sexta-feira, 30 de abril de 2010

IN MEMORIAM JOSÉ VITORINO DE PINA MARTINS


"O verdadeiro bibliófilo é aquele que deseja possuir livros para com eles dominar a logosfera e pelo respeito que eles merecem tanto no plano da cultura como no da própria beleza, raridade da espécie e da elegância das próprias encadernações – factores, estes, de autêntica estesia"

[João Vicente de Pinto Marques, aliás pseud. de José Vitorino de Pina Martins, in "Para o Perfil de um Bibliófilo", Catálogo da Biblioteca R. de G. (admirável e terno texto de Pina Martins, de leitura necessária), Leilão da Azevedo & Burnay, Lisboa, Maio de 1984]

José Vitorino de Pina Martins foi um dos mais brilhantes estudiosos da História do Livro, um erudito da História do Humanismo e do Renascimento, um fulgurante investigador e bibliófilo notável. O seu saber admirável, autêntico, iluminado, marcou exuberantemente a cultura portuguesa. A sua obra literária e científica é sublime, mesmo desconcertante. O seu legado de bibliófilo de excepção, perturbante pela sua imensa erudição e de raríssimo entusiasmo sobre os alfarrábios, deixou-nos estudos extraordinários e um acervo bibliográfico sem igual. A sua opulenta biblioteca pessoal – decerto a mais valiosa dos nossos tempos -, adquirida há anos pelo grupo Espírito Santo, é disso testemunha. Até sempre doutor Pina Martins. Um abraço fraterno!

Sobre a biografia e a bibliografia (muito copiosa) de José Vitorino de Pina Martins consultar a entrada da Wikipédia (que está conforme o texto de Manuel Cadafaz de Matos, publicado nos "129 Trabalhos Científicos de um Grande Investigador José Vitorino de Pina Martins", Catálogo de Exposição Bibliográfica, B. N., Lisboa, Março de 1998, pp. 7-12). Como curiosidade, observa-se em textos (sob pseudónimo, como o que atrás referimos, mas outros mais sugerem ter saído da mesma pena, e curiosamente aparecidos em Catálogos) uma inquietação em torno da simbologia, uma curiosa escrita de teor, que se pode apelidar, "esóterica" ("secreto amador de obras raras" ?), o que não será alheio o profundo conhecimento que tinha das obras de Camões, Bernardim Ribeiro, D. Francisco Manuel de Melo, Dante e do grande Padre António Vieira. Por último, Pina Martins escreve, ainda, poesia, sob o nome de Duarte de Montalegre.

Outros Locais: Pina Martins (Diário de Coimbra)/ Obituário: Pina Martins faleceu hoje em Lisboa (Correio da Beira Serra) / J. V. de Pina Martins em Convívio com os Clássicos (Aires A. Nascimento) / Palavras de afecto, com memória (Aires A. Nascimento) / Giovanni Pico della Mirandola: (1463-1494)

via Almocreve das Petas

J.M.M.

CIRCULAR DO G.O.L.U.



CIRCULAR n.º 1: Grande Oriente Lusitano Unido, Sup. Cons. da Maçonaria Portuguesa [clicar na foto]

Data - 10 de Dezembro de 1931

via Torre do Tombo.

J.M.M.

1º REPÚBLICA E A EDUCAÇÃO - CONGRESSO


"No Centenário da 1.ª República Portuguesa, que teve o seu emergir no Norte de Portugal, com o primeiro deputado republicano eleito pelo círculo do Porto e com a malograda revolta de 31 de Janeiro de 1891, que assinalou o caminho para a instauração da República em Portugal, consagrando o seu hino e a sua bandeira, não poderíamos deixar no esquecimento tão importante data. Na realidade, ela assinala não só uma mudança de regime, mas também de mundividência de carácter laico e democrático, fundada na igualdade das pessoas, que estrutura ainda hoje a nossa sociedade. A co-organização deste Congresso sobre a 1.ª República e a Educação, partindo de uma Escola Secundária em conjunção com um Centro de Investigação e uma Sociedade Científica, demonstra a capacidade de iniciativa e de organização dos professores do Ensino Básico e Secundário, assim como o apreço pela colaboração e contributo que a Investigação em Ciências da Educação pode trazer à qualificação das suas iniciativas. A Educação é a empresa que nos une, enquanto objecto de estudo e campo de intervenção e profissional dos/as docentes de todos os níveis de ensino. A organização do Congresso em Joane, Vila Nova de Famalicão assinala a força e capacidade das escolas em constituírem-se em centros de cultura, reflexão e formação. É o testemunho de que a República é hoje e ainda uma ideia que une a sociedade portuguesa, exigindo por isso uma análise crítica e serena das ideias estruturantes da Democracia Portuguesa e suas práticas concretas, que não se compadece com uma atitude de comemoração panegírica" [ler AQUI]

CONGRESSO - 1ª República e a Educação
Dias - 7, 8 e 9 de Maio de 2010
Organização - Escola Secundária Padre Benjamim Salgado, de Joane, concelho de Vila Nova de Famalicão

J.M.M.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

COLÓQUIO LEIS DA REPÚBLICA


Vai realizar-se amanhã, 29 de Abril, pelas 18 h, nos Paços do Concelho, em Lisboa, uma conferência inserida num conjunto amplo de eventos (18 colóquios) organizados pela Fundação Mário Soares.

Amanhã, o orador será o Doutor Luís Bigotte Chorão, jurista e historiador que vai analisar as Leis da República.

Pode ler-se no texto de divulgação deste colóquio:

Implantada a República, o Governo Provisório aprovou de imediato um conjunto de disposições legais que marcaram o novo regime político. Essas Leis da República mostram claramente como os principais dirigentes do Partido Republicano tinham exacta consciência das orientações que, no seu entender, importava imprimir à nova realidade institutucional e política, respondendo desse modo quer aos desenvolvimentos produtivos verificados nos últimos anos, quer aos anseios de modernização ideológica expressos por amplos sectores da sociedade. Logo no primeiro Conselho de Ministros, a 7 de Outubro, o Governo Provisório adoptou medidas de amnistia para os crimes políticos e de imprensa, a supressão do "juízo de instrução criminal" (criado por João Franco e cujo primeiro titular foi o famoso Juiz Veiga), a revogação das leis de imprensa franquistas, a adopção do novo formulário de posse dos funcionários públicos ("Declaro pela minha honra que cumprirei fielmente os deveres do meu cargo"), a dissolução das guardas municipais, que serão substituídas pela Guarda Nacional Republicana, a dissolução da "polícia civil de Lisboa", que será substituída pela Polícia Cívica, e a reposição em vigor das leis do Marquês de Pombal e de Joaquim António de Aguiar que determinavam que os jesuítas (e outros religiosos regulares estrangeiros ou naturalizados) fossem "havidos por desnaturalizados e proscritos" e "expulsos de todo o país e seus domínios para neles mais não poderem entrar" e a extinção de todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens regulares, compelindo os religiosos portugueses a viver vida secular ou, pelo menos, a não viver em comunidade religiosa. Este diploma remeteu ainda para futura legislação sobre as relações do Estado português com as igrejas (a futura Lei da Separação), sem embargo de, desde logo, prever a sua apreciação pela próxima Assembleia Nacional Constituinte. Apreciar hoje essas e outras medidas legislativas da República, conhecer a sua eficácia, apreender a sua relevância histórica e social é o que nos propomos neste 4.º colóquio organizado em parceria pela Fundação Mário Soares e a Câmara Municipal de Lisboa.

Esta actividade resulta da parceria entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Mário Soares, e conta com o apoio institucional da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República.

Uma actividade que o Almanaque Republicano não podia deixar de divulgar a todos os seus ledores, esperando que decorra com o maior sucesso.

A.A.B.M.

terça-feira, 27 de abril de 2010

JOÃO DE DEUS RAMOS


Assinalou-se ontem o aniversário do nascimento do pedagogo João de Deus Battaglia Ramos.

Filho do poeta João de Deus e de Guilhermina Battaglia Ramos, foi aluno interno num Colégio de Jesuítas, em Campolide, donde foi expulso aos 14 anos por suscitar questões em torno da obrigatoriedade de comungar diariamente: 'Se eu não estiver em estado de graça comungo para obedecer ou cometo sacrilégio?". Começou a levantar determinadas questões teológicas e a exigir as respectivas respostas, que não o satisfaziam e a incomodar o corpo docente do colégio com a sua perspicácia.

O seu pai morreu quando tinha 17 anos, em Março de 1896. Acabado o liceu, vai para a Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra onde trava amizade com João de Barros.Vivem na mesma “república”, na Rua da Couraça, em Coimbra. [Manuel Henrique Figueira, Dicionário de Educadores Portugueses, coord. António Nóvoa, Asa, Lisboa, 2003, p. 1151-1154]

Entre 1896 a 1902, enquanto estudante na Universidade de Coimbra, João de Deus Ramos, que se destacou como guitarrista, deixou, ao sair de Coimbra, bacharel formado em Direito, um fado no tom “dó menor” que ainda hoje se ouve muitas vezes tocado pelos melhores artistas da especialidade. É certo que João de Deus Ramos, desde os primeiros anos da Universidade, começou a revelar o seu mérito em tal instrumento. O guitarrista João de Deus Ramos foi o autor da melodia do Fado João de Deus, também tocado a título de peça instrumental.

Após concluir o curso, publicou o livro Os Altos Princípios do Método João de Deus e iniciou uma série de conferências pedagógicas, bem como uma imensa propaganda das Escolas Móveis, dando, assim, continuidade e nova luz aos projectos do pai. Empreendeu ainda uma visita à Europa, com o intuito de compreender o funcionamento de novos métodos de ensino nos Jardins-de-infância, beneficiando, pois, do contacto com os grandes pedagogos europeus. Movido pelas observações que efectuou, criou, à chegada a Lisboa, os Jardins-Escola, com uma cuidada adaptação à realidade portuguesa.

Foi professor no Liceu Camões, em Lisboa, após concluir o curso de Direito em Coimbra.

Foi deputado às Constituintes de 1911, por Alcobaça, 1912 foi Governador-Civil da Guarda, em 1913, foi eleito por Lamego. Ainda nesse ano foi nomeado Governador Civil de Coimbra.
Entretanto, em Março de 1911, João de Barros e João de Deus Ramos elaboraram a 1ª Reforma do Ensino da 1ª República, chamada Reforma de 1911, que visava principalmente o Ensino Primário. O objectivo da Reforma era diminuir o analfabetismo e valorizar a formação do indivíduo a todos os níveis: físico, intelectual e moral.

Promulgou-se a instrução oficial e livre para todas as crianças nos níveis infantil e primário, passando o último a ser obrigatório e gratuito entre os sete e os dez anos de idade. Aumentou o número de escolas primárias, confiou-se aos municípios a organização e superintendência da instrução primária. A maior crítica a esta Reforma foi a descentralização do ensino, uma vez que os professores se queixavam que os seus salários, cujo pagamento pertencia às câmaras municipais, estavam sistematicamente em atraso. Por isso, em 1918, essas competências passaram novamente para o pelouro do Governo que procurou melhorar a qualidade do ensino com a criação de escolas que visavam a formação de professores e onde foram introduzidas novas metodologias e materiais didácticos actualizados. Os professores foram protegidos, dignificados e os seus vencimentos aumentados.
A preparação do professorado primário passaria a ser feita em escolas normais primárias; estas só começaram a funcionar 7 anos depois da promulgação da lei em 1922. O instrumento didáctico seguido foi o método de leitura da Cartilha Maternal (1876), vulgo Método de João de Deus.

Em 12 de Outubro de 1910, quando João de Barros é nomeado Director-Geral da Instrução Primária, João de Deus Ramos ocupa a posição de Chefe da Repartição Pedagógica, tendo ambos sido encarregues pelo ministro do Interior, António José de Almeida, de procederem ao estudo e à redacção da reforma do ensino primário. Tratava-se de, conforme escreve Rómulo de Carvalho, pôr em prática uma 'educação republicana, educação interessada na criação e consolidação de uma nova maneira de ser português, capaz de expurgar a Nação de quantos males a tinham mantido, e mantinham, arredada do progresso europeu, sem força, sem coragem, sem meios para sacudir de si a sonolência em que mergulhara.' A 13 de Março de 1911, João de Barros pede a demissão, justificando o abandono do cargo devido a 'modificações introduzidas no texto original da Reforma do Ensino Primário, que viria a ser publicada por decreto de 29 de Março de 1911'. Três dias depois, João de Deus Ramos acompanha-o.

Em 1911 inaugura o primeiro Jardim-Escola em Coimbra, projecto concebido e executado por Raul Lino. Em 1917 organiza o Museu João de Deus, a que João de Deus Ramos chamava de Biblioteca da Cultura Portuguesa, em que se iriam realizar importantes conferências e debates sobre temas da cultura nacional.

Envolveu-se em polémica com Tomás da Fonseca sobre o ensino religioso nas escolas.

Recusou desempenhar funções no governo de Sidónio Pais.

Foi Ministro da Instrução Pública de 21 de Janeiro a 8 de Março de 1920, no governo de Domingos Pereira sobraçando, mais tarde a pasta do Trabalho no governo de José Domingos dos Santos, de 22 de Novembro de 1924 a 15 de Fevereiro de 1925.

A 30 de Agosto de 1928 João de Deus Ramos foi ainda Sócio-Director do "Colégio Bairro Escolar do Estoril" no Monte Estoril em sociedade com o Dr. João Lopes Soares (pai de Mário Soares) e do Dr. Américo Limpo de Negrão Buisel (filho do conhecido professor de Portimão José Negrão Buisel). João Lopes Soares saiu deste projecto em 1935 e, no ano seguinte, também João de Deus Ramos o abandona, para criar o Colégio de João de Deus, na Vila Pomares, Monte Estoril.

A Escola Superior de Educação João de Deus nasceu da reconversão do Curso de Didáctica Pré-Primária pelo Método João de Deus, criado em 1920. Este foi o primeiro e, durante muitos anos, o único espaço a formar Educadores de Infância em Portugal, prestando um contributo decisivo no incremento da Educação Infantil.

Colaborou durante várias décadas com Joaquim Manso no Diário de Lisboa. Fez parte da tertúlia literária e política oposicionista a que pertenciam Aquilino Ribeiro, Ferreira de Castro, Augusto Casimiro, o padre Abel Varzim, Ramada Curto, Azevedo Gomes, Pulido Valente, Jaime Cortesão, Vieira de Almeida.


João de Deus Ramos é autor, entre outras, das seguintes obras sobre pedagogia:
Reforma da Instrução Primária, 1911;
A Reforma do Ensino Normal, 1912;
O Estado Mestre Escola e a Necessidade das Escolas Primárias Superiores, 1924;
A Criança em Portugal antes da Educação Infantil, 1940.

Colaborou em vários jornais de educação e ensino como:
O Académico Figueirense, 1933-1934; 1959;
Atlântida, Lisboa, 1915-1919 e 1920;
Escola Nova, Lisboa, 1911-1912;
A Higiene Popular, 1909-1910;
Ecos do Bairro, 1932 e Jornal do Bairro Escolar do Estoril (1935-1941) que pertenciam à Associação de Estudantes do Bairro Escolar do Estoril, tendo fundado em 1928 uma Escola Nova, no Bairro Escolar do Estoril, a denominada Ecole dês Roches que chegava a Portugal e conquistou uma identidade nacional.

Colaborou ainda nas seguintes publicações:
- A Águia, Porto, 1910-1932;
- Arte e Vida,Coimbra, 1904-1906;
- O Comércio do Lima, Ponte de Lima, 1906-1919;
- O Diabo, Lisboa, 1934-1940;
- Diário de Povo, Lisboa, 1925;
- Figueira, Figueira da Foz, 1911-1916;
- Folha de Saudação, Setúbal, 1902;
- Gente Lusa, Praia da Granja, 1916;
- Mocidade, Lisboa, 1899-1905;
- O Povo, Lisboa, 1911-1916;
- A Rajada, Coimbra, 1912;
- Revista Coimbrã, Coimbra, 1899-1900;
- Revista Nova, Lisboa, 1901-1902;


João de Barros afirma que João de Deus Ramos “lançou as bases da Escola Nacional Moderna, onde se praticam três grandes virtudes: a liberdade, civismo e solidariedade”.

Em 10 de Março de 1951 e nos anos seguintes, presidiu, na Casa do Algarve em Lisboa, à sessão solene comemorativa do 21º aniversário da Fundação da Casa do Algarve e do nascimento do poeta João de Deus.
Foi iniciado na Maçonaria em 1909, na loja Solidariedade, em Lisboa,com o nome simbólico de Antero. Em 1913, passa para a loja Redenção, regressando em 1922 à loja onde fora iniciado. Em 1924 atingiu o 7º grau do Rito Francês.[A.H. de Oliveira Marques, Dicionário de Maçonaria Portuguesa, vol. II, Editorial Delta, Lisboa, 1986, col. 1193-1194]

Morreu na sala do Museu João de Deus, vítima de trombose, a 15 de Novembro de 1953.

A.A.B.M.

sábado, 24 de abril de 2010

OPOSIÇÃO À DITADURA



Movimento(s) de Crítica e Oposição à Ditadura [via documentos Virgínia de Moura (?)]

J.M.M.

REVISTA ORDEM NOVA



Revista Mensal Anti-Moderna, Anti-Liberal, Anti-Democrática, Anti-Burguesa e Anti-Bolchevique. ORDEM NOVA Contra-Revolucionária; Reaccionária; Católica, Apostólica e Romana; Monárquica; Intolerante e Intransigente; Insolidária com Escritores, Jornalistas e quaisquer profissionais das letras, das artes e da imprensa. Lisboa, Ano I, nº 1 (Março de 1926) ao nº 12 (Fevereiro de 1927). Director: Marcello Caetano.

ler Ficha Bibliográfica AQUI.

J.M.M.

ESTADO NOVO


Comício anti-comunista, em Setúbal (11 de Setembro de 1937).

Na mesa, que presidiu ao comício: Gilberto Arroteia; dr. António Barreiros Cardoso; dr. Águedo de Oliveira; dr. João Pinto da Costa Leite (Lumbrales); tenente-coronel Dowens [via Torre do Tombo]

J.M.M.

CARMONA E SALAZAR



Oscar Carmona e Oliveira Salazar - postal

J.M.M.

AO POVO PORTUGUÊS



"Ao Povo Português" - panfleto assinado pelo General Sousa Dias, Jaime de Morais (Comité Militar Central), Jaime Cortesão (Capitão médico miliciano e delegado do C.M.C. no Norte), Capitão Sarmento Pimentel (delegado do Comité Militar do Norte), João Pereira de Carvalho (do Comité Militar do Norte) - clicar para ler.

via Torre do Tombo.

J.M.M.

O REVIRALHO - ORGÃO DO COMITÉ DE DEFESA DA REPÚBLICA



O REVIRALHO. Orgão do Comité de Defesa da República [Ano I, nº7 ? - clicar para ler] - via Torre do Tombo.

J.M.M.

A VICTORIA - JORNAL CLANDESTINO


"A Victória". Jornal clandestino, defensor dos princípios republicanos. PELA REPÚBLICA! PELA LIBERDADE! PELA CONSTITUIÇÃO!; Ano 1, n.º 2, de 19 de Novembro de 1927 [nº1, de Novembro de 1927 ?)

"Nesta hora de fé, entusiasmo, de acrisolado amor pela Pátria, é-nos grato gritar, vibrantemente: PELA REPÚBLICA! PELA LIBERDADE! PELA CONSTITUIÇÃO! A luta, a batalha, o triunfo dos nossos ideais, estão próximos!

Exercito, marinha, tudo quanto sinta vibrar dentro de si amor patrio: Ás Armas! Viva a República!
" [clicar na foto para ler]

via Torre do Tombo.

J.M.M.

O GRÉMIO MONTANHA AOS LIBERAIS




Grémio Montanha: "Aos Liberais" - via Torre do Tombo [clicar para ler]

J.M.M.

A COMUNA - ORGÃO COMUNISTA LIBERTÁRIO DO PORTO


"A COMUNA" (Orgão Comunista Libertário. Antigo quinzenário A Aurora), Porto, Ano I, nº6, de 6 de Junho de 1920 [clicar na foto para ler]

- semanário comunista libertário, Orgão do Grupo de Propaganda Libertária (Antigo quinzenário A Aurora), Porto (Rua do Sol, 131), Ano I, nº1 (2 de Maio 1920) ao Ano VI, nº? (20 de Dezembro 1925 - ?). Propriedade do Grupo de Propaganda Libertária; Editor: António Teixeira; A. Alves Pereira); Admin.:Damião Castelo; Director: Serafim Cardoso Lucena (Damião Castela); Redactor: Serafim Cardoso Lucena; Colaboradores: A. Alves Pereira, C. Vieira dos Santos, Abílio Ribeiro, António José de Almeida, Manuel Joaquim de Sousa, Alfredo Guerra, ...

via Torre do Tombo.

J.M.M.

BANDEIRA VERMELHA


"BANDEIRA VERMELHA", Ano I, nº24, 14 de Março de 1920 [clicar na foto para ler]

[semanário editado pela Federação Maximalista Portuguesa, I série, Ano I, nº1 (5 de Outubro de 1919) ao nº? (19 de Junho de 1921), e seu porta-voz - note-se que o P.C.P. é fundado em Março de 1921 (vidé a ligação entre a então Federação Maximalista Portuguesa e o PCP em "Contribuição para a história do Partido Comunista Português na I República 1921-1926", de José Pacheco Pereira, Análise Social, 67-68, 1981).

Editor: Jaime Neves Guimarães (depois José Rodrigues). Director: Manuel Ribeiro (que era o Secretário Geral da Federação). Redactores e colaboradores: António Lopes Jorge, António Peixe, Caetano de Sousa, Carlos Rates, Dinis Rocha, Ferreira Quartel, Manuel Ribeiro, Marcelino da Silva, Sobral de Campos. Redacção e Administração: Rua Arco Marquês do Alegrete, 30, 2ºDto, Lisboa. Composição e impressão, Tipografia Rua do Século] - ler o que publicámos AQUI.

Foto - via Torre do Tombo.

J.M.M.

PCP - PRIMEIRO MANIFESTO - JULHO DE 1921



"AO PAÍS" - Primeiro Manifesto do Partido Comunista Português, Julho de 1921

"O Partido Comunista Português, ao publicar o seu primeiro manifesto, saúda todos os trabalhadores, intelectuais e manuais, como as únicas forças vivas e produtivas capazes de uma profunda e enérgica reconstrução social da sociedade portuguesa.

O Partido saúda igualmente o Proletariado internacional e bem assim os Partidos Comunistas de todo o mundo - salientando nestas saudações, como preito de homenagem ao seu heróico sacrifício, todos os trabalhadores que hajam sucumbido na luta contra a reacção burguesa-capitalista, ou que jazem nos cárceres lúgubres do capitalismo mundial, mercê da mesam luta ...
" [clicar na foto para ler]

via Torre do Tombo.

A GÉNESE DA DITADURA - por RAMADA CURTO


"A Génese da Ditadura", por Ramada Curto - in Portugal Republicano, 12 de Maio de 1934 [clicar na foto, para ler o artigo]

J.M.M.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

ABRIL: II ou III República?



A Associação Alternativa, Associação 25 de Abril / Delegação do Centro e a Comissão Cívica de Coimbra para as Comemorações do Centenário da República, de Coimbra, vai realizar amanhã, 23 de Abril, uma tertúlia/conversa intitulada Conversas em Democracia, que vai debater o tema em epígrafe.

