POLÉMICA. Revista do Grupo
“Revolução Socialista” – Ano I, nº1 (21 Novembro 1970) ao nº 4
(1973).
Revista publicada pelo Grupo
“Revolução Socialista”, publicada na Suíça e impressa em Itália [cf. Armas de
Papel, José Pacheco Pereira, p.445]. O grupo fundador da revista era composto [ibidem]
por estudantes que participaram na crise académica de 1962 e que se tinham exilado,
como Ana Benavente, António Barreto, Carlos Almeida, Eurico Figueiredo, José
Medeiros Ferreira, José Pinto Nogueira, Manuel Lucena. Alguns dos artigo foram
publicados debaixo de pseudónimo, como “João Quental” [J. Medeiros Ferreira], “Marco”,
“Fontana”, “A. Garcia” [ibidem]
Dispersos no exílio, “um
grupo desses estudantes estabeleceu-se na Suíça, onde conseguiram obter um
estatuto de refugiados políticos e onde optaram por conjugar as actividades
políticas” [ibidem]. Fora os nomes citados, que integraram a revista “Polémica”,
registe-se, também, a presença em Genebra de Valentim Alexandre, Francisco Delgado,
Eduardo Chitas, Joaquim Fernandes, Luís Monteiro, Manuel Areias, Manuela Pinto
Nogueira, Maria Emília Brederode, Mário Borges, Paula Coutinho [cf. “Pátria Utópica.
O Grupo de Genebra revisitado”, 2011]
Oriundos de diferentes
sectores ideológicos – como o denominado grupo da Suíça, intitulado “1º de Maio”
e que publicava os “Cadernos Lenine”, em volta dos militantes comunistas
António Barreto, Eurico Figueiredo e Ana Benavente, que entram mais tarde (1968/69)
em ruptura com o PCP; caso de Manuel Lucena, envolvido na greve académica de
1962, e com o curioso percurso político de ter sido militante da JUC, importante
dirigente da “RIA” [Reunião Inter-Associações], fundador da revista “O Tempo e
o Modo” (1963), militante do MAR [Movimento de Acção Revolucionária, 1962, que
agrupou personalidades como Nuno Bragança, Lopes Cardoso, Jorge Sampaio, João
Cravinho, Nuno Brederode dos Santos, Trigo de Abreu, Vasco Pulido Valente, A.
H. de Oliveira Marques, Rui Cabeçadas] e, por isso, dirigente (de 1964 até
1968) da FPLN [Frente Patriótica de Libertação Nacional], tendo militado na “Aliança
Democrática” no período pós-25 de Abril; ou de José Medeiros Ferreira, preso (1962)
e expulso da Universidade em 1965, sendo desertor por ser contra a guerra
colonial e exilando-se (1968-1974) na Suíça – a revista “Polémica” teve um
papel importante na “formação de uma nova elite intelectual na área das ciências
humanas que a ditadura impedia de ter expressão na universidade, como era o
caso da sociologia, ou da história contemporânea” [ibidem, p. 446]
A revista circulava entre os sectores da emigração política portuguesa e entrava clandestinamente em Portugal, distribuída por vários grupos de socialistas e antifascistas como [ibidem] Vítor Wengorovius, César de Oliveira, Manuel Lopes ou José Dias.
FOTOS via Ephemera, com a devida vénia.
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