O DYABO - Editor Responsável, João Victorino Ribeiro [a partir
do nº2. Manuel Inácio Alves Pereira], Typographia Gutenberg, Porto. 1895, VI
números.
Ano I, nº 1 (12 Maio 1895) ao nº 6 (17 Agosto de 1895);
Manuel Inácio Alves Pereira (1869- ), escriturário por profissão
e guarda-livros da Liga das Associações de Socorros Mútuos (de Gaia), foi um
curioso editor [colabora n’A Portugueza, Velocipedista, O Carapau, A Luz, Zé
Povinho, O Má Língua, Revista Nova, Moncorvo, O Arauto – ver AQUI], por diversas
vezes condenado por abuso de liberdade de imprensa (como foi o caso passado com
“A Portugueza”).
“Cavalheiro! Parece-me que lhes vejo os narizes torcidos! Pois destorçam-n’os
que eu vou fallar. Sou o Dyabo, volto do exilio, venho sadio e mau, sem o
desalento e a gloria que se amalgamaram na fronte do senhor João Chagas, mas
disposto, se a minha popularidade não chegar ás fabricas de louça ou bolacha, a
leval-os todos para as profundas do Inferno. Quem disse que eu morrera,
mentiu-lhes. É verdade que o Guerra Junqueiro me atou uma lata ao rabo, e me
fez coisas do arco-da-velha, mas nesse tempo, andava eu faminto, anemico de
bolsa, como os manos Arroios de vesga memoria (...)”.
O seu programa diz o seguinte: “É coisa que não fazemos, ao
inverso da estafada praxe. O nosso programma está na nossa consciencia;
sebel-o-ha quem nos lêr. Fazer programmas para mentil-os, é uma torpeza reles
ou incoherencia estupida. De resto, não nos bandeamos com ninguem: queremos
fazer fogo de franco-atiradores (...)” [ler AQUI]
J.M.M.
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