segunda-feira, 24 de setembro de 2007
GILBERTO ROLA
Tendo nascido em Lisboa, com o nome completo de Gilberto António Rola, em 1816. Era filho de Gilberto António Rola, que tinha estado preso em S. Julião da Barra devido às suas ideias liberais.
Em 18 de Outubro de 1833, assentou praça no 2º Batalhão de Artilharia. Foi um dos combatentes do exército liberal até à Convenção de Évora Monte. Estudou na Escola do Exército onde frequentou o curso de Engenharia Militar que viria a concluir em 1838.
Em 1842, porque se recusou a dizer em quem tinha votado, foi colocado na ilha de S. Miguel (Açores)onde se manteve até 1844.
Em 1851 estava em comissão de serviços no Ministério do Reino desempenhando funções na Inspecção Geral das Obras Públicas, mas nesse ano foi transferido para o Estado Maior de Artilharia por onde circulou até 1854. Serviu como fiscal por parte do Governo na construção do caminho-de-ferro de Sintra. Em 1856, conseguiu autorização para integrar a companhia concessionária de água à cidade de Lisboa, ficando dispensado da comissão de serviço no Ministério das Obras Públicas. Em 1860 encontramo-lo de volta ao Estado Maior de Artilharia, mas por pouco tempo pois passa para a exercer funções como fiscal do Governo na exploração do caminho-de-ferro do Sul.
Em 1864 pertence ao grupo que funda em Lisboa, no Pátio do Salema, um centro republicano. Era o denominado Clube dos Lunáticos. Servia como ponto de encontro dos idealistas que em 1848 tinham acreditado na possibilidade de mudança de regime, onde se encontravam para além de Gilberto Rola, Francisco Maria de Sousa Brandão, José Elias Garcia, Saraiva de Carvalho, Bernardino Pinheiro e José Maria Latino Coelho.
Foi eleito deputado pelo círculo de Santo Tirso para a legislatura de 1868-1869; conseguiu nessa altura acumular funções no Ministério das Obras Públicas, onde ocupava o cargo de engenheiro de 2ª classe. Nessa altura pertenceu à comissão de Obras Públicas e da Guerra.
Após a proclamação da República, em Espanha, em 1873, os republicanos portugueses onde se encontrava Gilberto Rola, juntamente com os seus companheiros do Clube dos Lunáticos reunem-se em casa do Dr. Manuel Tomás Lisboa afim de tentarem aproveitar aquele acontecimento para mudar a situação política no nosso País.
Em finais de 1875 Gilberto Rola foi alvo de uma homenagem por parte dos seus correligionários republicanos, organizada pela corrente federalista, liderada por Carrilho Videira, mas a que se associaram os unitários, liderados por Elias Garcia.
Pertenceu ao primeiro Directório do Partido Republicano em 3 de Abril 1876 juntamente com mais três dezenas de personalidades. Em 20 de Julho de 1876 foi inaugurado o primeiro Centro Eleitoral Republicano Democrático onde também se envolveu. Foi um dos principais visados pelo panfleto lançado nessa época por Ladislau Batalha contra o Directório do Partido Republicano, [A Nova Inquisição ou o Directório e os seus actos perante a opinião pública, Lisboa, 1876.] porque estava politicamente alinhado ao lado dos chamados moderados, que eram liderados por José Elias Garcia.
Foi iniciado na Maçonaria, mas em loja desconhecida.
Conhecem-se colaborações suas nos seguintes periódicos: Progresso, Futuro, Política Liberal, O Eco dos Operários, e A Democracia.
Deixou publicado (ainda que de forma anónima): A Situação e o Parlamento, Lisboa, 1862.
Faleceu em Lisboa em 20 de Setembro de 1886 e ainda hoje permanece um dos homens menos conhecidos na história do movimento republicano.
Bibliografia consultada:
CATROGA, Fernando, O Republicanismo em Portugal. Da Formação ao 5 de Outubro de 1910, FLUC, Coimbra, 1991.
HOMEM, Amadeu Carvalho, Da Monarquia para a República, Palimage, Viseu, 2001.
MARQUES, A. H. de Oliveira, História da Maçonaria em Portugal. Política e Maçonaria 1820-1869 (Parte II), Vol. III, Editorial Presença, Lisboa, 1997, p. 424.
SOARES,Maria Isabel,"Gilberto António Rola", in MÓNICA, Maria Filomena (Coord.),Dicionário Biográfico Parlamentar, vol. III (N-Z), Col. Parlamento, ICS, Lisboa, 2006, p.498-499.
RÊGO, Raúl, História da República. A Ideia e a Propaganda, vol. I, Círculo de Leitores, Lisboa, 1986.
A.A.B.M.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário