terça-feira, 28 de novembro de 2006

A AVENTURA SURREALISTA EM PORTUGAL


Fizemos referência ao movimento surrealista em Portugal, considerando dois grupos (se assim se pode encarar) fundamentais, o G.S.L. e "os Surrealistas", que originaram toda essa actividade estética, poética e política, que nos finais da década de 40, em pleno Estado Novo, marca a corrente de "transfiguração" das Artes e Letras lusas. De um lado a corrente "neo-realista" e do outro a "aventura surrealista". São sabidas as disputas e controvérsias em torno desses dois movimentos estéticos, sendo que a "aventura surrealista", por razões de ordem política, irrompe tardiamente em Portugal. Mas, as ligações, limites e rupturas havidas entre os dois grupos são bem curiosas e, por isso mesmo, importa referenciar o "estudo do surrealismo na perspectiva da aventura social e cultural", evidentemente de oposição política, atendendo ao quadro político de então, a partir da trajectória dos seus protagonistas e dos seus "combates".

Ora o notável trabalho de Adelaide Ginga Tchen, "A Aventura Surrealista", Edições Colibri, 2001, é indispensável. As fontes bibliográficas cedidas (entre as quais, saliente-se, a anotação de um conjunto vasto de artigos saídos em periódicos), a tábua cronológica apresentada (em Portugal e no Mundo) e a muita informação de carácter político fornecida (quer sejam as referências a membros que participaram no nacional-sindicalismo português, quer às ligações e posições havidas com o P.C.P.), tornam esta obra (a par de uma outra mais global e de cariz poético e interpretativo - O Surrealismo em Portugal, de Maria de Fátima Marinho, ICM, 1987) de referência obrigatória.

J.M.M.

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