão incapazes de nos descobrirmos na modernidade que transportamos. Tão ciosos das nossas vitoriazinhas morais, tão mesquinhos e fanfarrões, tão capazes de cuspir para o ar e tão invejosos da saliva dos vizinhos', acrescenta ..." [ler tudo AQUI]

Dia 19 de Novembro a 3 de Dezembro - Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra)

J.M.M.

CIDADES E VILLAS DA MONARCHIA PORTUGUEZA



AS CIDADES E VILLAS DA MONARCHIA PORTUGUEZA QUE TEEM BRASÃO D'ARMAS - Inácio de Vilhena Barbosa, Lisboa, Typographia do Panorama, 1860-1862, III vols.

"Com muitas dezenas de gravuras reproduzindo os brasões d’armas das cidades e vilas de Portugal , acompanhados de notícias históricas, geográficas, corográficas, etnográficas, agrícolas e outras que a essas cidades e vilas respeitam"

via Catálogo de Novembro da In-Libris.

J.M.M.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

GAZETA DOS CAMINHOS DE FERRO



"A Gazeta dos Caminhos de Ferro, inicialmente com o subtítulo, De Portugal e Espanha, surgiu em Lisboa a 15 de Março de 1888, e publicou-se até Dezembro de 1971.

Foi dirigida inicialmente por L. de Mendonça e Costa, com a redacção em Espanha a ser assegurada por D. Juan Eloy de Bona, filho de D. Francisco Javier de Bona, redactor principal da Gaceta. Nas páginas da Gazeta encontramos informação e documentação da maior relevância para a história dos caminhos-de-ferro, pois aborda os mais diversos aspectos: tarifas de transporte, informação sobre as linhas em Portugal, nas colónias e no estrangeiro, descrições de viagens, relatórios e contas das diversas companhias, cotações dos títulos de caminhos-de-ferro nas bolsas de Lisboa e Porto, receitas, despesas, legislação, estatística, publicidade, entre muitos outros assuntos, constituindo uma fonte incontornável para o estudo e o conhecimento da actividade dos caminhos-de-ferro em Portugal, desde o século XIX até à segunda metade do século XX, da maior utilidade para os investigadores, estudantes, professores, e público interessado.

Ao todo, são quase 30.000 imagens, acessíveis AQUI e AQUI"

Existências na Hemeroteca Digital:

- Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Espanha; Dir. Leonildo de Mendonça e Costa (1849-1922): Ano I, nº1 (15 de Março de 1888);

- Gazeta dos Caminhos de Ferro [continua a Gazeta dos Caminhos de Ferro de Portugal e Hespanha]; Dir. Leonildo de Mendonça e Costa (1849-1922)[depois J. Fernando de Sousa;...;Luís da Costa]: Ano 15, nº337 (1 de Janeiro de 1902) ao Ano 83, nº 1935 (Jan./Dez. 1971).

J.M.M.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

XXIX ENCONTRO APHES 2009


A APHES vai levar a efeito nos próximos dias 13 e 14 de Novembro, na Universidade do Porto, um dos mais prestigiados encontros de historiadores nacionais e internacionais.

Esta iniciativa, que se repete há quase três décadas, conta este ano como conferencista convidado Gregory Clark, da University of California, Davis.

