quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

LEÃO DE OLIVEIRA

Nasce em Sesimbra, a 1 de Janeiro de 1846. Faleceu em Lisboa, em Junho de 1898. Pertenceu à facção federalista entre os republicanos, durante a década de 70 do século XIX, onde pontuavam também: Carrilho Videira, Eduardo Maia, Silva Pinto, José Manuel Martins Contreiras e Tito Lívio Dias Mendes. Colaborou no jornal O Rebate, que se publicou em Lisboa, entre 29 de Junho de 1873 e 23 de Fevereiro de 1874 que pertencia ao Centro Republicano Federal. Segundo Joaquim Madureira (Braz Burity), na sua obra Caras Amigas (Gente Limpa), Antiga Casa Bertrand José Bastos, Lisboa, s.d., p. 251 a 261 apresenta alguns traços biográficos deste republicano acompanhados de uma gravura elaborada por Cristiano de Carvalho. Dizia Joaquim Madureira em tom laudatório: Leão de Oliveira era uma instituição. Instituição de benficência, caixa de reserva, sopa económica, agência fúnebre, asilo de infância desvalida, albergue de inválidos do trabalho, Nossa Senhora dos Apertos, advogado dos impossíveis, e além disto tudo [...] era também, uma instituição constitucional: espécie de Conselho de Estado, experiente e honesto, prudente e conciliador, que, institintivamente, sem dar por isso, dava conselhos e lições, acalmava arrebatamentos e espicaçava inércias, honrado, metódico, prático, videiro, num partido de lunáticos, de idealistas e de farçantes, que ora andam nas núvens a sonhar revoluções, ora descem cá para baixo, a planear indrominas, rebaldarias, patuscadas, sem pés nem cabeça, sem senso e, as mais das vezes sem vergonha. [...](p. 256-257) Mas o dr. Leão de Oliveira não foi um homem, não foi um apóstolo, um chefe, um semeador: no seu papel obscuro, secreto, cheio de sombra e de actividade, amando como poucos a pureza imaculada da Ideia, ele despia-a de todos os seus romantismos, de todas as espiritualidades, e, embalando o sonho nas idealizações da quimera, traduzia-a na prosa chã da realidade, das necessidades caseiras e charras do dia-a-dia. [...](p. 257-258) Num partido desorganizado, ele era a organização, o método; num meio de impenitentes bardos românticos, esguedelhados e lunáticos, ele era a prosa, a realidade e a vida. Depois rico e independente e generoso, antes de ter organizado o cofre do partido, era ele o cofre de todos os partidários. (p. 259) Esta personalidade, de que pouco se conhece, bem como outras que pelo país, foram os obreiros da República, merecem ser melhor conhecidas. A elite do Partido Republicano, as grandes figuras do partido em Lisboa ou no Porto, já têm sido estudados, mas faltam muitos outros que em cada região lutaram pelo fim da Monarquia e pela implantação da República em Portugal. Quando nos aproximamos mais do Centenário [que os republicanos sempre exaltavam], porque não se parte para um Dicionário Biográfico dos Republicanos Portugueses??? A.A.B.M.

1 comentário:

Anónimo disse...

Gostaria de saber mais sobre o Dr. Leão de Oliveira: 1º nome, filho de quem, casado com quem, Pai de quem?
Será este dr.leão de oliveira o mesmo de Belas, sintra?
Foi este dr.leão de oliveira que foi motro por um seu paciente?
Gostaria de saber mais sobre o dr. leão de oliveira. Dizem no v/almanaque que foi feita uma homenagem ao seu túmulo em 1899, um ano dps. da sua morte, mas aonde está sepultado?
Toda informação ser-me-á útil...pois tenho quase a certeza de se tratar do meu trisavô materno.
Obrigada desde já p/atenção,

Teresa Malheiros de Lemos Peixoto

tlemospeixoto@gmail.com