terça-feira, 5 de dezembro de 2006

ANTÓNIO DE OLIVEIRA MARRECA


Hoje, uma figura quase desconhecida dos portugueses, mas durante o século XIX foi um escritor com algum relevo, tendo-se destacado sobretudo na sua vertente de economista. Nasceu em Santarém, a 5 de Março de 1805 e faleceu em Lisboa a 9 de Março de 1889. Foi deputado por quatro vezes nas seguintes legislaturas: 1838-1840 (Viseu); 1840-1842 (Viseu); 1851-1852 (Oliveira de Azemeis); 1858-1859 (Lisboa).

Em 1849 foi nomeado juri da exposição nacional que se realizou em Lisboa. Em 1852 foi nomeado lente de Economia Política no Instituto Industrial de Lisboa. Pertenceu como sócio efectivo à Academia Real das Ciências de Lisboa, foi Director da Biblioteca Nacional e Guarda-Mor da Torre do Tombo. A partir de 1887, com a extinção deste organismo foi colocado na Inspecção-Geral das Bibliotecas e Arquivos.

Em 1848, fazia parte do triunvirato republicano, constituído em Lisboa, composto também por José Estevão e Rodrigues Sampaio [Vejam-se as comemorações do centenário deste aqui].

Envolveu-se profundamente na chamada "conspiração das hidras", combateu o governo de Costa Cabral, participou na revolta da Janeirinha e participou no primeiro directório republicano em 1870, ainda sem existir um Partido Republicano formalmente constituído.

Colaborou em diversas publicções onde se destacam O Panorama, Ilustração Luso-Brasileira, A Revolução de Setembro, Revista Económica, Jornal Universal e O Ateneu.

O nosso Inocêncio, no seu Dicionário Bibliográfico Portuguêz, vol. I, VIII e XXI assinala as seguintes obras:

Noções elementares de Economia Política, para servir de compêndio ás pessoas que frequentam o curso desta ciência, fundado pela Associação Mercantil de Lisboa, e dirigido pelo auctor. Lisboa, na Typ. do Largo do Contador mor 1838.

Importância da Economia Política: Artigo inserto no Jornal da Sociedade dos Amigos das Letras numero 1, 1836, pag. 13 a 18.

Considerações sobre o curve d'Economia Politica, publicado em Paris em 1842 pelo sr. Miguel Chevalier. Insertas no Panorama, vol. Vll, 1843, nos numeros 70, 71, 72, 74, 77, 78, 80, 81, 83, 85, 86, 90, 93.

Manuel de Sousa de Sepulveda. Trecho historico romantico. Sahiu no Panorama, volume dito, n.°. 87, 88, 89, 90, 91, 92.

O Conde Soberano de Castella, Fernão Gonçalves. Romance, começado no Panorama de 1844, e continuado no de 1853, volume II da 3.ª serie.

Sociedade Promotora da Indústria Nacional. Exposição da Indústria de 1849. Lisboa, na Typ. da Revista Universal Lisbonense. 1850.
Neste volume de 154 pag. é da pena deste autor o Relatorio geral do Jurado que principia a pag. 3 e finda a pag. 63; no qual a grande questão da protecção e da liberdade de comércio vem considerada sob todos os seus variados aspectos.

Parecer e memoria sobre um projecto de Estatistica. Lisboa, na Typ. da Acad. R. das Sc. 1854. 4.° gr. de 108 pag. E no tomo I parte das Mem. da Acad., nova serie, classe 2.ª

Jornal mensal de educação, redigido sob a especial protecção de S. M. a Rainha. Lisboa, Imp. Nacional 1835. Creio que só se publicou o n.º l.º, datado de Outubro de 1835.

Maria, ou Amavel: romance historico. - Sahiu no Archivo Universal tomo II, a pag. 263, 285, 312, 326, 360.

Manuel de Sousa de Sepúlveda. - Ibi, no dito volume, a pag. 376, 391,406.

Publicou ainda em 1882, Projecto de Organização Definitiva do Partido Republicano que interessa bastante para se compreender as modalidades de organização do Partido Republicano nas suas origens.

Bibliografia Consultada:

Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibligráfico Portuguêz, vol. I, VIII e XXII, Imprensa Nacional, Lisboa, vários anos, p. 215-216; p. 264; p. 333-335.

Luis Dória, "Marreca, António de Oliveira", Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), vol. II (D-M), coord. Maria Filomena Mónica, ICS/Assembleia da República, Lisboa, 2005, p. 757-759.

AABM

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