Pode ler-se no texto de divulgação:

Num tempo em que parecem periclitar os valores republicanos do serviço público desinteressado, do culto do Bem Comum e da escrupulosa gestão dos valores patrimoniais, num momento em que muitos inimigos da República, da Liberdade, da Justiça Social e do 25 de Abril se aproveitam das fraquezas dos maus republicanos para as darem como inerentes e contaminadoras do próprio ideal democrático, há que afirmar orgulhosamente os princípios por que se bateram os combatentes da Rotunda, dizendo que o 25 de Abril de 1974 prolongou e aprofundou o 5 de Outubro de 1910, a bem de Portugal e dos portugueses.

Participam na tertúlia:

Amadeu Carvalho Homem
Fernando Fava
Isabel Vargues
Miguel Santos

Uma iniciativa a que nos associamos, que divulgamos a todos os nossos ledores e apelamos à participação cívica.

A.A.B.M.

CONFERÊNCIA SOBRE VEIGA SIMÕES EM ARGANIL


Vai realizar-se amanhã, dia 23 de Abril, em Arganil, na Biblioteca Municipal Miguel Torga, uma conferência sobre Veiga Simões. Este evento, insere-se no âmbito das Comemorações do Centenário da República que vão decorrendo no município.

A conferente será a doutoranda Lina Madeira, que tem dedicado a sua pesquisa a analisar a questão da promoção (ou não) dos diplomatas durante o Estado Novo, em função das suas opiniões e atitudes políticas.

Recorde-se que Lina Maria Gonçalves Alves Madeira publicou Alberto da Veiga Simões. Esboço biográfico, em 2002, resultante da dissertação de Mestrado em História Contemporânea, que recebeu o prémio da Fundação Mário Soares.

Quanto a Alberto da Veiga Simões, nasceu em Arganil a 16 de Dezembro de 1888. Começou a distinguir-se ainda enquanto estudante na Universidade de Coimbra, colaborou em diversas publicações como a A Comarca de Arganil, A Águia, A Capital, No Circo, Correio de Arganil, Diário de Coimbra, Diário do Povo, A Farça, Jornal de Arganil, República, Serões, A Voz da Oficina.

Publicou diversas obras, entre as quais destacamos:
- Plágios, Coimbra, 1904;
- Homenagem ao poeta Vasco Vidal. Do seu maior admirador e amigo, Coimbra, 1904;
- Nitockris, Coimbra, 1908;
- A Nova Geração. Estudo sobre as tendências actuais da literatura portuguesa, Coimbra, 1911;
- Elegia da Lenda. Livro das Saudades, Porto, 1912;
- A Escola de Coimbra. Palavras ditas no festival do Casino Peninsular da Figueira da Foz em benefício do Jardim-Escola Joâo de Deus, Coimbra, 1910.
- Sombras, Porto, 1912;
- Interesses Portugueses na Amazónia, Lisboa, 1917;
- A Crise Europeia e os Problemas Actuais da Política Comercial Portuguesa, Lisboa, 1930;
- Para uma nova política colonial, Lisboa, 1933.

Diplomata de carreira, acabou por adoptar uma atitude crítica face ao regime salazarista. Viveu em diversos países, Brasil, Áustria, em destaque a sua passagem pela Alemanha.Ostracizado pelo governo de António de Oliveira Salazar, acabou por leccionar em França onde passou a parte final da sua vida e onde veio a falecer.

Faleceu em Paris, a 1 de Dezembro de 1954.

Uma actividade que recomendamos vivamente a todos e que permitirá certamente conhecer melhor uma personalidade que merece ser reabilitada.

A.A.B.M.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

"O QUE O POVO QUER" - PANFLETO



"O QUE O POVO QUER" (?) - PANFLETO (clicar na foto)

via Torre do Tombo.

J.M.M.

COLÓQUIO REPÚBLICA E ENSINO


Vai realizar-se nos próximos dias 23 e 24 de Abril, em Lisboa, com o apoio da CNCCR, o Colóquio República e Ensino.

Este colóquio vai ter lugar no auditório da Reitoria da Universidade de Lisboa e conta com a colaboração de alguns dos nossos especialistas na questão do Ensino.
Entre os oradores contam-se Sérgio Niza, Fernando Catroga, Maria João Mogarro, Joaquim Pintassilgo, Justino Magalhães, Jorge Ramos do Ó, José Cardim, Luís Reis Torgal, Guilherme d`Oliveira Martins, Amadeu Carvalho Homem, Augusto Mateus, Jaime Reis, Maria José Artiaga, entre outros.

Pode ler-se na nota de abertura do colóquio:

República e Ensino
Com a realização do Colóquio República e Ensino pretende-se analisar a obra educativa da I República, sublinhando a sua importância enquanto projecto coerente e inovador de reforma do ensino. Esta análise que engloba os pressupostos pedagógico-didácticos que informaram a educação republicana e a forma como os mesmos se concretizaram nos diferentes níveis de ensino, é feita com o objectivo de captar os principais vectores da herança educativa republicana, no sentido de reflectir sobre a sua adequação aos nossos dias. A partir da visão das propostas e realizações republicanas, nos seus êxitos e nas suas limitações, proceder-se-á a uma análise prospectiva dos actuais problemas educativos, na busca de proposta que permitam projectar o futuro em ordem a uma educação de qualidade para todos, numa sã vivência democrática de participação cívica consciente.


O programa completo, com os conferencistas e respectivos resumos pode ser consultado AQUI.

Uma iniciativa que conta com o apoio da Comissão Nacional e que merece todo o apoio e divulgação. Esperemos que se aproveite para debater se os modelos de ensino têm sido os mais adequados, principais virtudes e defeitos e, sobretudo, projectar para o futuro os sonhos que se vão renovando a cada geração.

A.A.B.M.

A BATALHA - JORNAL




Jornal "A BATALHA". Porta-Voz da Organização Operária Portuguesa, Ano IV, nº1.139 (Suplemento), de 7 de Agosto de 1922 (clicar na foto)

via Torre do Tombo Digital

J.M.M.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

CAPITÃO DE ABRIL, CAPITÃO DE NOVEMBRO



Vai realizar-se na próxima Quinta-feira, 22 de Abril, pelas 18 h, na Bertrand, do Centro Comercial Dolce Vita, Coimbra, a apresentação desta obra.

O autor da obra é o Coronel Rodrigo Sousa e Castro.

No evento serão apresentantes da obra o General Augusto Monteiro Valente e a Dra. Manuela Cruzeiro.

Sobre o livro já existem algumas coniderações que podem ser acompanhadas AQUI ou AQUI ou ainda AQUI.

Sobre o autor, a obra e a época recomendamos uma visita AQUI. Neste espaço é possível encontrar digitalizados alguns documentos que marcaram o complexo, mas riquíssimo período que se segue à revolução de 25 de Abril de 1974.

Uma obra e uma iniciativa que não podíamos deixar de divulgar a todos os interessados, ainda para mais quando se aproxima mais um aniversário da "Revolução dos Cravos".

A.A.B.M.

ANTÓNIO GINESTAL MACHADO



FOTO: Bilhete de Identidade do "sócio nº240" do Centro União Republicana (Lisboa), pertencente a António Ginestal Machado [via BNP]

J.M.M.

ESPÓLIO DE ANTÓNIO GINESTAL MACHADO (1874-1940) NA BNP



Realizou-se hoje, em Lisboa, nas instalações da Biblioteca Nacional, pelas 17.30 h, a apresentação do inventário e exposição sobre a figura, ainda pouco conhecida de António Ginestal Machado.

Com a doação do espólio, pela família, e a publicação do inventário, fica agora acessível aos investigadores um manancial de documentos sobre o período final da República que era fundamental salvaguardar, preservar, tratar, divulgar e tornar acessível à investigação.

Pode ler-se na nota publicada na BNP, que a seguir publicamos com a devida vénia:

No âmbito do seu programa de celebrações do Centenário da República, que conta com o Alto Patrocínio da Assembleia da República, a Biblioteca Nacional de Portugal promove um acto evocativo de António Ginestal Machado, Presidente do Conselho de Ministros da I República (1923).

A sessão, presidida pelo Secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, inclui o lançamento, no Auditório da BNP, do Inventário do Espólio de António Ginestal Machado, - obra apresentada por Pedro Tavares de Almeida, da Universidade Nova de Lisboa -, bem como a inauguração de uma mostra alusiva à personalidade em apreço.


Professor, publicista, político e estadista republicano, António Ginestal Machado nasceu na vila de Almeida a 3 de Maio de 1874 e faleceu na cidade de Santarém a 28 de Junho de 1940.

Concluídos os estudos secundários no Liceu da Guarda, rumou a Lisboa, onde se diplomou na Escola Naval (1895) e depois no Curso Superior de Letras (1897). Renunciando a uma carreira na Marinha, dedicou-se à docência, tendo sido professor e também reitor (1911-1923) do Liceu Nacional de Santarém.

Antes da Implantação da República, iniciou uma colaboração regular na imprensa, tanto local como nacional, tendo publicado regularmente no Correio da Estremadura e A Luta (dirigida por Brito Camacho), bem como participado activamente na Liga Nacional de Instrução (criada em 1907 por Trindade Coelho e Borges Grainha) e na Junta Liberal (fundada em 1909 por Miguel Bombarda), tendo presidido às respectivas delegações na cidade de Santarém.

Em 1912 filiou-se na União Republicana e, após a sua dissolução, militou no Partido Republicano Liberal (1919-1923) e depois no seu sucedâneo, o Partido Republicano Nacionalista, a cujo Directório presidiu (1923-1927). Foi deputado eleito por Santarém em três legislaturas consecutivas (1921-1926), ministro da Instrução em dois governos (1921) e presidente do Conselho de Ministros (1923). Foi ainda provedor da Misericórdia de Santarém (1919-1933) e comissário do Governo junto da Companhia dos Caminhos-de-Ferro Portugueses (1911-1940)


Uma iniciativa que o Almanaque Republicano não podia deixar de divulgar junto dos seus ledores.

A.A.B.M.

sábado, 17 de abril de 2010

JOSÉ ANTÓNIO DOS REIS DÂMASO



Nasceu em Lagoa, Algarve, a 11 de Dezembro de 1850 e faleceu em Lisboa a 17 de Abril de 1895.
Aprendeu as primeiras letras com seu pai, que também lhe ensinou o latim. Continuou os seus estudos em Faro e em Lisboa. Seguiu a carreira das armas, assentando praça em artilharia, mas com pouca inclinação para a vida militar, conseguiu licença para frequentar o Curso Superior de Letras, o qual concluiu em 1887.

Colaborou literariamente na Gazeta de Setúbal, Liberdade, Distrito de Faro, Jornal dos Artistas e Correio do Meio Dia (Portimão).

Em 1883 foi nomeado conservador de primeira classe das bibliotecas da câmara municipal de Lisboa, onde alcançou bastantes simpatias.

Tomou parte no Congresso Pedagógico Hispano Português, que se reuniu em Madrid por ocasião das festas columbinas, tendo servido como secretário de uma das sessões. Nessa ocasião apresentou uma memória sobre João de Deus, que mais tarde refundiu e ampliou com a biografia respectiva. Encontrava-se já pronta para impressão com o título de João de Deus e a sua obra, quando faleceu.

Dirigiu os seguintes jornais:
Archivo Literário, Aurora Académica, Encyclopedia Republicana, de Lisboa; a Razão, de Belém.

Colaborou ainda nos seguintes periódicos:
Revolução de Setembro, Vanguarda, Lisboa, 1880; Crença Liberal, Democracia; Era Nova; Commercio de Portugal; Jornal do Commercio; Commercio de Lisboa; Galeria Republicana, Revista de Estudos Livres, Novidades, jornais publicados em Lisboa. Outras publicações: A Vitória da República. Almanaque Republicano (1895).

Colaborou ainda no Pantheon, Cancioneiro Português, Museu Ilustrado, Folha Nova, Discussão, Camões, A Semana, Revista do Norte, do Porto.

Na província colaborou:
Partido do Povo, Penafidelense, Commercio da Figueira; Povo Português, da Guarda; Emancipação, de Tomar; Defesa do Povo, de Silves; Serpense, onde publicou um conjunto de textos importantes sobre os modernos romancistas e o naturalismo, onde analisou os trabalhos de Júlio Diniz, que considerou como o precursor da escola naturalista.

Colaborou ainda com a imprensa estrangeira como:
Fígaro, de Espanha; Las Mujeres Españolas, portuguesas y americanas, de Madrid, Ecos de la Prensa Estranjera, Madrid; A Ilustration Iberica, Barcelona; em jornais italianos como: Revue Internacionale, de Florença; Cronaca Sibarita, Nápoles.

Estreou-se na Revolução de Setembro, publicando folhetins, como o Anjo da Caridade, que foi originalmente publicado em 1875 e mais tarde reunido em volume em 1877. Em 1882, publicou o livro de contos Scenographias (quadros naturalistas), e em 1887, escreveu dois estudos sobre João de Deus e o Dr. Teófilo Braga.
Recolheu as tradições e contos algarvios que forneceu ao Dr. Teófilo Braga, para os inserir na sua obra Contos Tradicionais Portugueses.
Colaborou ainda no Dicionário de Vida Prática, onde escreveu sobre os jogos infantis, acrescentando-lhe elementos sobre a tradição portuguesa.
Publicou textos nas publicações comemorativas dos centenários de Camões, Calderon e Pombal; no Álbum Literário, do Porto; Álbum Calderoniano, de Madrid; Homenagem a Pombal, do Rio de Janeiro, etc. Foi correspondente de alguns jornais estrangeiros como La Justicia e El Liberal e da revista Le Monde Poétique .

Responsável pela Biblioteca da Lapa em Lisboa.

Reis Dâmaso, na Revista de Estudos Livres vai-se insurgir contra a publicação de O Mandarim acusando Eça de ter atraiçoado o movimento. Estas acusações não eram infundadas porque de fato Eça já estava a descolar de um realismo ortodoxo para o seu estilo mais pessoal onde o seu humor e a sua fantasia se aliam num estilo único.

Desde a implantação do Realismo com a adesão de Eça que o movimento logrou um núcleo de apoiantes que se desmultiplicaram em explicar e defender o seu credo estético. Esse núcleo resvalou, regra geral, para uma posição mais extrema do Realismo, o Naturalismo, tornando-se ortodoxos e dogmáticos. Os defensores desta posição foram José António dos Reis Dâmaso (1850-1895) e Júlio Lourenço Pinto (1842-1907) autor da Estética Naturalista que pretendia ser um evangelho do Naturalismo.

Este autor é considerado uma figura secundária do ponto de vista literário e quase totalmente esquecida na actualidade.

Ao seu funeral presidiram Bernardino Machado e Teixeira Bastos, tendo discursado junto à sua sepultura Teixeira Bastos e Guilherme Santa Rita. Assinalam-se também as presenças de Brito Aranha, Cecílio de Sousa, Feio Terenas, Xavier da Silva e Alves Correia, entre muitos outros.

Reis Dâmaso tinha estabelecido ao longo da sua vida literária contactos com várias personalidades da vida cultural do seu tempo, não só em Portugal, mas sobretudo no estrangeiro. Trocou correspondência com personalidades como: Angelo de Gubernatis, Vittorio Pica, D. Rafael Altamira, Conde de Tolstoi (Leão Tolstoi), Carmen Sylvia (rainha da Roménia), entre muitos outros.

