quarta-feira, 30 de maio de 2007

O ESPECTRO DE JUVENAL



"Leitor burguês que lanças mão desta revista, esperando encontrar aqui mais um corretor dos teus negócios, mais um emoliente nas tuas horas de irritação, alguma coisa complementar da chávena de café, tomada ao cair da noite nos botequins (...)

Vós todos que esperais ver surgir mais um apostolo da falsa ordem que mascara a imensa podridão, mais um apologista da Rotina, do Erro e da Mentira, mais um grupo de vendilhões que oferecem boa doutrina em troca de bom emprego:
Passai de largo. Erraste o caminho (...)

Professores primários, empregados públicos, operários modestos, batalhadores obscuros e ignorados de todas as condições e de todos os partidos, que sentis no vosso peito o gérmen dum sentimento nobre, no vosso cérebro o esboço dum pensamento útil e que, algemados e dilacerados pelas grandes provações e pelos grandes preconceitos, careceis de auxilio, de incitamento e de conforto nas vossas lutas: Vinde, disponde da nossa pena"

in, Espectro de Juvenal, nº1 [citado por Archer de Lima, Magalhães Lima e a sua obra], nota de abertura.

Espectro de Juvenal, publicação de critica e sátira publicada em Lisboa, nº 1 (1872) ao nº 5 (1873). Colaboração de Gomes Leal (sai no 3 num), Sebastião Magalhães Lima, Silva Pinto, Guilherme de Azevedo, Luciano Cordeiro (sai no 2º num). Lisboa, Imprensa de Joaquim Germano de Sousa Neves.

J.M.M.

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