Nasceu em 18 de Julho de
1849, filho de Francisco de Paula Baçam (farmacêutico) e de Maria José da
Conceição Paula Baçam.
Ingressa em 1856 no
Colégio de Campolide dirigido pelo padre jesuíta Rademaker, sendo em 1907 o
mais antigo dos alunos dessa instituição de ensino. Viajou em 1862 pelos Açores
e pela Madeira, com passagem pela cidade do Porto e por Vigo (Espanha),
regressando depois a Lisboa. Desde bastante jovem colaborou na imprensa escrita
conhecendo-se textos publicados nas seguintes publicações O Clero e o Professorado, O
Favorito, Ilustração, A Nação,
Em 1869 casou com
Joaquina da Silva Franco Baçam. Deste casamento nasceram dois filhos, um rapaz
que veio a falecer com dois anos de e uma filha com o nome de Joaquina da
Conceição Baçam que viria a ser professora primária, professora de música e
piano e directora do Colégio Angélica Baçam que funcionou na rua António Pedro,
em Lisboa.
Em 1880, Sebastião
Joaquim Baçam foi admitido nos quadros da Câmara Municipal de Lisboa como
escriturário e trabalhando na repartição dos talhos municipais que tinha sido
criada pelo Professor e lente do Instituto Agrícola, Sabino de Sousa. Mais
tarde foi transferido para a repartição do Cemitério do Alto de S. João onde
permaneceu até à aposentação. Colaborador regular em inúmeras publicações
periódicas portuguesas e algumas espanholas e brasileiras. Destaca-se a sua
colaboração regular como redactor efectivo no Diário de Notícias da Madeira, no
Diário Popular, de S. Paulo, no Jornal de Mirandela, além disso colaborava
ainda nos jornais Folha de Tondela, Diário de Notícias, de Lourenço Marques, no
Diário e no Diário de Notícias, de Lisboa, no Distrito de Faro, n’ O Algarve,
no Vera Cruz, de S. Paulo, entre muitos outros.
Apaixonado pela
arqueologia e pela história, colecionador e bibliófilo percorreu o país
visitando os principais edifícios públicos e deixando relatos disso na imprensa
regional e nacional. Veja-se a referência à sua
oferta à Biblioteca Nacional, em 1907, do jornal O Serrote, semanário humorístico que que se publicou na cidade do
Porto entre 20 de Maio de 1877 e 5 de Março de 1878, que era adornado com
litografias e que se considerava já uma espécie rara e que ainda não constava
na colecção da Biblioteca Nacional, tendo tido o cuidado de encadernar
previamente o periódico [Boletim das
Bibliotecas e Arquivos Nacionais, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1908, p.
17.].
Os seus artigos, hoje
quase completamente esquecidos e que muitas vezes passam despercebidos, trazem
algumas informações curiosas e, por vezes, importantes conforme poderão
confirmar na parte biobibliográfica.
Em 1 de Janeiro de 1912,
foi alvo de uma homenagem na sociedade União
Seixalense pelo contributo que deu para o conhecimento da história da então
vila do Seixal, tendo sido acompanhado pela filarmónica local que tocou o hino
nacional e recebeu o homenageado que chegou no vapor vindo de Lisboa. Foi
recebido pelo administrador do concelho e foi convidado a participar no copo de
água que se realizou em casa de José Simão Pereira. Presidiu à sessão
Leopoldino Gonçalves de Almeida, secretariado por Alfredo dos Reis Silveira e
por Hermenegildo Pereira Simões. Nessa sessão de homenagem, Sebastião Joaquim
Baçam realiza uma conferência com cerca de 45 minutos traçando a evolução
histórica da vila do Seixal desde a fundação até ao momento em que se realizou
a sessão. Usaram também da palavra nessa homenagem Eduardo Martins de Figueiredo,
Júlio Silva, José Nunes e João Martins Pamplona Corte-Real [“Seixal – Homenagem
a Sebastião Joaquim Baçam”, O Distrito de
Faro, Faro, 11-01-1912, Ano 36, nº 1864, p. 1, col. 4-5].
[Em continuação]
A.A.B.M.
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