LIVRO: Manuel de Arriaga ao Serviço da República (1840-1917);
AUTORA: Joana Gaspar de Freitas;
EDIÇÃO: INCM, 2018, 96 pp.“O presente livro centra-se na vida e obra de Manuel de Arriaga, primeiro Presidente da República Portuguesa. Oriundo de uma família aristocrata faialense, formou-se em Direito pela Universidade de Coimbra, onde se revelou um aluno brilhante e um orador notável. Membro da geração de 70, adere aos ideais republicanos e intervém desde muito cedo na vida política e cultural do país, estando na origem da criação dos seus primeiros centros, em 1882.
Nesse
mesmo ano, foi eleito deputado pelo círculo do Funchal e em 1890 pelo círculo
de Lisboa distinguindo-se no parlamento pela pertinência das suas intervenções
e decisões. Foi um dos autores do programa do Partido Republicano Português
(PRP) que tinha por objeto servir de base à unificação de todos os centros
republicanos. Após a implantação da República foi nomeado para o cargo de
reitor da Universidade de Coimbra (18 outubro) e pouco tempo depois para o de
Procurador-Geral da República (31 outubro).
Eleito
Presidente da República Portuguesa em 2 de agosto de 1911, exerceu o mandato
num período conturbado da vida nacional e internacional. Renunciou ao mesmo em
26 de maio de 1915, abandonando definitivamente a vida política. Faleceu em
Lisboa a 5 de março de 1917 e está sepultado no Panteão Nacional desde 2003.”
[AQUI]
► Manuel de Arriaga não fez a República, mas tornou-a
possível, conquistando para a sua fé as multidões que vinham escutar as suas palavras
inspiradas e ilustrando com a sua própria vida — pública e privada —
os altos valores da cidadania e da virtude política.
A 22 de
Maio de 2003, a Assembleia da República, através da Resolução n.º 49/2003, resolvia
homenagear a memória do primeiro presidente da República portuguesa eleito democrática
e constitucionalmente concedendo-lhe as honras do Panteão.
A 16 de Setembro de 2004, os restos mortais de Manuel de Arriaga deixaram o Cemitério dos Prazeres, onde tinham sido sepultados, e percorreram a cidade, em cortejo, até ao Panteão Nacional. Na urna, onde agora repousam, foram inscritos o nome e as datas de nascimento e morte do presidente Arriaga. Este escreveu um dia, no ano de 1899, que sobre a sua sepultura poderiam (deveriam?) ser colocadas as últimas quadras do seu poema Aos Astros, porque elas resumiam toda a sua fé. Assim, aqui se cumpre a sua vontade:
Astros sem fim, ó sóis que estais por cima,
Longe da Terra, em região mais pura!
Deixai que o corpo desça à sepultura
E a vós se eleve o espírito que o anima!
O irmão da Luz, o amante da Verdade,
Há-de ir, deixando o invólucro que veste
Como hóspede da abóbada celeste,
Internar-se feliz na imensidade!...
Astros! Igual é a lei que nos governa!
Na Terra, o nosso espírito fecundo
Penetra nos recônditos do mundo,
E vive como vós a Vida Eterna
[M. Arriaga, Discurso na
Câmara dos Deputados, 4 de Julho de 1891]
J.M.M.
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