segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

ANO DE 2007: OS MELHORES LIVROS




O Almanaque Republicano tem percorrido, em renovação espiritual, assuntos, factos e figuras, aditando, de passagem, notas biobibliográficas & recenseando obras admiráveis de homens e mulheres que fazem parte da História da Alma Republicana, e que pertencem (ou deviam pertencer) à memória de todos nós.

Tal inventariação assim desenhada, afastada a condição tarefeira do crítico/historiador (que não somos) ou o pretexto de devaneio de uma qualquer erudição (que não possuímos), não é (pitorescamente) um simples capricho de coleccionistas (sem dormir nocturno). Mas significa, pelo arquivo de fontes e pelo repertório apresentado a todos vós (e nós), a expressão do sentimento & gozo de (re)valorizar uma época das "mais interessantes da história da sociedade portuguesa contemporânea". Curiosamente, pelas várias crises (espirituais, culturais, económicas e políticas) então sustentadadas e nunca dirimidas, as conflitualidades de antanho parecem estar de novo a renascer no Portugal de 2007, tal a profusão de indícios a esse respeito. A "canibalização" (para utilizar uma feliz expressão de Miguel Real, in "A Morte de Portugal") política e a "humilhação" a que assistimos sugerem que não se tem em conta as figurações que os reiterados eventos da história nos legou. O que é espantoso!

Talvez porque a leitura do processo de "decadência" do país (lido à maneira do vate Pessoa) terá de ser sempre um eterno retorno ao seu "princípio deslumbrado", uma "marinharia" que afaste do exílio & da solidão os nossos melhores espíritos, o ano que passa viu dar à estampa uma profusão de compilações e publicações sobre a I República e o Estado Novo, como urgência de assimilar uma das várias quimeras do nosso descontentamento. O trabalho e o saber pioneiro de alguns historiadores, a leitura atenta de muitos biógrafos, a investigação histórica credenciada, a obra e a narrativa académica de outros mais, deram lugar, de uma maneira ou outra, a um enriquecimento sobre o período republicano e do Estado Novo, a que estamos todos gratos.

A nossa escolha, necessariamente subjectiva, assume como característica primeira, para além de suscitar o equilíbrio entre a descrição e a erudição que qualquer trabalho nos merece, o de poder ser um guia bibliográfico estimulante, bem como revelar uma inventariação séria e documentada de factos e biografias políticas, por ora quase indispensáveis. Foi difícil a tarefa, mas que nos mereceu a maior estima.

Vale!

J.M.M.

Sem comentários: