LIVRO:
A importância de se chamar português: José Liberato Freire de
Carvalho na direcção do Investigador Português, 1814-1819;
AUTORA:
Adelaide Maria Muralha Vieira Machado;
EDIÇÃO: Lema d´Origem, Março de 2019.
EDIÇÃO: Lema d´Origem, Março de 2019.
NOTA:
Trata-se da publicação do estimado e importante trabalho de Adelaide Maria Muralha
Vieira Machado, para obtenção do grau de Doutor (Abril de 2011) em História e Teoria
das Ideias, sob orientação científica da professora doutora Zília Osório de
Castro.
LANÇAMENTO:
DIA:
7 de Março (18,00 horas);
LOCAL: Casa da Escrita (Coimbra);
ORADORA: Profª Doutora Isabel Nobre Vargues;
LOCAL: Casa da Escrita (Coimbra);
ORADORA: Profª Doutora Isabel Nobre Vargues;
ORGANIZAÇÃO:
Lema d’Origem, C. M. de Coimbra, Comissão Liberato
“Em Fevereiro de 1819, há 200 anos, encerrou definitivamente o
jornal "O INVESTIGADOR PORTUGUEZ EM INGLATERRA", dois meses/números
depois da saída de José Liberato Freire de Carvalho da sua direcção e redacção.
Assinalar este facto é igualmente sublinhar a importância de
[José] Liberato à frente dos destinos deste jornal, o que apenas aconteceu entre 1814
e 1819. José Liberato, recém exilado em Londres, fugindo da perseguição movida
pelo "trono e pelo altar", viria a descobrir nesta sua nova ocupação
de publicista/jornalista o meio ideal de difusão das novas ideias e ideais do
tempo, bem como de denúncia e combate ao (des)governo da corte no Rio de
Janeiro e do consulado persecutório de Beresford em Lisboa.
Um jornal que nasceu para utilidade da corte portuguesa viria a
transformar-se, pela pena de Liberato, num dos seus mais incómodos admoestadores”
[Comissão Liberato]
► “A
Europa, na viragem do século 18 para o 19, fazia o primeiro balanço das
revoluções norte-americana e francesa. Reunidos em Viena, após a derrota de
Napoleão, o poder político e a diplomacia europeia procuravam a melhor forma de
garantir um justo equilíbrio entre nações, e com ele, novos rumos para a paz na
Europa. Ligando a actualidade com as heranças intelectuais dos séculos
anteriores, várias propostas foram surgindo, mas cedo se percebeu uma nova
realidade, que obrigava a ter em conta as nacionalidades e as respectivas
opiniões públicas.
O debate em torno da restauração francesa extravasou largamente
o âmbito do congresso e percorreu a imprensa europeia. Com larga expressão
nessa imprensa, destacava-se uma corrente moderada e reformista, nascida da
primeira fase da revolução francesa e da discussão em torno da Constituição de
1791, que entendia os despotismos, reais ou revolucionários, como algo a
evitar. Inserindo-se nessa linha o Investigador Português em Inglaterra, ao
abrigo da liberdade de imprensa vigente em Inglaterra, divulgou e participou
nesse debate procurando transmitir uma mensagem propedêutica aos portugueses,
consubstanciada na defesa da segurança e liberdade individuais, no quadro da
monarquia constitucional e sob o império da lei.
Da autonomia do político e do seu discurso, foram-se formando as
correntes políticas contemporâneas surgidas precisamente da ligação entre
pensamento e acção, entre práticas e teorias políticas. Independente da
validade de genealogias futuras, liberais e conservadores vão-se legitimando na
procura de respostas moderadas aos desafios que se colocavam à construção de
uma sociedade civil livre e participativa, cujas desigualdades sociais e
económicas tinham agora a mobilidade de uma justificação moral e política”. [in
Resumo da Tese]
J.M.M.
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