REVISTA: Anais do
Município de Faro, Volume XLIV;
EDIÇÃO:
Câmara Municipal de Faro, 2022 (Revisão: Elsa Vaz);
DIRETOR:
Guilherme d’Oliveira Martins
COORDENAÇÃO: Paulo Santos | Sandra
Martins | Elsa Vaz
[ALGUNS] ARTIGOS DA REVISTA: A
Ferrovia no Algarve (José Caramelo), O Club Farense de 1863 a 1997 (António
Centeno Serrano Santos), O Círculo Cultural do Algarve a partir do Espólio Documental
de Joaquim Magalhães (Sara Santos), «Farenses» que não nasceram em Faro (João Leal),
O corso francês no mar das éguas: o caso dos ataques aos mareantes de Faro em
1538 (Fernando Pessanha), Uma notícia sobre a pintura “O menino entre os
doutores” de Marcello Leopardi (1791) (Daniel Santana), Faro, um entreposto
comercial entre mares: do Mediterrâneo ao mar do Norte nos finais da época
moderna (Andreia Fidalgo), Os Deputados do Algarve (1822-1823): entre a
Constituição e a Contra-Revolução (Artur Barracosa Mendonça & José Manuel Martins), O contributo da Sociedade Agrícola do Algarve (1848-1876) para o
desenvolvimento da cultura científica (Patrícia de Jesus Palma), Subsídios para
a História do Movimento de Unidade Democrática no Algarve (Joaquim Manuel
Vieira Rodrigues), Arreios do transporte hipomóvel no Sul de Portugal e na
Andaluzia: diversidades e analogias (João Pedro Dias Magalhães Silva).
► “Li e reli os textos. Vinte autores apresentam perspetivas
distintas sobre o que é o Algarve, o que são os Algarvios e os Farenses, o que
nos torna uma região, desde sempre, muito peculiar e diferente do restante
território nacional.
Leio e descubro o olhar dos poetas e escritores, dos
investigadores da História, da Arqueologia, da Geografia, dos arquivistas, dos
arquitetos, dos engenheiros, dos professores, dos jornalistas... Conceções e
prismas tão distintos, mas todos eles marcados por uma constante: a identidade
que tivemos (e temos) faz-nos procurar - na diversidade, na ânsia de olhar para
o mar como um horizonte possível de alcançar, na certeza de que o ponto de
partida de qualquer começo está em nós mesmos - a segurança para tudo realizar.
Somos local de encontro de culturas, repositórios de uma
miscigenação que nos deu possibilidades infinitas de descoberta, pois na
convergência e na pluralidade, está a nossa maior riqueza, que nos garante uma capacidade
de aceitação do outro e do que ele nos traz, que poucos povos terão.
Saliento, aqui, a palavra Cultura, pois este é um tema que nos é
caro e que nos tem movido, nos últimos anos, constituindo-se como aposta clara
de desenvolvimento e planeamento, bem como de promoção do encontro e do
espírito de cooperação. A diversificação da oferta cultural, o apoio aos
agentes que trabalham na área e apostam na criação artística, a implementação
de ações e melhoria dos espaços que possam garantir o aumento da qualidade do
que é feito, tornam Faro uma verdadeira “Capital Cultural” …
[Pres. CMF, Rogério Bacalhau
Coelho, in Memórias, Cultura e Criatividade, p. 7 - sublinhados nossos]
(…) A presente edição dos
"Anais" apresenta um conjunto de textos que procuram, em continuidade
de números anteriores, uma ligação entre a memória e a criatividade, com
destaque para as especificidades da identidade algarvia, enquanto ponto de
encontro de diversos contributos, nos quais o Mediterrâneo e o Atlântico se
encontram naturalmente, demonstrando diferenças e convergências, e uma pluralidade
de influências, que revestem uma inesperada riqueza, tantas vezes ainda desconhecida.
Não foi por acaso que daqui partiram as navegações a partir do século XV, que o
Infante D. Henrique aqui assentou arraiais e que constituiu o ponto de partida
para o Atlântico em busca de uma rota alternativa à que passou a ser dominada
pelos Otomanos no Levante Mediterrânico com a queda de Constantinopla. Oriente
e Ocidente, Sul e Norte, Antiguidade Oriental e Antiguidade Clássica -
associam-se à Respublica Christiana...
E a história liga-se à realidade. O testemunho de António Ramos
Rosa sobre o céu algarvio e sobre o caráter próprio das casas demonstra a
existência de uma realidade de uma riqueza inesgotável, que torna o Algarve um paraíso
para os arqueólogos e para os estudiosos da difusão europeia das culturas e das
influências orientais. (…)
[Guilherme d’Oliveira
Martins, in Um regresso de lembranças …, p. 10 - sublinhados nossos]
J.M.M.
Sem comentários:
Enviar um comentário