LIVRO: “Históriada Oposição à Ditadura 1926-1974";
AUTOR: Irene
Pimentel;EDITORA: Edições Figueirinhas, 2014, 774 p. [no prelo]
«A historiadora Irene Flunser Pimentel,
autora da “História da Oposição à Ditadura 1926-1974” concluiu que, apesar da
constante resistência ao regime, as várias oposições ficam marcadas por uma
“cultura de derrota” que se prolongou durante décadas.
“Tratou-se de uma ‘cultura de derrota’,
que foi acompanhada pelos erros aparentemente contrários do triunfalismo, do
aventureirismo e da passagem voluntarista à ação”, escreve a historiadora
(página 622) no livro “História da Oposição à Ditadura 1926-1974”, que vai ser
lançado no final do mês.De acordo com a autora do livro, a derrota da primeira tentativa de golpe do pós-guerra, em 1946/47, deveu-se ao facto de só uma coluna militar ter avançado de forma “voluntarista”, pensando que assim obrigaria outras unidades a acompanhá-la.
Nos casos das revoltas da Sé e de Beja (1959 e 1962 respetivamente) contribuíram de novo para o fracasso fatores como o isolamento político dos participantes, a falta de preparação e organização operacional, erros crassos de avaliação de forças, aventureirismo, deserções e desconfianças mútuas – políticas e pessoais -, nomeadamente as que ocorreram entre civis e militares que, segundo Irene Pimentel, foram incapazes de coordenarem esforços (…)
A investigadora acrescenta agora dois
“grandes pilares” que ajudaram a manter o regime: a Igreja e as Forças Armadas.
“Se houve, certamente, espaços de
dissidência e resistência em Portugal, a verdade é que a população, no seu
conjunto, permaneceu apática e passiva, a ‘viver naturalmente’ e com ‘cada um
no seu lugar’ e na sua função, como pretendia Salazar”, sublinha a
historiadora»J.M.M.
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