quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

SEBASTIÃO JOAQUIM BAÇAM (PARTE I)

Nasceu em 18 de Julho de 1849, filho de Francisco de Paula Baçam (farmacêutico) e de Maria José da Conceição Paula Baçam.

Ingressa em 1856 no Colégio de Campolide dirigido pelo padre jesuíta Rademaker, sendo em 1907 o mais antigo dos alunos dessa instituição de ensino. Viajou em 1862 pelos Açores e pela Madeira, com passagem pela cidade do Porto e por Vigo (Espanha), regressando depois a Lisboa. Desde bastante jovem colaborou na imprensa escrita conhecendo-se textos publicados nas seguintes publicações O Clero e o Professorado, O Favorito, Ilustração, A Nação, 

Em 1869 casou com Joaquina da Silva Franco Baçam. Deste casamento nasceram dois filhos, um rapaz que veio a falecer com dois anos de e uma filha com o nome de Joaquina da Conceição Baçam que viria a ser professora primária, professora de música e piano e directora do Colégio Angélica Baçam que funcionou na rua António Pedro, em Lisboa.

Em 1880, Sebastião Joaquim Baçam foi admitido nos quadros da Câmara Municipal de Lisboa como escriturário e trabalhando na repartição dos talhos municipais que tinha sido criada pelo Professor e lente do Instituto Agrícola, Sabino de Sousa. Mais tarde foi transferido para a repartição do Cemitério do Alto de S. João onde permaneceu até à aposentação. Colaborador regular em inúmeras publicações periódicas portuguesas e algumas espanholas e brasileiras. Destaca-se a sua colaboração regular como redactor efectivo no Diário de Notícias da Madeira, no Diário Popular, de S. Paulo, no Jornal de Mirandela, além disso colaborava ainda nos jornais Folha de Tondela, Diário de Notícias, de Lourenço Marques, no Diário e no Diário de Notícias, de Lisboa, no Distrito de Faro, n’ O Algarve, no Vera Cruz, de S. Paulo, entre muitos outros.


Apaixonado pela arqueologia e pela história, colecionador e bibliófilo percorreu o país visitando os principais edifícios públicos e deixando relatos disso na imprensa regional e nacional. Veja-se a referência à sua oferta à Biblioteca Nacional, em 1907, do jornal O Serrote, semanário humorístico que que se publicou na cidade do Porto entre 20 de Maio de 1877 e 5 de Março de 1878, que era adornado com litografias e que se considerava já uma espécie rara e que ainda não constava na colecção da Biblioteca Nacional, tendo tido o cuidado de encadernar previamente o periódico [Boletim das Bibliotecas e Arquivos Nacionais, Imprensa da Universidade, Coimbra, 1908, p. 17.].

Os seus artigos, hoje quase completamente esquecidos e que muitas vezes passam despercebidos, trazem algumas informações curiosas e, por vezes, importantes conforme poderão confirmar na parte biobibliográfica.

Em 1 de Janeiro de 1912, foi alvo de uma homenagem na sociedade União Seixalense pelo contributo que deu para o conhecimento da história da então vila do Seixal, tendo sido acompanhado pela filarmónica local que tocou o hino nacional e recebeu o homenageado que chegou no vapor vindo de Lisboa. Foi recebido pelo administrador do concelho e foi convidado a participar no copo de água que se realizou em casa de José Simão Pereira. Presidiu à sessão Leopoldino Gonçalves de Almeida, secretariado por Alfredo dos Reis Silveira e por Hermenegildo Pereira Simões. Nessa sessão de homenagem, Sebastião Joaquim Baçam realiza uma conferência com cerca de 45 minutos traçando a evolução histórica da vila do Seixal desde a fundação até ao momento em que se realizou a sessão. Usaram também da palavra nessa homenagem Eduardo Martins de Figueiredo, Júlio Silva, José Nunes e João Martins Pamplona Corte-Real [“Seixal – Homenagem a Sebastião Joaquim Baçam”, O Distrito de Faro, Faro, 11-01-1912, Ano 36, nº 1864, p. 1, col. 4-5].

[Em continuação]

A.A.B.M.

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