quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007
31 DE JANEIRO N'O POVO DE AVEIRO
"A revolução no Porto, que foi uma loucura tão inútil como explendida, deve lembrar à monarquia o quanto é rigoroso o prognostico que mais d’uma vez d’aqui lhe temos feito, e fará ver aos republicanos a inconveniência de procederem por grupos avulsos, sem uma senha d’ordem geral, e longe d’esse unisono de acção que faz sempre o êxito das grandes commettidas.
O paiz chegou ao ponto de maturação doutrinaria, em que o passado é incompatível, e, em que no futuro só é provável uma solução. Deixar acabar d’apodrecer o velho regímen, agravando-lhe a fermentação por todas as formas, eis o primeiro ponto do programma revolucionario; robustecre as columnas do partido republicano, por uma concentração enérgica e immediata, que o habilite a entender-se com todos os nucleos democraticos, e a inspirar confiança em todos os nucleos de descontentes, eis o segundo. E é absolutamente necessario que o directório attenda, com ferrenha astucia, a estes pontos, sob pena de ver-lhe escapar-lhe das mãos o mandato, e d’alguem mais decidido, interferir na sua esfera deliberativa, porque se não veja fugir o momento historico d’entrar em cena, e se não torne a dar ao mundo o exemplo de inépcia que a insurreição portuense há quatro dias lhe deu"
[Irkan, in O Povo de Aveiro - dir. Francisco Manuel Homem Christo -,nº 475, 8 de Fevereiro de 1891]
J.M.M.
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