O colóquio organiza-se pelas seguintes sessões:
SESSÃO 1: TRANSPORTES E SERVIÇOS
SESSÃO 2: IDENTIDADES NACIONAIS
SESSÃO 3: HISTÓRIA INDUSTRIAL
SESSÃO 4: INVESTIMENTO E DESENVOLVIMENTO
SESSÃO 5: EDUCAÇÃO E CIDADANIA
SESSÃO 6: EMIGRAÇÃO
SESSÃO 7: MEMÓRIA E PODER
SESSÃO 8: (RE)CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS
SESSÃO 9: PATRIMÓNIO DOCUMENTAL, BIBLIOGRÁFICO E MUSEOLÓGICO I
SESSÃO 10: IDENTIDADES NACIONAIS
SESSÃO 11: ASSOCIATIVISMO E CORPORATIVISMO
SESSÃO 12: EXPANSÃO E COLONIALISMO
SESSÃO 13: PATRIMÓNIO FINANCEIRO
SESSÃO 14: EXPANSÃO E COLONIALISMO
SESSÃO 15: (RE)CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS
SESSÃO 16: PATRIMÓNIO DOCUMENTAL, BIBLIOGRÁFICO E MUSEOLÓGICO II
SESSÃO 17: IDENTIDADES NACIONAIS III
SESSÃO 18: PATRIMÓNIO FINANCEIRO II
SESSÃO 19: IDENTIDADES SOCIAIS I
SESSÃO 20: REDES COMERCIAIS E SOCIAIS
SESSÃO 21: IDENTIDADES SOCIAIS II
SESSÃO 22: MEMÓRIAS URBANAS
SESSÃO 23: MARCAS, DEMARCAÇÕES E DENOMINAÇÕES DE ORIGEM
SESSÃO 24: MEMÓRIAS DO TRABALHO
SESSÃO 25: HISTÓRIA EMPRESARIAL
SESSÃO 26: EDUCAÇÃO E CIDADANIA II
SESSÃO 27: MEMÓRIAS
SESSÃO 28: MEMÓRIA E PODER II
SESSÃO 29: MEMÓRIA E PODER III
SESSÃO 30: IDENTIDADES LOCAIS
SESSÃO 31: EXPANSÃO E COLONIALISMO III
SESSÃO 32: IDENTIDADES PROFISSIONAIS
SESSÃO 33: CULTO E MEMÓRIA
SESSÃO 34: IDENTIDADES SOCIAIS III

PAINEL 1: Memória, Identidade e Património Cultural: Cartulários Medievais das Catedrais Portuguesas
PAINEL 2A: Preços, Salários e Rendas em Portugal, 1500-1900
PAINEL 3: Inequality, conflict and redistribution
PAINEL 4A: Memórias e identidades sociais. Culturas, práticas e representações de comunidades marítimas em perspectiva comparativa
PAINEL 2B: Preços, Salários e Rendas em Portugal, 1500-1900
PAINEL 4B: Memórias e identidades sociais. Culturas, práticas e representações de comunidades marítimas em perspectiva comparativa
PAINEL 5: Direitos de propriedade no Império português
PAINEL 6A: Recursos, Paisagens e Identidades
PAINEL 7A: Corporate Enterprise in Portugal and the World: Management, Governance, Ownership and Strategic Objectives
PAINEL 8: The Capital Market in the last two centuries
PAINEL 9: A memória documental do espaço: do Entre-Douro-e-Minho às terras de conquista (sécs. X-XIII)
PAINEL 6B: Recursos, Paisagens e Identidades
PAINEL 7B: Corporate Enterprise in Portugal and the World: Management, Governance, Ownership and Strategic Objectives

COMISSÃO CIENTÍFICA:

Ana Bela Nunes, Presidente (ISEG/UTL)
Armando Luís Carvalho Homem (FL/UP)
Inês Amorim (FL/UP)
Fátima Nunes (UE)
Rui Santos (FCSH/UNL)
Álvaro Garrido (FE/UC)

COMISSÃO ORGANIZADORA:

Amélia Polónia (FL/UP)
Antonieta Cruz (FL/UP)
Gaspar Martins Pereira (FL/UP)
Inês Amorim (FL/UP)
Luís Carlos Amaral (FL/UP)

O programa completo e detalhado das intervenções das muitas dezenas de oradores pode ser consultado AQUI.

Uma iniciativaa não perder.

A.A.B.M.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

XII JORNADAS HISTÓRICAS DE SEIA: GUERRA E PAZ. A HISTÓRIA


Vão realizar-se nos próximos dias 13 e 14 de Novembro de 2009, em Seia, as XII Jornadas Históricas de Seia, sob coordenação do Professor Fernando Catroga.

Este ano, a frequência deste evento foi reconhecido pelo Conselho Científico Pedagógico de Formação Contínua e foi creditada para docentes do ensino básico e secundário (0.6 créditos).

Entre os conferentes deste curso, contam-se as seguintes personalidades: Abílio Pires Lousada, Adriano Moreira, Alexandre Franco e Sá, Carlos Matos Gomes, Carlos Brás Saraiva, João Gouveia Monteiro, Jorge Seabra, Luís Alves Fraga, Pezerat Correia, Rita Garnel, Wladimir Brito, para além do próprio Fernando Catroga.

As actividades irão decorrer nas instalações do Centro de Interpretação da Serra da Estrela.

A não perder um conjunto assinalável de contribuições.

A.A.B.M.

