CONFERÊNCIA: "Maçonaria e Ditaduras na Europa”
ORADOR: prof. José Adelino Maltez;
DIA: 24 de Maio 2014 (16,00 horas);
LOCAL: Coimbra Business School, ISCAC [Quinta Agrícola, Bencanta, Coimbra];
ORGANIZAÇÃO: Museu Maçónico Português | Parceria com o ISCAC [Ciclo “Novos Paradigmas e Maçonaria”]LOCAL: Coimbra Business School, ISCAC [Quinta Agrícola, Bencanta, Coimbra];
“Se é um facto que em Portugal os maçons ao
longo dos séculos da sua existência sofreram “na pele” perseguições, torturas e
tentativas de marginalização social, política e económica, a maçonaria como
instituição no Regime do Estado Novo, também por via da instituição da lei
“Cabral” de Maio de 1935, de extinção das Sociedades Secretas, viu “encerradas
as suas portas”, fechada a sua sede (na Rua do Grémio Lusitano) e aí ser
instalada a sede da Legião Portuguesa.
Fica célebre a defesa da Maçonaria por
Fernando Pessoa, em artigo publicado no Diário de Lisboa nesta época.
É igualmente um facto que depois de 1919 e
sobretudo depois do crash da Bolsa de 1929 se assistiu ao início da emergência
de um novo paradigma económico na Europa, também é um facto que se assistiu ao
despontar de regimes totalitários e mais tarde de fascismos de várias matizes.
Na difícil convivência dos maçons com as
diversas formas de ditaduras, vimos em Espanha o regime de Franco fuzilar
inúmeros maçons, conotados como tal, as suas sedes serem destruídas e
vandalizadas, assim como os seus arquivos, as suas famílias serem perseguidas,
as instituições democráticas por si arduamente construídas serem completamente
aniquiladas.
Na Alemanha com o regime Nacional Socialista e
posteriormente com o III Reich de Hither e persistente perseguição, destruição
de sedes (vendidas em leilão, transformadas em armazéns…), sendo por fim os
maçons, como os judeus encarcerados nos campos de concentração, onde morreram
inúmeros maçons e até Grão-Mestres por exaustão, não deixando, apesar das
situações extremas e penosas a que foram sujeitos de se reunir e manter a chama
viva da defesa da liberdade de consciência e da dignidade da pessoa humana,
mantendo sempre presente a esperança de construção de uma humanidade mais
solidária e de afirmação dos valores de construção dos estados democráticos de
direito.
É exemplo desta circunstância os maçons alemães nos campos de
concentração adoptarem a “Flôr de miosótis” como símbolo de reconhecimento
e esperança, embora com ele guardando a memória, “Forget me not” das situações
difíceis que tiveram de ultrapassar. Este símbolo foi posteriormente adoptado
por uma loja de ingleses que estiveram na Alemanha.
Na Itália com o regime fascista de Mussolini os maçons foram
perseguidos, mortos e deportados e a Maçonaria viu igualmente as suas
instalações serem destruídas bem como os seus arquivos, numa tentativa de
apagar a sua memória.
Em França com o regime Vichy assiste-se
igualmente a perseguições e interdições ferozes. O mesmo acontece na Áustria,
Polónia, Roménia…
Apesar das ferozes tentativas de aniquilar os
maçons e a Maçonaria estes souberam sempre estar na linha da frente na
construção dos Estados Democráticos de Direitos e na defesa da tolerância, da
paz, da liberdade de consciência, da justiça social, da dignidade da pessoa
humana, da solidariedade social e da elevação intelectual e espiritual do ser
humano, lutam assim e sempre pela edificação dos valores humanistas, como soi
dizer-se, pelo aperfeiçoamento do ser humano e por uma humanidade mais justa e
perfeita.
J.M.M.
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