sexta-feira, 22 de junho de 2007

AINDA ... A REVISTA "SEARA NOVA"


Ainda ... a revista Seara Nova

"... Nasceu [a Seara Nova] de uma reunião na Biblioteca Nacional, no gabinete do Director, onde me encontrei a convite de Raul Brandão, Raul Proença, Aquilino Ribeiro, Ferreira Macedo e Jaime Cortesão. Foi cerca do ano de 1920. Apareci ali sem saber qual era o fim da reunião. Pouco depois conhecia-o: era o de elaborar um programa de acção politica e social, um programa mínimo de realizações nacionais, em que pudessem colaborar todos os elementos sinceros e sãos da colectividade (...) O pequeno grupo inicial alargou o âmbito da sua acção, empregando vários elementos à esquerda e à direita. Deste modo se trabalhou durante alguns meses. Foi difícil e lenta esta acção. Atingiu-se a concretização de um certo número de ideias e normas e fez-se a eliminação dos que, por incompreensão ou interesse, não eram desejáveis ou não desejavam comprometer-se, o que vinha a dar ao mesmo (...) Um dia, os elementos afins reuniram novamente e decidiram fundar uma revista de doutrina e critica e organizar uma secção editorial, cuja base comercial foi a Empresa de Publicidade Seara Nova,

[constituída em Maio de 1921, com sede na rua António Maria Cardoso, nº26. Os "corpos gerentes da empresa eram constituídos por Ferreira de Macedo – substituído em 1923 pelo Capitão Fernandes Duarte –, Jaime Cortesão e Câmara Reys (Direcção), Faria de Vasconcelos, António Tomás Conceição Silva e Rodrigo Caeiro Vieira (Mesa da Assembleia Geral), João de Araújo Morais, João Maria Sant’Iago Prezado e José das Neves Leal (Conselho Fiscal)"]

baptizada por Aquilino, que sugeriu a primeira palavra, e por mim, que a completei com a segunda".

[Luís da Câmara Reys (no desenho acima), entrevista ao Primeiro de Janeiro em 1937, transcrita na Seara Nova nº 513 (10/06/1937) - aliás em "Imaginário Seareiro. Ilustradores e Ilustrações da Revista SearaNova (1921-1927)", de António Ventura, INIC, 1989]

J.M.M.

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