"Senhor, a noite veio e a alma é vil.
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!"
Tanta foi a tormenta e a vontade!
Restam-nos hoje, no silêncio hostil,
O mar universal e a saudade.
Mas a chama, que a vida em nós criou,
Se ainda há vida ainda não é finda.
O frio morto em cinzas a ocultou:
A mão do vento pode erguê-la ainda.
Dá o sopro, a aragem — ou desgraça ou ânsia —
Com que a chama do esforço se remoça,
E outra vez conquistaremos a Distância —
Do mar ou outra, mas que seja nossa!"
[FERNANDO PESSOA, in "Mensagem"]
"… desde há três mil anos, o
sal do que hoje é portugal chegava aos fundos do mediterrâneo graças ao impulso
de sermos eldorado em minérios para o tempo e templo solimão e depois, por
arrasto e desde balsa, sal e peixe - sobretudo sardinha, biqueirão e cavala em garum,
a grã-da púrpura, o figo, o azeite, o mel e a amêndoa. Há quinhentos anos, as
sinagogas do “velho mundo” bebiam vinho fino e judengo do algarve e portugal era
o nome da laranja doce em todas as medinas e até aos fundos do mediterrâneo - sem
esquecer que na flandres do pano e do trigo se festejava la mer de cocagne com
os nossos arroz doce, figo e amêndoa …"
[Francisco Palma Dias]
FOTO s/n, s/l
J.M.M.
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