NAÇÃO PORTUGUESA. [Pola Ley e Pola
Grey]. Revista de Filosofia Política [depois, Revista de Cultura Nacionalista]
[Órgão do Integralismo Lusitano]; Editores: França e Arménio (Arco de Almedina,
2-4, Coimbra; Impressão: Tip. Teixeira de Mário Antunes Leitão (Rua da Cancela
Velha), Porto; 1914-1938, XI Séries:
- I Série, nº 1 (8 de Abril de 1914)
ao nº 12 (Novembro de 1916); Dir. Alberto de Monsaraz (Secretário, Nuno de M.
Teixeira) [NOTA: A revista “Nação Portuguesa” interrompe-se, sendo substituída
pelo diário integralista da tarde “A Monarquia” – 12 de Fevereiro de 1917, com
Alberto de Monsaraz na direcção e redactor-chefe, João do Amaral -,
reaparecendo depois em Julho de 1922, já sob a direcção de António Sardinha]; Composição:
Rua Serpa Pinto, 38, 2º; Impressão Largo do Calhariz, 29 e a partir do nº 8
(Junho 1915) na Tip. Minerva, Av. Trovisqueira, Famalicão;
- II Série [subtítulo: “Revista
de Cultura Nacionalista"], nº 1 (Julho de 1922) ao nº 12 (1923);Dir. António
Sardinha (Secretario, Domingos de Gusmão Araújo); [NOTA: Alfredo Pimenta sai, em
1924, formando a Acção Realista Portuguesa]; Editor: J. Fernandes Júnior; Propr:
a partir do nº 2, Empresa da “Nação Portuguesa” e a partir do nº5 (Novem 1922),
da “Sociedade Integralista Editora, Lda”; Composição: largo do Directório, nº8,
3º; Impressão: Largo do Calhariz, 29 [no nº 9 – por dificuldades (!?) de
tipografia – e no nº 12, na Typ. Tirsense, Santo Tirso];
- III Série [subtítulo:
“Revista de Cultura Nacionalista"], nº 1 (1924) ao nº 12 (1926); Dir. António
Sardinha [apenas nos 2 primeiros números, tendo, pela morte de A. Sardinha a 10
de Janeiro de 1925, assumido a direcção da revista Manuel Múrias e Rodrigues
Cavalheiro (nº3) no lugar de secretário] (Secretário, Manuel Múrias); Editor e
Propr.: J. Fernandes Júnior; Impressão: Rua da Horta Seca, 7, Lisboa [no seu
nº3, na Imprensa Beleza, R. da Rosa, 99-107, Lisboa];
- IV Série [subtítulo: “Revista
de Cultura Nacionalista"], de 1926 a 1928; Dir. Manuel Múrias (Secretário,
Marcelo Caetano, a partir de Novembro de 1927); Editor e Propr.: J. Fernandes
Júnior; Redacção: Largo do Directório, 8, 3º; Impressão: Imprensa Beleza, R. da
Rosa, 99-107, Lisboa;
- V Série, nº1 (Julho de 1928)
ao nº12 (Junho de 1929); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano); idem
- VI Série, nº1 (1929) ao nº12 (1931);
Dir. Manuel Múrias (Secretário, Marcelo Caetano);
DEPOIS, a revista passa a
publicar-se em volumes:
- Volume VII, nº1 (1932) ao nº
12 (1933); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
- Volume VIII, 1933 a 1934
(seis fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
- Volume IX, 1934 (seis fasc.);
Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
- Volume X, 1936 a 1937 (seis
fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
- Volume XI, 1937 a 1938 (seis
fasc.); Dir. Manuel Múrias (Secretário, Fernando Campos);
[Alguma]
Colaboração/Artigos: A. Botelho da Costa Veiga, Adriano Xavier Cordeiro, Afonso
Lopes Vieira, Afonso Lucas, Alberto de Monsaraz, Alfredo Pimenta, Álvaro Maia, Amadeu
de Vasconcelos (Mariotte), António Ferro, António Pedro, António Sardinha
(António de Monforte), Ayres de Ornelas, Augusto da
Costa, Avelino Soares, Bettencourt Rodrigues, Caetano Beirão, Carlos Malheiro
Dias, Carlos de Passos, Castelo Branco Chaves, Cunha Saraiva, D. Luís de
Castro, Domingos Garcia Pulido, Domingos de Gusmão Araújo, Eduardo Brasão, Feliciano
Ramos, Fernando Amado, Fernando Campos, Fernando Pires de Lima, Ferreira
Deusdado, Francisco L. Vieira de Almeida, Francisco de Sousa Gomes Veloso, Francisco
Vieira de Almeida, Gonçalves Cerejeira, Gustavo Ferreira Borges, Henrique
Galvão, Hipólito Raposo, J. Lúcio de Azevedo, João do Amaral, João Ameal, João
de Castro, João da Rocha Páris, José de Azevedo Castelo Branco, José Osório de
Oliveira, José Rebelo, Luís de Almeida Braga, Luís Cabral Moncada, Luís Chaves,
Manuel Múrias, Marcelo Caetano, Mário de Albuquerque, Martinho Nobre de Melo, Mussolini,
Nuno de Montemor, Pedro Teotónio Pereira, Pequito Rebelo, Rodrigo de Sá
Nogueira, Rodrigues Cavalheiro, Rolão Preto, Silva Rego, Simeão Pinto Mesquita.
