CONFERÊNCIA: "Regularidade Maçónica”
ORADORES: prof. António Reis
& arq. António Marques Miguel;
DIA: 28 de Março 2014 (19,00 horas);LOCAL: Grémio Lusitano [Rua do Grémio Lusitano, 25, Lisboa];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português [Ciclo “Sextas de Arte Real”]
“A Regularidade Maçónica é uma questão em aberto na convivência plural dos maçons e na unidade da Maçonaria Universal.
A Maçonaria actual está dividida em torno de
duas grandes correntes principais, de um lado, desde as suas origens, a
liderada pela Grande Loja Unida da Inglaterra e de outro a liderada
pelo Grande Oriente de França.
Pode-se dizer que de uma forma geral é
inequívoco e todos estão de acordo quanto à necessidade de reconhecimento de
que qualquer obediência, para que seja considerada regular, tenha que ter o
reconhecimento de uma outra. O problema é o da legitimidade do reconhecimento e
dos landmarks adoptados na definição deste conceito de regularidade.
Esta situação fracturante resulta dos
conteúdos da legitimidade de origem e do facto de que qualquer nova obediência
deva receber o reconhecimento da sua regularidade de funcionamento de outra
obediência regular, considerando a Grande Loja Unida de Inglaterra ser a única
possuidora da legitimidade de transmitir tal prerrogativa.
O Grande Oriente de França e a Grande Loja
Unida da Inglaterra, apesar de ambas terem a sua origem numa mesma legitimidade
original, divergem assim sobre os princípios da definição de regularidade
maçónica, por via de adopção de distintos landmarks e, por esta via,
de distintas formas de interpretar e praticar a maçonaria.
Esta divergência de prática e vivência
maçónica é acrescida pela questão fracturante da aceitação, ou não, das
mulheres na maçonaria, da exigência da Bíblia como Livro da Lei Sagrada e,
ainda mais recentemente, da erradicação da evocação do Supremo
Arquitecto do Universo em França, pelo GOF.
O Grande Oriente da Bélgica e o Grande Oriente
de França criam em 1961, em Estrasburgo, o CLIPSAS (Centro de Ligação e de
Informação das Potências Maçónicas Signatárias do Apelo de Estrasburgo) com o
“objectivo de congregar maçons, homens e mulheres, que considerem que a Liberdade Absoluta de
Consciência é a grande vitória da humanidade sobre
ela mesma, considerando que este é o Centro de União Fraternal dos Maçons que
consideram que a liberdade de consciência é uma vitória da humanidade sobre si
mesma e que, longe de ser um factor de desunião, ela conduz, graças à livre
confrontação de opiniões, à supressão de todas as barreiras”, o que origina a
configuração organizativa mais clara destas duas correntes.Está assim criada
uma situação de dois blocos divergentes quanto à forma de interpretar, praticar
e organizar a maçonaria.
A bem da Maçonaria Universal pretende-se abrir
serenamente o diálogo sobre esta magna questão, com altos responsáveis destas
duas vivências da maçonaria, considerando-se que, por esta forma, se possa
contribuir para uma melhor clarificação das razões que assistem a cada uma
destas duas distintas visões da prática, da vivência e da organização da
maçonaria”
[Fernando
Castel-Branco Sacramento - Director do Museu Maçónico Português – ler AQUI]
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