Faleceu hoje a historiadora, poetisa, autora teatral e cronista Fina d'Armada (alias Josefina Teresa Fernandes Moreira) com 68 anos.
Natural do concelho de Caminha (freguesia de Riba de Âncora), onde nasceu em a 9 de Abril de 1945. 7ª filha de um casal de proprietários agrícolas da região minhota. Inicialmente enveredou pelo ensino primário, tendo sido docente neste nível de ensino. Estudou História na Universidade do Porto, tornando-se depois professora de História e Português no segundo ciclo do Ensino Básico, tendo leccionado entre outras na Escola E.B 2/3 do Monte da Burra.
Conseguiu, entre 1977 e 1980, obter uma bolsa de investigação do Instituto de Investigação Científica para estudar e analisar A Mulher Portuguesa na Primeira República. Durante esse período conseguiu ter acesso aos Arquivos Secretos de Fátima. Dessa investigação resultaram seis livros sobre o fenómeno de Fátima, tendo quatro deles sido escritos em co-autoria com o Professor Joaquim Fernandes (Universidade Fernando Pessoa) que vieram a ser traduzidos para várias línguas.
Veio depois a realizar o mestrado em Estudos sobre as Mulheres, na Universidade Aberta, em 2003.
Publicou entre outros títulos:
- Rio Tinto - Apontamentos monográficos,1999;
- António de Sousa Neves (1832-1908), 2001;
- Monografia da Vila de Fânzeres, 2005;
- Mulheres Navegantes no Tempo de Vasco da Gama (2006) [Prémio Mulher Investigação Carolina MIchaelis de Vasconcelos];
- O Livro Feminista de 1715 – O Primeiro Grito Revolucionário;
- O Segredo da Rainha Velha, 2008;
- As Mulheres na Implantação da República
- Republicanas quase Desconhecidas, 2011;
- Beatriz - A Mulher que os Descobrimentos, 2013;
- A Herança do Senhor Reitor, 2013;
Colaborou nas seguintes obras colectivas:
- Grandes Enigmas da História de Portugal
- As Aparições de Fátima e o Fenómeno OVNI,1995 (em co-autoria com Joaquim Fernandes);
- Fátima – Os Bastidores do Segredo, 2002 (em co-autoria com Joaquim Fernandes);
Colaboradora regular dos jornais A Aurora do Lima (desde os 16 anos), do Jornal de Notícias (entre 1969 e 1984), do Comércio do Porto, entre 1987 e 1991 e mais tarde, entre 1995 e 1999. Colaborou ainda na revista do semanário Expresso (entre 1994 e 1998) com artigos sobre "As Mulheres nas Descobertas", entre outros órgãos de comunicação. No total, o seu currículo assinalava 1027 artigos inventariados até 2012, publicados em 38 semanários nacionais e estrangeiros. Publicou ainda alguns estudos na revista Estudos Regionais, do Alto Minho.
As suas obras são essencialmente dedicadas aos temas femininos, à história das mulheres, aos Descobrimentos e à História Local.
Recebeu algumas homenagens ainda em vida, sendo de destacar a homenagem feita pela UMAR (União de Mulheres Alternativa e Resposta) em 2010, foi condecorada pela Câmara Municipal de Caminha com a Medalha de Mérito Dourado e ainda pela Junta de Freguesia de Rio Tinto, em 6 de Julho de 2013.
Esta historiadora e publicista tinha como um dos seus lemas de vida uma frase de Carolina Michaelis que vale a pena reflectir: Eu não tenho biografia, passei a vida a estudar.
Residente em Rio Tinto, concelho de Gondomar, desde 1981, onde faleceu hoje 7 de Março de 2014 vítima de doença prolongada.
A.A.B.M.
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