ELITES POLÍTICAS E CULTURAIS NA 1ª REPÚBLICA



Amanhã e depois (11 e 12 de Novembro)vai realizar-se na Golegã um colóquio sobre as Elites Políticas e Culturais na 1ª República, em particular sobre o papel de José e Carlos Relvas.

Esta actividade organizada por Maria João B. Bonina Grilo e Elsa Lourenço, vai decorrer no Auditório Engenheiro Ricardo Magalhães-Equuspolis, salientando-se a conferência de abertura a proferir pelo Professor Doutor João Medina, pelas 10.30 h.

O programa completo deste evento pode ser consultado AQUI.

À consideração de todos os interessados

A.A.B.M.

ÁLVARO DE CASTRO - "A CAMINHO DO FORTE DA GRAÇA"




"A Caminho do Forte da Graça" (25 de Outubro de 1926), por Álvaro de Castro - via Ephemera.

Álvaro de Castro foi acusado de conspirar contra a ditadura do "Movimento de Maio" de 1926 e é detido sob prisão no Hospital Militar do Porto [a 17 de Outubro de 1926, a caminho do presídio, em Celorico da Beira, envia um curioso telegrama para o Ministro das Colónias - notar que Álvaro de Castro tinha sido nomeado Alto Comissário da República e Governador Geral da Província de Moçambique a 13 de Setembro desse ano - refª Vermelhos, Brancos e Azuis, de Rocha Martins, vol IV, 1951]. Aí, em 21 de Outubro desse ano, foi "punido com dois meses de inactividade" por incumprimento das regras (receber visitas) a prestar no Forte da Graça [ibidem].

A Ordem do Exército dizia o seguinte [refª "Álvaro de Castro. Pela República, Liberdade e Democracia", de Aires Antunes Diniz, C. M. Guarda, 2005, p. 148]:

"Puno com dois meses de inactividade, o major de Infantaria, Álvaro de Castro, por ter escrito uma carta cuja publicidade, indirectamente autorizou, e que com efeito foi publicada, na qual se refere à força armada, por forma a poder estabelecer uma desunião [discussão, segundo R. Martins, ibidem] prejudicial à disciplina, isto agravado com a insinuação que os negócios do Estado são tratados como se fossem de interessa pessoal violando assim os n.º 4ª e 48º do artigo 5º [50, em R. M.] do RDM com a agravante [... da 2ª Parte, in R.M.] do n.º 7º do artigo 115º".

J.M.M.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

DUELO ANTÓNIO GRANJO E ÁLVARO DE CASTRO




in Ilustração Portuguesa, nº354, Lisboa, 2 de Dezembro de 1912 [clicar nas FOTOS]

J.M.M.

ÁLVARO DE CASTRO


Assinala-se hoje o aniversário do nascimento de uma das figuras controversas da 1ª República, Álvaro Xavier de Castro.

Nasceu na freguesia da Sé (Guarda), filho de José Augusto Soares Ribeiro de Castro, outra figura importante a que o Almanaque Republicano, futuramente, dedicará a sua atenção, e de Maria Beneditina de Castro Pignatelli e viu a luz do dia a 9 de Novembro de 1878.

Muito jovem, enveredou pela vida militar, tendo assentado praça em 27 de Julho de 1896, como voluntário no Regimento de Cavalaria nº 2, Lanceiros de El-Rei. Ao fim de seis anos de serviço foi promvido a alferes, em 15 de Novembro de 1902. Frequentou a Escola do Exército que concluiu em 18 de Outubro de 1901. Terá realizado o exame na Escola Politécnica em 1899, quando desempenhava as funções de sargento graduado cadete. Passou pelos postos de tenente (1906) e capitão (1913), antes de chegar a major, em 1918.

Em Maio de 1906, casa com Maria Rosa de Meireles.

[Em continuação]

A.A.B.M.

domingo, 8 de novembro de 2009

LEILÃO DA COLECCÃO CAPUCHO



Vai decorrer amanhã e depois, 9 e 10 de Novembro, pelas 15 horas, a III Parte do Leilão da Colecção António Capucho, que vai ser realizado pelo Palácio do Correio Velho.

