A Associação
Cívica e Cultural 24 de Agosto, da Figueira da Foz, promoveu um Jantar
Comemorativo da Revolta de 31 de Janeiro de 1891 e que reuniu, no restaurante O
Peleiro (Paião), mais de seis dezenas de pessoas. Presidiu à Homenagem o
presidente da Associação, o sr. Rui Cruz, secretariado pelo sr. José Manuel Martins e pela dra. Cristina Duarte.
O Jantar decorreu em
ambiente de harmonia e convivência, tendo usado da palavra o presidente da
reunião, que deu as boas-vindas e agradeceu a comparência dos presentes e,
ainda, o professor José Manuel Martins, que apresentou o Orador convidado, o
professor doutor Paulo Archer de Carvalho.
O Orador proferiu
um brilhante discurso em torno do republicanismo, ética republicana e as
filosofias da Repúblicas, historiando as causas e consequências do levantamento
militar e cívico do 31 de Janeiro. As eloquentes palavras foram seguidas com
toda a atenção, tendo sido tributas no final com fortes aplausos.
Usou ainda da
palavra o Presidente da Associação Manuel Fernandes Tomás, o dr. Fernando
Cardoso, que, após ter distribuído fotocópias de um curioso relatório subscrito
pela antiga União Nacional sobre as atividades políticas realizadas por alguns oposicionistas
do concelho durante o Estado Novo, proferiu uma ligeira mas substanciosa alocução
sobre a importância da intervenção cívica, social e política na vida pública,
salientando que essa cidadania social opõe-se decisivamente ao populismo, que é
contra a diversidade de ideias e a democracia.
O sr. Presidente da
Associação encerrou esta celebração histórica do 31 de Janeiro de 1891,
marcando nova confraternização para o próximo ano; por último saudou e
agradeceu a exaltante presença do estimado Orador, Paulo Archer de Carvalho, e congratulou-se
pela bela sessão e a concorrida assembleia, que muito honrou a cidade da
Figueira.
Foi distribuído pelos participantes um número único comemorativo da data, o 31 de Janeiro, em pequeno formato, com gravuras alusivas e textos de Sebastião Magalhães Lima, Antero de Quental, Alves da Veiga, Basílio Teles e Sampaio Bruno.
► O 31 de Janeiro de 1891, na cidade do Porto, integra o
luminoso património do republicanismo português e é, portanto, uma data
histórica da Alma Portuguesa. A revolta militar e popular que visava
implantar a República era já um reflexo da inserção popular do Partido
Republicano Português (PRP) e, mesmo tendo fracassado, irá estabelecer e
fortalecer o aperfeiçoamento conspiratório das futuras "manifestações
revolucionárias”.
Os “gritos patrióticos” erguidos contra a
degradação da situação política, social e económica do final da monarquia,
ecoaram na cidade do Porto. Civis e militares fizeram ouvir a sua voz em defesa
da Pátria, da Independência e da Liberdade. Foi uma
"lição moral", como nos disse Basílio Teles. E, "quaisquer
que tenham sido os seus erros, o que não esquecerá, o que brilhará cada vez com
mais fulgor ... será a memória do 31
de Janeiro e dos homens, distintos e humildes, que nesse dia souberam dar
aos seus compatriotas o exemplo do civismo e do desinteresse" [idem].
Alves da Veiga, Santos Cardoso, Tenente
Coelho, Alferes Malheiro, Capitão Leitão, Actor Miguel Verdial, 1º Sargento
Abílio, Felizardo Lima, Rodrigues de Freitas, Pais Pinto (o abade de São
Nicolau), António Claro, Ventura Reis, Aurélio Pais dos Reis, Homem Cristo,
Sampaio Bruno, Basílio Teles, João Chagas, e muitos outros "indisciplinados
republicanos" traçaram o que seria o caminho desse generoso
levantamento cultural e cívico pela res publica, que patrocinou o desfecho
vitorioso do 5 de Outubro de 1910. E que por isso, aqui, também
honramos!
Viva o 31 de Janeiro!
VIVA A REPÚBLICA, A
DEMOCRACIA E A LIBERDADE
A Associação Cívica e Cultural 24 de
Agosto (Figueira da Foz)
J.M.M.
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