NOTAS BIOBIBLIOGRÁFICAS: [Sempre que possível, por ordem cronológica]
- Anjo da Caridade, romance, 1871;
- “A senhora Ratazzi e o sr. Camilo”, Commercio da Figueira, Figueira da Foz, 04-02-1880.
- “Os críticos de Madame Ratazzi”, Commercio da Figueira, Figueira da Foz, 22-02-1880.
- “Os críticos de Madame Ratazzi [???]”, Commercio da Figueira, Figueira da Foz, 27-02-1880.
- “No templo”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 35-36;
- “No dia do noivado”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 79-82;
- “Um cão”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 149;
- “A Viúva”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 190-193;
- “No camarim da actriz”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 215-216;
- “No dia do Baptisado”, Museu Ilustrado, Porto, vol. II, 1880, p. 223-228;
- “Tradições poéticas no Algarve”, A Vanguarda, nº 47, 1881;
- “As manifestações democráticas”, Almanach do Século para 1882, Dir. Gomes Leal, Lisboa, Kiosque do Rocio, 1881, p. 68-71;
- Cenografias, contos, 1882;
- “O prato d’El-Rei”, Folha Nova, Porto, 20-02-1882.
- Anuário para o Estudos da Tradições Populares Portuguesas, Dir. Leite de Vasconcelos, Porto, Livraria Portuense de Clavel, 1882.
- “Tradições Populares (Colecção do Algarve): Romances” in Encyclopedia Republicana, Lisboa, Nova Minerva, 1882, pp. 154-156, 171-173, 184, prossegue com o título “Tradições Populares do Algarve: Romances”, ibidem, pp. 201-204, 215-216 e 232-237.
- “La mujer del Algarve”, Las Mujeres Españolas, Portuguesas y Americanas, Madrid, tomo III, p. 233-244.
- “El Nido (cuento de ninos)”[Trad. Blas Quito], Ilustracion Ibérica, Barcelona, 27-09-1884, Ano II, nº 91, p. 622-623.
- “Uma estátua a Saraiva de Carvalho (Estudo crítico)", Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1884, nº 1, p. 28-34.
- “Bibliografia: «O Salústio Nogueira», de Teixeira de Queirós”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1884, p. 229-234.
- “Júlio Dinis e o Naturalismo”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, Dezembro de 1884, Tomo I, p. 511-519.
- “Romancistas Naturalistas: Eça de Queirós”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1884, Tomo II, p. 73-80.
- “Romancistas Naturalistas: Eça de Queirós (conclusão)”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1885, Tomo II, p. 229-234.
- “Bibliografia: Rachilde –Francis Talman «Monsieur Vénus», Bruxelas, 1885 e Albert Savine, «Le Commandadeur Mendoza (costumes andaluces), Paris, 1885”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 45-47.
- “Últimos Românticos: Camilo Castelo Branco”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1885, p. 553-558.
- “Romancistas Naturalistas: Júlio Lourenço Pinto”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1885, p. 598-606.
- “Revista das Revistas”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p.49-52.
- “Revista das Revistas - Froebel”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 103.
- “Romancistas Naturalistas: José Augusto Vieira”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, 278-288.
- “Romancistas Naturalistas: Fialho de Almeida, C. Castelo Branco, Gervásio Lobato, Alberto Braga, Lino de Macedo, Artur Lobo d’Ávila”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 457-461.
- “Bibliografia: L. Tikomirev, «La Russie, Politique et social», Paris, 1886”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 524.
- “Bibliografia: Edouard Dujardin, «Les Hantises», Paris, 1886”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 524-524.
- “Bibliografia: Amédée Pigeon, «La Confission de Madame de Weyre”, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 525-526.
- “Bibliografia: Guilherme Gama, «Prosas Simples: Impressões e Paisagens», Lisboa, 1887, Revista de Estudos Livres, Lisboa, 1887, p. 526-527.
- “La Vida Estranjera. Lisboa”, El Liberal, Madrid, 13-01-1890, Ano XII, nº 3884, p. 1, col. 4 e 5.
- “La Vida Estranjera. En Lisboa”, El Liberal, Madrid, 01-03-1890, Ano XII, nº 3911, p. 2, col. 2 e 3.
- “La Prensa Portuguesa”, El Liberal, Madrid, 26-02-1892, Ano XIV, nº 4633, p. 1, col. 3 a 5.
- “Lisboa”, El Liberal, Madrid, 06-09-1892, Ano XIV, nº 4825, p. 1, col. 5-6.
- “La miséria en Lisboa”, El Liberal, Madrid, 30-12-1892, Ano XIV, nº 4939, p. 1, col. 2.
- “Prison del Sr. Salmeron. En Lisboa”, El Liberal, Madrid, 08-10-1894, Ano XVI, nº 5464, p. 1, col. 2.
- “Republicanos Portugueses: Magalhães Lima (perfil)”, Las Dominicales del Libre Pensamiento, 16-06-1893, Ano XI, nº 562, p. 2, col. 3.
- Nova Alvorada, Vila Nova de Famalicão, 01-03-1894, nº 12, [número especial dedicado ao 5º Centenário do Nascimento do Infante D. Henrique].


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:

- “Dâmaso, José António dos Reis”, Portugal. Dicionário Histórico, Corográfico, Biográfico, Bibliográfico, Heráldico, Numismático e Artístico, Dir. Esteves Pereira e Guilherme Rodrigues, vol. III (D-K), Lisboa, João Romano Torres Editores, 1907, p. 11-12
- VIEIRA, Célia Sousa , A superação do modelo narrativo zoliano: lugares de intersecção e estratégias paródicas
- “José António dos Reis Dâmaso”,Vanguarda, Lisboa, 19-04-1895, Ano 5, nº 1377, p. 1, col. 5;
- “José António dos Reis Dâmaso”,Vanguarda, Lisboa, 20-04-1895, Ano 5, nº 1378, p. 2, col. 3.
- "José António Reis Damaso", O Ocidente, Lisboa, 05-05-1895, Ano XVIII, nº 589, p. 104.

A.A.B.M.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

PORTUGAL REPUBLICANO


PORTUGAL REPUBLICANO (Orgão do Centro Republicano Português Dr. Afonso Costa), Rio de Janeiro (Ano II, nº17, 12 de Maio de 1934)

Notas: Entrevista de Afonso Costa ao jornalista brasileiro José Jobim (em Paris); entrevista a José Domingues dos Santos; diversas fotos dos membros do Centro Republicano Português Dr. Afonso Costa.

in Documentos Afonso Costa (Fundação Mário Soares).

J.M.M.

BOLETIM DO CENTRO REPUBLICANO PORTUGUÊS AFONSO COSTA


Boletim do Centro Republicano Português Dr. Afonso Costa, Rio de Janeiro (Praça Tiradentes, 1933, 32 p.

Direcção: Alberto Bebiano Cepas (Pres.); António Leite da Costa (Vice-Pres.); W. Sousa Fernandes (Secretário); Joaquim Pinto Ribeiro (Tesoureiro); Joaquim Monteiro (procurador); José da Costa Queiroz (Bibliotecário).

Sumário: Afonso Costa, Entrevista publicada na A Pátria; Palavras do Eminente Republicano Bernardino Machado (Carta); Ditadura Arruinadora (publicada n'A Pátria), por Sarmento Pimentel; Doutor Bernardino Machado, por Eugenio Martins; José Domingues dos Santos. O Homem Publico Que Primeiro Teve a Visão, em Portugal, dos Novos Rumos da Politica Democratica, por Joaquim Monteiro; Memorias da Minha Vida Colonial, por Norton de Matos; Aspectos Economicos e Financeiros Portugueses, por H. Torres; Impossivel? Não!, por Antonio Amorim; De Longe, por Hermenegildo Antonio; A Idolatria nas Ditaduras.

in Documentos Afonso Costa (Fundação Mário Soares)

J.M.M.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

COLÓQUIO REPÚBLICA E REPUBLICANISMO(S)



Realiza-se amanhã, entre as 9.30 h e as 17.30h um colóquio sobre a República e Republicanismo(s), na Universidade do Minho. Este colóquio resulta do esforço e empenho dos Departamentos de Filosofia e História e conta com alguns especialistas no período em questão, onde vão apresentar alguns dos resultados das respectivas investigações.