Pode ler-se na apresentação do leilão:
Já há muito que ouvíamos falar da Biblioteca de António Capucho como uma das melhores do nosso país em mãos particulares, não só pela raridade de muitas das suas espécies bibliográficas, como pela cuidada e inteligente escolha que o distinto bibliófilo e coleccionador de ar te empregara na aquisição dos seus cimélios.
Enorme foi a alegria sentida quando, depois de adjudicado o leilão desta biblioteca pelo Palácio do Correio Velho, nos foi concedida a honra de estudarmos e catalogarmos este conjunto, tarefa que tem vindo a ser feita desde Março do corrente ano. Com dois leilões já realizados, procede-se agora à venda da terceira par te desta biblioteca. A fama adquirida ao longo do tempo por esta colecção é bem reflexo do douto critério, da procura lúcida e paciente e do bom gosto literário do apaixonado bibliófilo. E, tal como tínhamos previsto, os dois primeiros leilões constituíram um enorme êxito junto do público, congregando centenas de amadores de livros, que tiveram a opor tunidade de adquirir numerosas jóias literárias e bibliográficas reunidas nesta biblioteca, a cuja organização e estudo António Capucho dedicou grande par te da sua vida. São disso prova os trinta dossiers manuscritos de fichas sobre bibliografia por tuguesa que deixou e que permanecem como um impor tante trabalho de referência, testemunhando a profunda minúcia e a atenção com que estudava os seus livros.


Sendo uma biblioteca formada por um apaixonado coleccionador, António Emídio Ferreira de Mesquita da Silva Capucho, onde se podem encontrar obras preciosíssimas ligadas a variados assuntos,com destaque para os Descobrimentos, monografias locais, culto de Santa Isabel, novenas, folclore, diários, arquivos nobiliárquicos, entre múltiplas temáticas. Estas obras cronologicamente abragem um vasto período que vai do século XVI ao século XX.

Este leilão, merece a melhor atenção de todos os amantes da bibliofilia, devido à riqueza e raridade de muitas das obras que são apresentadas. O Catálogo pode ser consultado AQUI.

A.A.B.M.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ALMANAQUE REPUBLICANO - 3º ANIVERSÁRIO


O Almanaque Republicano cumpre hoje o seu terceiro aniversário.

Ao longo destes três anos publicaram-se 878 mensagens.
O contador que utilizamos desde o início, apesar de ser menos benévolo nas suas contagens assinala até ao momento 73 560 visitas, que se traduz em 108 665 páginas visistadas. Em média por dia visitam este nosso espaço 104 visitas diárias.

Ao longo deste último ano, o Almanaque Republicano passou a integrar as redes sociais como o Twitter e, mais recentemente o Facebook, onde a rede de amigos tem crescido continuamente e esperemos que continue a alargar-se.

Quanto ao trabalho realizado, podem consultar-se na barra lateral as 644 etiquetas diferentes que foram utilizadas até agora. Sendo que as 10 entradas mais utilizadas são:

1º - biografia, 110;
2º - bibliografia, 60;
3º - Coimbra, 52;
4º - livros, 51;
5º - colóquios, 43/periódicos, 43;
6º - efemérides, 39;
7º - regicídio, 35;
8º - questão académica, 32;
9º - maçonaria, 27;
10 - imprensa republicana, 24;

Curiosamente, e se calhar não por acaso, se analisarmos a questão das etiquetas revelam-se os interesses dos autores deste nosso espaço.

Não podemos também deixar de referir algumas achegas, contributos e estímulos que nos vão chegando pelas mais variadas formas. Nesta altura, não podemos esquecer cinco personalidades que já nos contactaram e que nos forneceram algumas pistas, facultaram dados ou simplesmente nos apoiaram neste nosso percurso na permanente demanda de novos elementos sobre a implantação da República: António Ventura; Ernesto Castro Leal; Fernando Catroga; Luís Bigotte Chorão e Manuel Sá Marques.

Chamamos também a atenção dos nosso estimados ledores para a plêiade de blogues que nos acompanham nestas lides (por exemplo: Bernardino Machado ; Republica100anos ou os Caminhos da Memória) e que podiam ser em maior número se houvesse maior número de pessoas empenhadas.

A todos os que nos têm acompanhado e aos que habitualmente nos visitam só podemos dizer:

VIVA PORTUGAL

VIVA A REPÚBLICA.

Saúde e Fraternidade.

A.A.B.M.
J.M.M.

SOEIRO PEREIRA GOMES NA ESTEIRA DA LIBERDADE


Vai ser inaugurada amanhã, no Museu do Neorealismo, em Vila Franca de Xira, pelas 17 horas, a exposição comemorativa do centenário do nascimento de Soeiro Pereira Gomes.

