Nasceu em Alijó, distrito de Vila
Real, a 8 de Janeiro de 1845.
Ingressou
na Escola Médico Cirúrgica de Lisboa, onde apresentou a sua tese subordinada ao
título Ruptura do Útero, sendo
presidente do jurí José Eduardo de Magalhães Coutinho e como examinadores
Manuel Nicolau Bettencourt Pitta, Pedro Francisco Alvarenga, Joaquim Teotónio
da Silva e José Gregório Teixeira Marques. Enquanto estudante de medicina,
curso que fez com o apoio dos irmãos e
durante o qual se dedicou ao ensino secundário.
Exerceu
actividade clínica em Lisboa, tendo inicialmente um consultório homeopático e a
partir de 1882 instala-se no Hotel da Saúde, a Rua Saraiva de Carvalho.
Foi um
dos fundadores da Associação do Registo Civil em 1876. Além disso foi ainda um
dos fundadores da Federação Académica de Lisboa.
Casou em
9 de Setembro de 1877 com Júlia de Faria Maia, celebrando-se a cerimónia na
Igreja de S. Nicolau.
Desde
muito cedo envolvido na vida política, colaborando na imprensa política da
época, em particular a republicana, mas também a socialista e anarquista. Participando
no Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas foi convidado, em 1872, a participar como
relator, na comissão redactora dos novos estatutos para a associação operária
juntamente com José Fontana, Sousa Brandão, Nobre França e Luís Eça. Esses
estatutos foram aprovados em reunião de 8 de Março de 1872. A propósito, o Dr.
Eduardo Maia, assume em 1873,
a sua função de membro da secção portuguesa da
Associação Internacional dos Trabalhadores e um dos primeiros anarquistas do
País, publica nesse ano A Internacional, Sua História, Sua Organização e seus
Fins. Colaborando no jornal República Federal, que se publicou em Lisboa que
saúdam com entusiasmo a proclamação da República em Espanha em 12 de Fevereiro
de 1873. Nessa fase viu dois dos seus artigos serem querelados judicialmente
pelas autoridades, facto que demonstra a dureza dos seus escritos. Sabe-se que
o Dr. Eduardo Maia esteve também ligado ao primeiro directório do partido
republicano, mas que rapidamente se desvinculou do mesmo devido às várias
cisões internas a que se assistiram nesse período. Terá participado nas
reuniões iniciais mas depois afastou-se desta agremiação política. Era ainda um
dos elementos da tertúlia que habitualmente se reunia na Livraria Nova
Internacional de Carrilho Videira, juntamente com Silva Pinto, Nobre França,
Silva Lisboa e Martins Contreiras.
O seu
percurso político inicia-se com o republicanismo federal depois envereda pelo
socialismo libertário. Após o congresso da Associação Internacional de
Trabalhadores realizado em Haia, em 1872, Eduardo Maia desenvolve claramente
uma actividade libertária, convertendo-se mesmo ao anarco-comunismo de
Kroptkine, em 1879, facto que assume com naturalidade, mas que é muito
criticado pela sociedade do seu tempo, quando essa situação era extremamente
rara.
O
falecimento do Dr. Ayres Maia, em 1874, irmão de Eduardo Maia e, tudo indica, o
primeiro funeral civil que se realizou em Lisboa. Esta situação acabou por
gerar alguma polémica, pois no jornal Nação, surgiram alguns artigos do pároco
de Santa Justa criticando esta situação e sobretudo o aproveitamento feito
pelos defensores do Registo Civil. A estas publicações respondeu o Dr. Eduardo
Maia com a publicação de uma carta opúsculo em que defendia a memória do irmão
falecido.
[em continuação]
A.A.B.M.
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