Pode ler-se na apresentação do colóquio:

É sob o signo do tempo – passado e futuro – que se desenha o Colóquio República e Republicanismo(s), iniciativa conjunta dos Departamentos de Filosofia e de História, da Universidade do Minho. É seu fim, através do cruzamento disciplinar, proporcionar um espaço de reflexão crítica e analítica à comunidade académica, sobre a república, segundo um duplo olhar: o das ideias e ideações acerca da nova sociedade a criar e o mundo dos homens e das práticas políticas que corporizam, no seu todo, a experiência republicana portuguesa.

Programa
9h30 | Sessão de Abertura
Vice-reitor da Universidade do Minho | Doutor Vieira de Castro
Presidente do ICS/UM | Doutor Miguel Bandeira
Presidente do ILCH/UM | Doutora Maria Eduarda Keating
Director do Departamento de Filosofia/UM |Doutor Vítor Moura
Director do Departamento de História/UM | Doutor Arnaldo Melo
Directora do CEHUM | Doutora Ana Gabriela Macedo
Directora do PFP/CITCEM | Doutora Maria Augusta L. Cruz

Moderação: Fernando Machado (CEHUM-UM)
10h00 | Viagem ao reino da ideia republicana
Fernando Catroga (CHSC- UC)

10h45 – 11h00 | Intervalo

Moderação: Manuel Gama (CEHUM-UM)
11h00 | A teoria republicana hoje: comunitária, liberal ou crítica?
Roberto Merrill (CEHUM-UM)

11h25 | As grandes correntes ideológicas do republicanismo português (1870-1910)
Pedro Martins (CEHUM-UM)

12h30 | Almoço

Moderação: Arnaldo Melo (PFP/CITCEM-UM)
14h30 | O combate pelo domínio das almas
Lúcia Moura (CEHR- Universidade Católica)

15h15-15h30 | Intervalo

Moderação: Francisco Mendes PFP/CITCEM-UM)
15h30 | Revolução ou Traição? O 5 de Outubro no diário da rainha D. Amélia.
Margarida Durães (PFP/CITCEM-UM)

16h00 | A magistratura judicial sob o signo da República (1910-1926)
Fátima Moura Ferreira (PFP/CITCEM-UM)

17.00 | Sessão de Encerramento

Uma iniciativa que se saúda e que divulgamos junto dos nossos ledores, desejando os maiores sucessos à organização.

A.A.B.M.

OLIVEIRA DO HOSPITAL - ALBERTO MOURA PINTO: REPUBLICANO E OPOSITOR (PALESTRA)


Hoje (dia 15), pelas 14,45 horas, decorre em Oliveira do Hospital uma Palestra, (Auditório do Crédito Agrícola) integrada no Programa das Comemorações do Centenário da República, com o tema "Alberto Moura Pinto: Republicano e Opositor", por Heloísa Paulo (CEIS20).

Nos Paços do Concelho (de 15 de Abril a 1 de Maio): Exposição de FotografiaAlberto Moura Pinto.

Alberto Moura Pinto (1883-1960) nasceu em Arganil [ou Coimbra?], foi bacharel em Direito [entrou no ano de 1899] pela Univ. de Coimbra (1904), advogado, político [admin. Concelho de Arganil, Março 1908 – cf. As Constituintes e 1911 e os seus Deputados, 1911, p. 79], tendo desempenhado vários cargos [foi delegado do Procurador Régio em Miranda do Douro e S. João da Pesqueira – ibidem].

Foi um conhecido republicano, com "papel importante na propaganda dos seus ideais na região de Coimbra" [cf. Dicionário de Maçonaria Portuguesa, de A. H. de Oliveira Marques, 1986, vol II], com a participação em vários "núcleos revolucionários" [integrou a Junta Central Revolucionária de Coimbra – juntamente com os carbonários Dr. Manuel Alegre e Malva do Vale – e fundou outros núcleos, como em Águeda, Oliveira do Hospital e Arganil]. Foi nomeado (8 de Outubro de 1910), de novo, administrador do Concelho de Arganil e esteve como Delegado da Procuradoria da República em Mangualde e Leiria. Pertenceu ao Partido Unionista e ao Liberal [abandonou este partido a "uma ano de distância" do 28 de Maio – cf. Luis Bigotte Chorão, "A Crise da República e a Ditadura Militar", 2009], foi deputado constituinte [pelo círculo nº26, Arganil] e de novo entre 1919-25. Foi Ministro da Justiça no governo de Sidónio Pais, por escassos dois meses, tendo saído em completa ruptura [crise de 7 de Março de 1918, onde além de Moura Pinto outros ministros Unionistas saíram do governo sidonista, como Aresta Branco e Santos Viegas – sobre a acção parlamentar e legislativa de Moura Pinto, consultar Luís Biogotte Chorão, Op. cit, pag. 719-721]. Após o 28 de Maio de 1926, Moura Pinto combate a Ditadura e o Estado Novo, pelo que foi deportado (Açores, 20 de Julho de 1930), fugindo para Espanha (onde se integra no conhecido grupo dos "Budas"), passando depois a residir no Brasil, de onde regressou muito depois (1957).

Alberto Moura Pinto foi maçon, iniciado na Loja Tenacidade [loja nº 250 do RF, de Águeda, resultante do triângulo nº34, antes instalada em Sangalhos, que esteva activa entre 1905 e 1913], com o n.s. de "Passos Manuel".

FOTO: Sidónio Pais conversando com Moura Pinto, in Ilustração, 17 de Dezembro de 1917.

J.M.M.

FERNANDO AUGUSTO FREIRIA (Parte II)


Continuando com algumas notas biobibliográficas sobre o coronel Fernando Augusto Freiria, descobrimos que foi uma personalidade fundamental no período da Monarquia do Norte. Destacou-se no combate às tropas revoltosas, já que era chefe do Estado Maior da 2ª Divisão, com sede em Viseu.

No decorrer dos acontecimentos, começou por ser preso, mas acabou por conseguir escapar e comandar as tropas que derrotaram os revoltosos em Lisboa.

Na sequência dos acontecimentos de Fevereiro de 1927, Fernando Freiria, vai escolher para seu advogado de defesa o jovem licenciado em Direito e futuro Primeiro-Ministro, Adelino da Palma Carlos.

Como salientou o próprio Freiria em nota para Adelino da Palma Carlos:

como hoje e sempre considerei e considerarei repelentes os delatores, recusei-me altivamente e dentro das normas de disciplina a aceder aos desejos da Comissão [encarregue de elaborar uma lista dos funcionários militares que não dessem uma completa garantia da sua adesão à República e à Constituição], e nada informei sobre os oficiais que constam da lista que me foi enviada, e entre os quais, como pode verificar, constam os nomes dos meus camaradas e então meus colegas Artur Ivens Ferraz e capitão Júlio Ernesto de Morais Sarmento

[Luís Bigotte Chorão, A Crise da República e a Ditadura Militar, Sextante Editora, Lisboa, 2009, p. 205-206, nota 595].

A.A.B.M.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

GOVERNO CUNHA LEAL


O Governo presidido por Cunha Leal (Dezembro de 1921):

Presidente do Conselho de Ministros, Francisco Pinto da Cunha Leal / Ministro da Justiça, António Abranches Ferrão / Ministro da Marinha, João Manuel de Carvalho / Ministro dos Negócios Estrangeiros, Júlio Dantas / Ministro das Colónias, Francisco da Cunha Rego Chaves / Ministro da Instrução Pública, Alberto da Cunha Rocha Saraiva / Ministro da Agricultura, Mariano Martins / Ministro da Guerra, Fernando Augusto Freiria / Ministro das Finanças, Vitorino Guimarães / Ministro do Trabalho, Augusto Joaquim Alves dos Santos.

via Arquivo Municipal de Lisboa.