Uma exposição organizada pela curadora Luisa Duarte Santos, onde se aborda uma personalidade incontornável na história da cultura e da resistência do século XX que deve ser visitada AQUI.

A.A.B.M.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

VEM AÍ A REPÚBLICA:1906-1910


Foi hoje apresentado, na Livraria Almedina/Estádio, em Coimbra, o novo livro do Professor Doutor Joaquim Romero Magalhães.

Cerca das 18 horas, juntaram-se no espaço supra referido algumas dezenas de colegas, amigos, familiares para assistir à apresentação pública de um novo título da historiografia sobre os tempos que antecederam e culminaram na implantação da República.

Joaquim Romero Magalhães, historiador reputado do período dos Descobrimentos enveredou desta vez, e ainda bem, permita-se-nos a opinião, por estudar um tema que já tinha tocado, mais ou menos aprofundadamente, noutras ocasiões. Nesta obra, que o professor de História Económica, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, começa por reconhecer logo nas palavras prévias que esta foi uma obra planeada, começada e abandonada várias vezes (p. 13). O autor reconhece que sentia uma necessidade interior porque sendo republicano e educado em meio republicano, conheço razoavelmente as vicissitudes do regime e quanto foi desacreditado por adversários e mesmo por seguidores. (...) A centralidade da cidadania é o grande contributo do novo regime. Que nunca pode ser minimizado(p. 14).

Coube ao Professor Doutor Fernando Catroga realizar a apresentação da obra. Durante cerca de trinta minutos, este especialista no período em causa, realçou, entre outros aspectos, a qualidade do texto e as perspectivas de análise que o autor procurou aprofundar. Assim, começando por analisar a obra produzida pelo autor noutros domínios historiográficos, trilhando e desbravando caminhos iniciados por Vitorino Magalhães Godinho, acaba por tocar aquela área que enformou a sua personalidade através das vivências e memórias de familiares.

Este estudo, constituído por quinze capítulos, quase todos breves, onde cada capítulo funciona de forma autónoma, mas integrado numa trama mais longa. Este período, em análise é profundamente marcado pela crescente tensão, não só entre monárquicos e republicanos, mas também entre republicanos que vão acabar por conduzir à desagregação que se conhece após a implantação da República. Por outro lado, nota-se também uma profunda tensão entre monárquicos. Eles estavam cada vez mais divididos e o rei tornou-se cada vez mais uma personalidade sem carisma para tentar rejuvenescer o regime. Mesmo as tentativas que ensaiou, em particular com João Franco, acabaram por acelerar cada vez mais a queda do regime.

Outro dos aspectos destacados na apresentação de Vem aí a República: 1906-1910 foi o facto de muitos republicanos considerarem, em particular na fase final da Monarquia, que a implantação da República era uma inevitabilidade, ou por exemplo Teófilo Braga que considerava, com base no seu sistema filosófico positivista, que a implantação da República estava inscrita na ordem da Natureza. Muitos republicanos, apesar de estarem de acordo em alguns pontos, manifestavam diferentes perspectivas sobre o regime, que depois vão estar na base dos problemas que se conheceram durante a República.

Como referiu o autor da obra, o período final da Monarquia foi um bambúrrio, em que os republicanos aproveitaram os erros e problemas gerados pelos monárquicos. Os escândalos políticos e financeiros, as constantes mudanças de governo e a falta de uma ideia que unisse os monárquicos, acabou por conduzir tanto D. Carlos como D. Manuel II para um crescente isolamento. Eram cada vez mais reis sem monárquicos que os defendessem, que os apoiassem ou os sustentassem. Essa situação, como observou Romero Magalhães e confirmou Fernando Catroga, foi notória durante o regicídio ou durante os acontecimentos de 4 e 5 de Outubro de 1910.

Uma obra que recomendamos aos nossos ledores pela actualidade e pela qualidade do texto. Muitos capítulos lêem-se rapidamente. Observa-se também a utilização segura das obras clássicas e de bibliografia mais recente, cruzando com a consulta da imprensa da época, onde se recolhem dados muito interessantes que permitem tecer um discurso interpretativo e narrativo dos acontecimentos com grande qualidade.

A não perder pelos curiosos e estudiosos da época.

A.A.B.M.