sábado, 12 de maio de 2007
RAUL PROENÇA E O OPERARIADO
"Como é triste a gente olhar para toda a parte e não ver ninguém! Apenas os dirigentes operários (de ordinário tão estreitos e facciosos) tomaram nesta emergência uma atitude que os honra, e que seria uma lição, se neste país houvesse gente com cabeça para aprender. Em face da ameaça das direitas sem programa e com os apoios que se conhecem, o operariado compreendeu que é do seu próprio interesse não exigir medidas catastróficas, e é o primeiro a propor uma plataforma e um programa mínimo perfeitamente exequíveis. Diante do perigo iminente, abate as suas bandeiras. Nesta hora duvidosa em que tantos parecem engeitar a solidariedade para com os operários, eu saúdo-os como a única força que soube manter-se firme e digna, como os únicos que se mostraram dispostos a compreender e a transigir. Que importa aqueles que por medo os repudiam com gritos lancinantes, como se governar com o seu apoio se tornasse suspeito à gente da ordem? Na hora de tibieza que corre - na hora dos traidores e dos poltrões -, por inteligência e por decoro, é para eles que vai a minha simpatia"
[Raul Proença, in Seara Nova, 28/05/25, aliás in Alberto Pedroso, Raul Proença: panfletário e jornalista de folhas clandestinas, Lisboa, sep. do Diário de Lisboa, nº 21 453, 10/05/1984]
J.M.M.
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