EXPOSIÇÃO: Cidadãos Ilustres. Maçons da Loja “A Revolta” de Coimbra
DE: 9 de Março a 30 de Junho 2019;
LOCAL: Casa da Escrita [R. Dr. João Jacinto, nº8], Coimbra;
“A exposição Cidadãos Ilustres,
maçons d’A Revolta Coimbra, dá a conhecer a importância desta Loja e de seus
prestigiados membros na história do Grande Oriente Lusitano e do país. Para
compreender bem o presente é preciso conhecer e entender o passado, no caso da
Loja d’A Revolta e dos seus membros, um passado de reflexão e conhecimento, de
contributos para formação de homens e cidadãos mais livres, e de uma sociedade
liberta de toda a sorte de tiranias, mais justa, mais igualitária, mais
fraterna.
Hoje, guardiã desse rico passado, a Loja A Revolta
mantém a sua idiossincrasia de mais de um século, em luta constante pela divisa
Liberdade, Igualdade, Fraternidade, sempre e cada vez mais actual num mundo de
sombras ameaçadoras de retrocessos político e sociais, mais, contribuindo para
o conhecimento e pensamento das questões que as mudanças de paradigma
civilizacional colocam prementemente sobre novas leituras do mundo, seja sobre
o que os jovens hoje por esse mundo fora se indignam e revoltam quanto às
questões ambientais, seja sobre a intensificação da crise de confiança e forma
de pensar a democracia e os sistemas económicos e sociais, seja em novas
controvérsias sobre o trabalho, o rendimento universal, u numérico, as novas
tecnologias de comunicação, a inteligência artificial, o transhumanismo, as
relações sociais e afectivas.
A exposição e o que nela se contém e sugere é a
garantia que os maçons continuarão a trabalhar para o bem da Humanidade”
[Fernando Lima, Grão-Mestre do Grande Oriente
Lusitano, in folheto da Exposição]
► [LOJA “A REVOLTA” – PEQUENA
ANOTAÇÃO]
A Loja "A Revolta", do RF, instalada em Coimbra
em 1909, na "condição de independente" integra-se, mais tarde, na Obediência
do Grande Oriente Português [que nasce, em 1908, da dissidência de várias
lojas do GOL, em Coimbra e que se mantém em atividade até Maio de 1911, sendo
Grão Mestre, Francisco José Fernandes da Costa; a desinteligência das lojas com
o GOL e que constituíram o Grande Oriente Português – lojas Perseverança,
Portugal e Pro-Veritate - resultou da não aceitação da regularização do dr.
Hermano de Carvalho, membro do partido franquista, na loja Gomes Freire, de
Leiria e que, no mesmo ano se torna Venerável da loja de Coimbra, Estrela de
Alva; diga-se que existia entre 1908 e 1910, nove lojas maçónicas a trabalhar
na cidade de Coimbra, tendo duas delas abatido colunas já em 1909 – voltaremos mais
tarde a este curioso assunto].
Em 3 de Maio de 1911, a loja “A Revolta”, pelo
Decreto nº100, é regularizada no Grande Oriente Lusitano, com o nº 336.
Torna-se Augusta e Benemérita pelo Decreto nº27, de 26 de Novembro de 1925, e durante
a ditadura foi objeto de assaltos e perseguições várias, mas sobrevive à clandestinidade,
mantendo-se em trabalho até aos dias de hoje.
Pela loja de Coimbra “A Revolta” (que teve um dos seus
templos na rua Borges Carneiro,15) passaram ao longo destes 110 anos um rol de combativos
cidadãos, merecedores de reconhecimento público, como Ramada Curto (Elysée
Réclus), Agatão Lança (Robespierre), Emílio Maria Martins, Manuel Pestana
Júnior (Bakunine), Bissaya Barreto (Saint Just), Francisco Lino Gameiro, João
Garraio da Silva, Carlos Amaro, José Frederico Serra (foi VM 1912, 1914), José Diogo Guerreiro (foi VM em 1912), Zacarias
da Fonseca Guerreiro (foi VM em 1916), António Nunes de Carvalho (Mendes da Maia), José Alves Ferreira Neves (Buiça), Manuel de Sousa Coutinho Júnior (Elmano), Eduardo Rodrigues Dias Correia (Koch), Joaquim
de Carvalho (Guyau), António Lúcio Vidal, Henrique Videira e Melo (Afonso Costa), Basílio
Lopes Pereira (Fernão Vasques), Luís Gonçalves Rebordão (João de Barros; foi GM
entre 1957-75), Aurélio Quintanilha (Brotero), Gustavo Nolasco da Silva (Jean
Jacques), Armando Celorico Drago (Karl Marx), Carlos Cal Brandão (Manuel de
Arriaga), Mário Cal Brandão (Antero de Quental), Silo José Cal Brandão
(Olislac), António Ribeiro dos Santos, Luís Baeta de Campos (Antero de
Quental), Fernando Valle (Egas Moniz), Vitorino Nemésio (Manuel Bernardes), Manuel
Luís da Costa Figueiredo (Ruy Barbosa; fundador da loja Silêncio e Combate, em
Estarreja), Jaime Alves Tomaz Agria (Egas Moniz), José Maria de Castro Freire
de Andrade (João de Deus), António Augusto Pires de Carvalho, António de
Freitas Pimentel, Mário de Azevedo e Castro (Abraham Lincoln), Meliço Silvestre
(Santiago da Beira), Fernando Nolasco da Silva (Sun Yat Sen), Emídio Guerreiro
(Lenine), Artur Santos Silva (pai) (Camille Desmoulins), Mário Dias Coimbra (Magalhães
Lima), António César Abranches (Spinozza), Flausino Esteves Correia Torres (Protágoras),
Albano Correia Duque de Vilhena e Nápoles (Vigny; marido de Cristina Torres e
um dos fundadores da loja Germinal, da Figueira da Foz), Raul Soares Pessoa
(António José de Almeida), Frutuoso Soares Pessoa (Adamastor), Fausto Pereira
de Almeida (D. Fuas), Manuel Lontro Mariano (António José de Almeida), Francisco
de Freitas Lopes (José Relvas), Turíbio de Matos (João de Deus), César Alves (Magalhães
Lima), Raul Gaspar de Oliveira (Fernandes Tomás), Manuel Mendes Monteiro (Teófilo
Braga), Henrique da Silva Barbeitos Pinto, António Pais de Sousa, Abílio
Fernandes, José de Barros Pinto Bastos, António de Sousa, Rodrigo Rodrigues dos
Santos, António Arnaut (Jeaneanes), Fausto Correia (Gomes Freire), António
Luzio Vaz (Domingos) e outros tantos mais.
J.M.M.
1 comentário:
Um dos membros referidos,Henrique Videira e Mello,era meu tio paterno.
Com efeito era o irmão mais velho do meu pai,Augusto de Castro Videira, este já falecido em 1997.
Conheci pessoalmente o meu tio Henrique.
Tinha duas licenciaturas,em Direito e Letras.
Foi director da Escola Normal e advogado.
Todavia,a maior parte da sua vida
foi passada na miséria, pois com o Estado Novo,foi demitido e impedido de exercer a advocacia,ou qualquer outra actividade profissional.
Faleceu na década de 1960,em data que não posso precisar,pois na altura,eu era ainda criança.
Visitava-o com o meu Pai,na modesta casa em que vivia,no Bairro Marechal Carmona,hoje Bairro Norton de Matos.
RIP
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