► Precedida pela revista “Alma Portuguesa” [Lovaine, 1913] -
onde aparece pela primeira vez a expressão “Integralismo Lusitano” sob a pena
de Luís de Almeida Braga - e pelos “Meus Cadernos” (1913-1916), de Mariotte
[aliás, padre Amadeu de Vasconcelos], a revista “Nação Portuguesa” assume o
projecto e a “direcção do movimento de que foi órgão” [cf. Carlos Ferrão, O
Integralismo e a República, vol. I] - o “Integralismo Lusitano” [de 1914 a 1922,
ano em que a sua Junta Central decreta a auto-dissolução do movimento].
[“O Integralismo Lusitano, como
o seu nome indica, pretende reformar integralmente a vida social portuguesa (…)
não somos retrógrados, nem somos conservadores – não queremos voltar atrás, nem
conservar o que está -; somos, sim, reaccionários e renovadores, - reagimos
contra o presente tal qual é e desejamos restabelecer, não o passado que
tivemos, mas o presente que hoje teríamos, se influências não portuguesa nos
não houvessem desviado do rumo natural da nossa evolução” (Alberto Monsaraz),
in Raul Proença. Polémicas, org. Daniel Pires, 1988]
Nacionalista, doutrinariamente
antiliberal e anti-parlamentar, contra a Democracia e a República, o
Integralismo Lusitano decalca a “Action Française” [com evidentes conflitos com
o então exilado maurrasiano Mariotte], embora muitos pretendam - em escusa do alto
pensamento intelectual e filosófico evidenciado (?) pelo escol, putativamente encarnado
na figura recorrente de António Sardinha ou em textos de Hipólito Raposo e
outros bons espíritos da época - não ter nenhum fundamento. Como, aliás, a germanofilia
assumida de António Sardinha é, de igual modo, e para os seus apaniguados, não provada.
O Integralismo apoia o
Sidonismo, participa na revolta de Monsanto (1919) e na Monarquia do Norte,
acolhe esperançoso o “28 de Maio”. Ao mesmo tempo desvincula-se da obediência a
D. Manuel II. Extingue-se em 1932, integrando-se na Causa Monárquica, se bem
que o seu ideário se tenha mantido ao longo de gerações, configurando uma curiosa
mixagem de teor neo-integralista.
Diga-se que o seu “organicismo tradicionalista”
estabelece um conflito com a corrente salazarista [muitos integralistas são
demitidos de cargos públicos, como Hipólito Raposo, Afonso Lucas; ou presos,
caso de Hipólito Raposo, César de Oliveira; deportados, como o mesmo Hipólito
Raposo e Rolão Preto; ou passado á oposição, como Rolão Preto, Pequito Rebelo
ou Luís de Almeida Braga], passe o facto de muitos se terem submetido a Salazar
(como Costa Leite, Marcelo Caetano, Manuel Múrias, Pedro Teotónio Pereira).
Curiosamente, Pequito Rebelo considera [cf. José Manuel Quintas, Filhos de
Ramires, 2004, p. 19] que “o salazarismo viria a ser um integralismo pervertido
e invertido porque democratizado (embora sob a espécie da democracia cristã) e
maçonizado”, contrariando a tese avançada por Braga da Cruz [idem] para quem o
salazarismo era uma “democracia-cristã pervertida e invertida, porque
integralizada e fascizada”.
[ALGUMAS OBRAS A CONSULTAR]:
António Costa Pinto, “A formação do integralismo lusitano 1907-17”, revista
Análise Social, 72-73-74, 1982 | António Sardinha, “Ao Principio era o verbo”,
1939 | Carlos Ferrão, “O Integralismo e a República”, III vols, | Cecília
Barreira, “Sindicalismo e integralismo: o jornal A Revolução 1922-23”, revista
Análise Social, 67-68, 1981 | Cecília Barreira, “Três nótulas sobre o
integralismo lusitano”, revista Análise Social, 72-73-74, 1982 | Jacinto
Ferreira, “O Integralismo Lusitano. Uma doutrina política de ideias novas”,
1991 | João Medina, “Salazar e os Fascistas”, 1978 | José Manuel Quintas,
"Filhos de Ramires. As origens do Integralismo Lusitano”, 2004 | Manuel Braga da
Cruz, “As origens da Democracia Cristã e o Salazarismo””, 1980 | Manuel Braga
da Cruz, “Monárquicos e Republicanos no Estado Novo”, 1986 | Mariotte (Amadeu
de Vasconcelos), “O Nacionalismo Rácico do Integralismo Lusitano”, 1917 | Miguel
Dias Santos, “A Contra-Revolução na I República (1910-1919)", Impr. U. Coimbra, 2010“
| “Raul Proença, “Obra Política de Raul Proença”, Seara Nova, 1972 | Raul
Proença, “Polémicas”, D. Quixote, 1988 | ...| ...|]
J.M.M.
1 comentário:
O Integralismo Lusitano foi uma expressão do tradicionalismo não conservador que teria encontrado mais pontos de acordo com o anarquismo do que com o fascismo. A grande diferença com a visão anarquista é a de que o Rei seria necessário para contrariar as eternas tendências oligarquizantes, numa aliança Rei-Povo que levou Rolão Preto a afirmar que a "Monarquia é o Rei mais os sovietes"... Poucas pessoas compreenderam a essência radical do Integralismo querendo colá-lo aos fascismos e outras correntes autoritárias da época.
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