Foi funcionário do Ministério dos Abastecimentos e do
Trabalho, mais tarde integrou também o quadro de funcionários do Instituto de
Seguros Sociais Obrigatórios.
Em 1912, Boavida-Portugal iniciou
no jornal República um conjunto de
artigos sobre o Inquérito Literário
que depois viria a ser publicado em 1915.
Ainda nesse ano faz parte da
Associação de Classe dos Trabalhadores do Teatro, que chegou a ter projectado
um semanário desta associação intitulado O
Trabalhador do Teatro, tendo uma redacção constituída por João Coimbra,
João Ferreira, Victoriano Braga, Guedes Vaz, Araújo Pereira e Jorge Roldão.
Em 1913 esteve ligado à fundação
da revista Teatro, uma efémera
revista de critica onde colabora de forma quase anónima um jovem escritor de
nome Fernando Pessoa publicou três artigos bastante agressivos que conseguem
obter alguma visibilidade. Da
revista Teatro, de que
saem quatro números e onde Pessoa publica três artigos, nº1, de 01-03-1913,
onde faz uma critica demolidora ao livro de Afonso Lopes Vieira, Bartolomeu Marinheiro; nº2,
08-03-1913, onde se dedica ao livro de Manuel de Sousa Pinto; nº3, de
25-03-1913, "Novas Publicações Literárias", onde apreciava em tom
satírico a Teatrália, Gente
Moça e Talassa. [Manuela Parreira da
Silva, “Boavida Portugal”, Dicionário de
Fernando Pessoa, Dir. Fernando Cabral Martins, Editorial Caminho, Lisboa,
2008, p. 672].
Esteve ainda ligado à direcção do
jornal O Jornal, que se publicou em
1915 e durante 47 números, entre 4 de Abril e 19 de Maio, curiosamente, este um
jornal monárquico. Nesse jornal colaboravam ainda Alfredo Pimenta, Almada
Negreiros, Bulhão Pato, Cândido Guerreiro, António Correia de Oliveira e Fernando
Pessoa. Segundo o Prof. Oliveira Marques, este jornal funcionou como órgão
oficioso do Governo do General Pimenta de Castro. Em 1915, quando dirige O
Jornal, Fernando Pessoa também mantém uma coluna intitulada "Crónica
da Vida que passa", onde saíram seis artigos todos no mês de Abril de 1915
(5, 8, 11, 15, 18 e 21). Este último artigo obrigou Boavida Portugal a
intervir, já que houve reacção por parte dos leitores e, em particular, da
classe dos chauffeurs que enviaram um abaixo assinado ao jornal e o director
teve que escrever um artigo intitulado "Explicação Necessária",
publicado a 23 de Abril, onde informava que o autor da coluna tinha deixado de
colaborar com o jornal. Mas o poeta e o jornalista já se conheciam desde 1912 e
mantiveram relações de amizade mesmo após estes incidentes.
Participou entre Outubro de 1920
e Julho de 1921 no grupo político denominado Federação Nacional Republicana,
liderado por Machado Santos e integrando personalidades como João Viegas Paula
Nogueira, Joaquim Meira e Sousa, Manuel Gomes da Costa, Alexandre Barbosa e
José Boavida-Portugal, juntamente com José de Freitas Ribeiro, João Manuel de
Carvalho, Aniceto Xavier Horta entram nesta organização política em Junho de
1921, porém este agrupamento político dissolve-se em 13 de Julho de 1921. Fez
ainda parte do Directório do Partido Reformista, liderado por Machado Santos,
onde pontuavam ainda Dr. Abranches de Figueiredo (advogado); Dr. Mário Ramos
(deputado); Lameira Bueri (engenheiro); Melo Simas (tenente coronel); Dr.
Alberto Osório de Castro (Juiz da Relação); José de Freitas Ribeiro (capitão de
fragata); Dr. Paula Nogueira (Lente Instituto de Medicina Veterinária); Mendes
do Passo (tenente coronel); Aniceto Horta (capitão de fragata) ; Dr. Lopes
Vieira (Juiz do Tribunal do C.E.P.); Osório de Castro (tenente coronel); e Dr.
Albuquerque Stockler (major médico).
Fez parte da comissão que
organizou a homenagem a Gomes Leal, realizada por iniciativa da Câmara
Municipal de Lisboa, em 1925, onde participaram também Sebastião de Magalhães
Lima, Alfredo Guisado, Humberto Pelágio, Gomes Monteiro, Avelino de Almeida,
João de Barros, Amadeu de Freitas, Ladislau Batalha, Alves Martins e Ferreira
de Castro, entre outros. [António Ventura, O
Imaginário Seareiro. Ilustradores e Ilustrações da Revista «Seara Nova»
(1921-1927), Lisboa, Instituto Nacional de Investigação Científica, 1989,
p. 102].
Colaborou em publicações como: Serões (1909), República, Diário da Tarde (1913), A Lanterna Ilustrada (1913), O Teatro (1913), Orfeu (1915), O Jornal (1915), pertenceu ainda às redacções de jornais diários, tendo maior
permanência no Século e no Portugal (dirigido pelo coronel Pestana
de Vasconcelos).
Publicou os seguintes títulos:
Depois da guerra... : o que deverá ser a educação em Portugal : as Câmaras e o ensino e os problemas nacionais, Lisboa : [s.n.], 1918.
O que deverá ser a educação em Portugal depois da guerra... , [S.l. : s.n.]. 1918.´
Portugal, Terra de Heróis, 1918.
Cartilha nova : doutrina moral, [S.l. : s.n.], 1900.
Da liberdade à democracia, Lisboa : Livr. Central, 1923.
A mulher de luto : processo ruidoso e singular Polyanthéa / Gomes Leal ; prefácios de Boavida Portugal, Fernando Reis e Luis Cebola. 2a ed ilustrada. Lisboa : Livraria Central, 1924.
Duas teses queimadas : notas e comentários a um caso escandaloso / Boavida Portugal e Calado Rodrigues. Lisboa : [s.n., 1924].
Eça de Queirós, bolchevista : ensaio crítico, Lisboa : Livr. Central, 1930.
Paraiso perdido, Lisboa : Livr. Central, 192?
Organização nacional, [S.l. : s.n., 19??].
A.A.B.M.
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