segunda-feira, 23 de agosto de 2021

[FIGUEIRA DA FOZ] 24 DE AGOSTO 2021 (17,30H) – CERIMÓNIA EVOCATIVA DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820 E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS

 


[FIGUEIRA DA FOZ] 24 DE AGOSTO (17,30 H)CERIMÓNIA EVOCATIVA DA REVOLUÇÃO LIBERAL DE 1820 E HOMENAGEM A MANUEL FERNANDES TOMÁS

DIA: 24 de Agosto de 2021 (17,30 horas);

LOCAL: Praça 8 de Maio, Figueira da Foz;

ORGANIZAÇÃO: CMFF | Ass. Manuel Fernandes Tomás | Associação 24 de Agosto 

INTERVENÇÕES
:


  • Representante da Associação Cívica e Cultural 24 de Agosto;
  • Representante do Grémio Lusitano;
  • Representante da Associação Manuel Fernandes Thomaz;
  • Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz.


 “Venho hoje pronunciar um grande nome; mas tão grande como ele será a dor de proferi-lo: maior nome, não o pronunciou boca de homem; maior mágoa não a sentiu coração vivente. Manuel Fernandes Tomás... - morreu. Quereis maior nome que este? Quereis maior dor que a nossa? Não, Senhores, não há português honrado, que não clame afoito - não -; e, se algum há, português não é esse.

Se medisse o meu dever pela bitola de minhas forças; se regulasse o desempenho das funções deste lugar pelas qualidades dos que me ouvem; não restaria (pronunciado tal nome) ao complemento do meu ofício, senão derramar lágrimas, e prantear convosco: mas urge o dever forçoso; e conquanto se acanha o orador na mesquinhes de suas forças, sobeja a vastidão do assunto para dar largas ao mais limitado espírito, e desenvolver o mais curto engenho. Penso no meu objecto, e em vez de me apoucar à face de sua grandeza sinto elevar-me até ele; vejo que me espraio pela imensidão de seu infinito.

Mas não penseis que vou enfeitar-me de flores oratórias; não julgueis que vou servir-me dos atavios emprestados da arte: são postiços esses enfeites; são estranhos esses atavios; são as brilhantes roupas com que a mão da eloquência servil adorna o esqueleto da ambição, e lhe encobre o asqueroso dos vermes com a túnica da pompa: mas vem a mão dos séculos (e essa, não a compra o ouro, nem a desvairão honras) rasga-lhe as roupas mal seguras, e então aparece o horror do sepulcro, e o nada de uma cinza mesquinha, que não legou uma página à história das idades, nem deixou uma letra no pequeno livro dos homens de bem.

Não, Senhores, a eloquência do homem livre é a linguagem do coração: desconhece ornatos, ignora enfeites; é simples como a natureza; é singela como a sua simplicidade.

Vede esses edifícios, que nos deixarão avoengos servis: olhai essas grimpas erguidas por mãos de escravos; examinai os recortados florões dessa arquitectura chamada Gótica: vedes curtas linhas; observais acanhados traços; tudo respira a mesquinhes do engenho encoberta com os enfeites da arte: voltai agora para os grandes monumentos dos povos livres: Que diferença! Deparais com altivas colunas, com esbeltos pórticos, com donairosos remates: mas tudo simples, tudo singelo. Que altiva que é a liberdade, Senhores! …”

[Almeida Garrettin Oração Fúnebre de Manuel Fernandes Tomás]

J.M.M

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