terça-feira, 7 de novembro de 2006

OS IDEALISTAS DA REPÚBLICA - VIEIRA DE CASTRO

Em 1869, Vieira de Castro, amigo íntimo de Camilo Castelo Branco, na sua obra intitulada A Republica, tecia algumas reflexões interessantes sobre o que devia ser a República:

"A Republica adora a Patria, sacrifica-se pelo Estado, e não se salva senão pela Lei, que quer dizer Justiça e Egualdade, dualismo poderoso, perante o qual todos os indivíduos são pequenos, mas todos o mesmo, adindo sempre uma mesma herança, fruindo o mesmo direito, e legando sempre uma soberania!
A Republica não reconhece senão uma aristocracia social, a do talento. Não proclama senão uma virtude cívica, a do trabalho. Só conhece uma religião verdadeira, a da honra. [...] Corre dois grandes perigos a Republica, dizem. Levantar ambições que conspirem contra a egualdade, que á a sua alma; estimular invejas que a exagerem".

Lamentamos hoje a ausência de referências do nosso regime político, mas podemos recorrer a alguns bons exemplos do passado para colmatar o marasmo, a apatia e a falta de rumo que vai campeando por aí.
O nosso objectivo é assinalar algumas efemérides já esquecidas, lembrar figuras e factos que o tempo se encarregou de ir apagando da memória desta República. O ostracismo e o apagamento forçado de alguns factos foram uma realidade até há cerca de três décadas, hoje muitos estarão esquecidos da nossa memória colectiva, mas como diz o poeta: "há sempre alguém de resiste".

A.A.B.M.

Sem comentários: