quinta-feira, 17 de novembro de 2022

[ANIVERSÁRIO SOCIEDADE MARTINS SARMENTO] CONFERÊNCIA: FOI A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL UMA CONSEQUÊNCIA DA REVOLUÇÃO DE 1820? | O CONSELHEIRO JOÃO BAPTISTA FELGUEIRAS


DIA: 19 de Novembro de 2022 (16,30 horas);

LOCAL: Sociedade Martins Sarmento (R. Paio Galvão 2, Guimarães);

ORGANIZAÇÃO: Sociedade Martins Sarmento 

CONFERÊNCIA: Foi a Independência do Brasil uma consequência da revolução de 1820?

ORADOR: José Manuel Lopes Cordeiro.

… E APRESENTAÇÃO do Retrato do Conselheiro João Baptista Felgueiras

Trata-se de uma Conferência sobre a questão da Independência do Brasil (1822), pelo prof. José Manuel Lopes Cordeiro, integrada na comemoração do 141.º Aniversário da distinta e ilustre Sociedade Martins Sarmento, instituição cultural fundada em 1881 por um grupo de vimaranenses em homenagem a Francisco de Morais Sarmento. A conhecida instituição manifestou desde o início uma enorme preocupação pelo desenvolvimento da cultura e instrução na cidade de Guimarães, tendo ao longo dos anos desenvolvido interessantes e persistentes trabalhos no âmbito da Arqueologia, História e Etnologia, publicando a Revista de Guimarães (1884), periódico científico e cultural de referência nacional. Tem e disponibiliza a Sociedade Martins Sarmento uma valiosa biblioteca e uma estimada hemeroteca, com peças desde o primeiro quartel do século XIX e raros periódicos digitalizados, ao dispor dos interessados.

João Baptista Felgueiras (1787-1848), natural de Guimarães e oriundo de uma das “mais distintas” famílias do Minho, formado em Direito (1809) em Coimbra, juiz de fora em Viana, deputado às Constituintes e secretário das Cortes, fixa residência em Guimarães com a reação absolutismo em 1823; saúda, depois, a Carta Constitucional mas pela contra-revolução de 1828 vê-se obrigado a esconder-se em casa da família Gomes de Castro; acompanha o desembarque de D. Pedro no Porto e o triunfo liberal, mantendo sempre forte amizade com José da Silva Carvalho e Agostinho José Freire (AJF); nomeado procurador-geral da Coroa, demitindo-se com a revolução de Setembro (1836); involuntariamente esteve ligado ao triste acontecimento da morte de Agostinho José Freire, porque foi em casa de Felgueiras, onde jantava, que AJF soube do início da Belenzada e saindo de rompante para Belém, no caminho de Alcântara foi assassinado; na verdade, o desgosto de Felgueiras foi enorme, tendo escrito, a única obra sua conhecida, Necrologia de Agostinho José Freire (1837) e, parece, republicou essa obra sem nome do autor (sem venda pública), com o título, “Resumo histórico da vida e trágico fim do conselheiro de estado Agostinho …”; depois foi eleito deputado por Viana e é nomeado, sem saber, ministro da justiça (1842), não aceitando a benesse de Costa Cabral, que, aliás, “nunca lhe perdoou”. Regressa a casa e no dia 13 de Março de 1848 morre subitamente, tendo sido enterrado no Alto de S. João. Foi João Baptista Felgueiras um liberal de espirito muito aberto e livre. Pertenceu à poderosa Sociedade Literária Patriótica de Lisboa (1822), conforme consta da sua Lista de Sócios.      

J.M.M. 

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