J.M.M.

terça-feira, 13 de abril de 2010

FERNANDO AUGUSTO FREIRIA


Nasceu em 12 de Janeiro de 1877, em Lisboa. Seguiu a carreira das armas, ingressando no Exército, na arma de Artilharia.
O seu percurso na hierarquia militar foi o seguinte: 1893, assenta praça no regimento de Lanceiros de El-Rei; alferes em 1897; tenente em 1897; capitão em 1911; major em 1917; tenente-coronel em 1917; coronel em 1919.

Foi professor na Escola de Guerra entre 1912 e 1919. A partir de 1914, passou a integrar o Corpo Expedicionário Português, chefiado por Gomes da Costa. Integra, em Outubro de 1914, a missão militar enviada para conferenciar com o Estado Maior britânico, composta ainda por Ivens Ferraz e Azambuja Martins. Fez parte da Comissão encarregue de receber em França as tropas expedicionárias portuguesas. Foi combatente na Flandres.
Em 1919, no regresso a Portugal, foi nomeado Chefe de Estado-Maior da Divisão encarregada de dominar os revoltosos da Monarquia do Norte.

Dirigiu o Instituto Central de Oficiais em 1920 e no ano seguinte o Instituto dos Pupilos do Exército. Foi professor no Instituto de Odivelas.

A partir de 1922 passou a integrar o Governo de Cunha Leal. Ocupou a pasta da Guerra, cargo que desempenhou entre 16 de Dezembro de 1921 e 6 de Fevereiro de 1922 e, mais tarde, entre 7 de Dezembro de 1922 a 21 de Julho de 1923.
Foi eleito deputado por Viana do Castelo entre 1922 e 1925 e director geral dos transportes. Durante um episódio grevista dos transportes tomou a decisão de chamar os soldados para conduzir os carros eléctricos e os comboios sendo ele próprio o primeiro a sair numa coluna que estava sob ameaça de bomba.
Durante o período em que ocupou a pasta de guerra pela segunda vez teve uma pendência de honra com o então deputado e depois brigadeiro António Maia.

Em 1926 era comandante do Regimento de Infantaria nº 16, de Santarém. Dizia Fernando Freiria em nota para Adelino da Palma Carlos: “Santarém, pela minha acção e dos oficiais de Infantaria 16 e da Guarda Nacional Republicana que sempre lealmente me acompanharam e esforçadamente actuaram, foi o último reduto armado da Constituição, como foi o único que, com êxito, e de armas na mão, se opôs à marcha triunfante dos de 28 de Maio” [Chorão, Luís Bigotte, A Crise da República e a Ditadura Militar, Sextante Editora, Lisboa, 2009, p. 202]

Assumiu a oposição à ditadura militar imposta pelo golpe de 28 de Maio de 1926 e participa activamente na revolta de 7 de Fevereiro de 1927. Foi deportado para S. Tomé e Príncipe entre 1927 e 1928, passando depois a viver na Madeira, entre 1928 e 1929. Neste último ano passou ainda pelo presídio militar de Elvas, sendo novamente encaminhado para o Funchal, onde lhe foi imposta residência. Na Madeira, foi um dos organizadores da revolta militar de 1931. Enquanto residiu na Madeira dedicou-se ao professorado criando e dirigindo o Instituto de Instrução Secundária. Em 1931 foi, de novo, chefe de Estado-Maior das Forças sublevadas. Foi novamente preso e passando a residir em Cabo Verde como deportado. Em Maio de 1931 foi um dos subscritores do manifesto intitulado “Ao Povo Liberal e ao Exército Republicano”.

Em 1935, após a morte do General Sousa Dias, o governador português da colónia de Cabo Verde enviou um telegrama ao Ministério do Interior propondo o seu repatriamento, juntamente com João Manuel Carvalho, Lobo Pimentel, Mendes Reis, Filipe Sousa, Inácio Severino, António Varão e Tavares de Carvalho.

Foi casado com Germana de Alcântara de Albuquerque e Castro Freiria, era pai de Rui Freiria, engenheiro; Renato Freiria, comandante da Marinha Mercante; e Mário Freiria, funcionário em Moçambique.
Regressou ao continente em 1936, já doente. Foi reformado, abandonando a actividade política.

Faleceu a 13 de Abril de 1955. O seu funeral realizou-se para o cemitério do Alto de S. João, no talhão dos Combatentes da Grande Guerra.

NOTAS BIOBIBLIOGRÁFICAS:

Publicou:
- Os Portugueses na Flandres (1918).

Colaborou:
-“Surge et ambula”, O Eco de Cabo Verde. - Nº 1 (1933), p. 2;
- “A massa de artilharia e o seu emprego em presença do material de tiro rápido”, Revista Militar, Lisboa, nº 1, 1905, Ano LVII;
- “A artilharia no combate”, Revista Militar, Lisboa, nº 9, 1905, Ano LVII;

Bibliografia Consultada:
Diário de Lisboa, 13-04-1955, p. 8 e 11.
CHORÃO, Luís Bigotte, Um processo judicial contra a Ditadura: a defesa de Sousa Dias e Fernando Freiria, in: "Colóquio: A Revolução de Fevereiro de 1927 contra a Ditadura: Oitenta anos depois" no Arquivo da Universidade de Coimbra, 2007
CHORÃO, Luís Bigotte, A Crise da República e a Ditadura Militar, Sextante Editora, Lisboa, 2009.
FARINHA, Luís, O Reviralho. Revoltas republicanas contra a Ditadura e o Estado Novo.1926-1940, Editorial Estampa, Lisboa, 1998.
MARQUES, A. H. de Oliveira, Parlamentares e Ministros da 1ª República, col. Parlamento, Edições Afrontamento, Porto, 2000, p. 222.

A.A.B.M.

"A DITADURA CLERICAL MILITARISTA EM PORTUGAL" - MANIFESTO POR BERNARDINO MACHADO




Bernardino Machado - "Manifestos Políticos (1927-1940)", comp., pref. e notas de A. H. de Oliveira Marques, Lisboa, Palas Editores, 1978.

- ler "A Ditadura Clerical Militarista em Portugal", "II - Liberalismo Ditatorial", de Bernardino Machado (Manifesto redigido e publicado em Paris, em 1929) - AQUI.

J.M.M.

CARTA PATENTE DE JOSÉ JOAQUIM RAMOS



Carta Patente de José Joaquim Ramos, assinada por António José de Almeida e Fernando Augusto Freiria [(1877-1955) Ministro da Guerra do Governo de Cunha Leal, opositor ao golpe de 28 de Maio e participante na revolta de Fevereiro de 1927 e na de 1931. Foi preso e deportado], em 22 de Junho de 1922 - via República 100 Anos

J.M.M.

sábado, 10 de abril de 2010

AS SOCIEDADES SECRETAS - POR ANTÓNIO LOPES


«No âmbito de um ciclo de conferências sobre o centenário da implantação da República que a Câmara Municipal de Lisboa e a Fundação Mário Soares têm vindo a realizar, António Lopes, director da revista Grémio Lusitano, proferiu recentemente uma palestra intitulada "As Sociedades Secretas".

Como o autor explicou logo no início da sua intervenção, foi convidado 'a falar das Sociedades Secretas ... ' e aceitou o desafio 'porque inerente ao convite estava a ideia, muito comum ainda, do facto de a Maçonaria ser uma sociedade secreta'.

Ora, a Maçonaria, 'de facto não o é, quando muito será discreta'. Por isso, António Lopes falou de uma sociedade secreta – a Carbonária – e de uma sociedade não secreta – a Maçonaria» [AQUI]

O texto da Conferência de António Lopes (acima transcrito) é importante pelos dados reunidos, contribui para aclarar alguns aspectos sobre a questão das "Sociedades Secretas" e, portanto, é muito oportuno. Como tal tomámos a liberdade de o publicar, com a devida vénia ao GOL e ao Dr. António Lopes.

Informamos, ainda, que temos à V. disposição - AQUI - outros textos que podem ser, de algum modo, úteis. E iremos continuar a arquivar mais documentos de interesse para a história republicana.

J.M.M.