Roberto das Neves
Roberto das Neves, aliás Roberto Barreto Pedroso Neves, é uma personagem bem curiosa da luta anti-salazarista e do movimento libertário português. Cidadão do Mundo – como se assumia – anarquista individualista, poeta, socialista libertário, espiritualista, maçon, grafólogo, esperantista, vegetariano, naturista, jornalista e editor (Editora Germinal, Rio de Janeiro), Roberto das Neves foi sempre um espírito rebelde, de forte convicção individualista e de rara singularidade.
Existe já uma excelente nota bio-bibliográfica sobre Roberto das Neves, de autoria de Manuel Pedroso Marques [com apoio biográfico do filho do biografado e da professora Heloisa Paulo], que pode ser consultada online na página criada em homenagem e testemunho do prestigiado libertário e na comemoração do Centenário do seu nascimento [nasce em Pedrógão Grande, no dia 7 de Setembro de 1907]. Pode, ainda, ser lida a mesma nota na revista do Grémio Lusitano [nº11, pag. 76-81] ou, de novo, consultada online no blog Pimenta Negra. No site, que atrás referimos, de Roberto das Neves (Filho), pode ler mais sobre a sua vida e obra (poemas e textos) e, em especial, remetemos o leitor para a entrevista feita a Roberto das Neves, publicada pela revista Planeta nº 104, de Maio de 1981. Conhecemos, ainda, uma pequena anotação bio-bibliográfica no Dicionário dos Autores do Distrito de Leiria [de Agostinho Gomes Tinoco e pref. de Hernâni Cidade, Leiria, 1979, pag. 452-453].
Registe-se que Roberto das Neves foi ateu e maçon [se for correcto o que é referido na entrevista supra-citada, foi iniciado na "Loja Rebeldia" (?),com o nome simbólico Satan ou Satã], pertencendo a um grupo pouco numeroso de anarquistas que foram, em Portugal, ao mesmo tempo libertários e membros da maçonaria, como Campos Lima [iniciado na Loja Fernandes Tomás, nº 212 da Figueira da Foz, com o nome simbólico de Kropotkine], Emílio Costa [que pertenceu à maçonaria académica, fez parte da Loja Montanha e da Alta Venda da Carbonária], o "velho" maçon Pedro Ferreira da Silva [ref. Roberto das Neves, "Entre Colunas", Germinal, 1980] e outros mais.
Por ultimo anote-se que Roberto das Neves, que fundou, dirigiu e colaborou em diversos periódicos - semanário Igualdade, de Coimbra; jornal Rebelião (órgão da Federação dos Anarquistas Portugueses, 1932-1938), o Portugala Instituto de Esperanto, o Brazilia Instituto de Esperanto, jornal A Batalha, República, O Comércio do Porto, O Rebate, o Diário da Noite, O Século, O Povo (de Lisboa), no Suplemento de A Batalha, no Diabo, A Comuna, Revolta, A Aurora (Porto, 1929-1930), no Sennaciulo e Sennacieca Revuo (ambos de Paris), Rio Esperantista, Ação Directa, Oposição Portuguesa, O Vegetariano, Cidadão do Mundo - tem obra farta, quer na escrita quer na tradução, tendo escrito sob variados pseudónimos, como por exemplo o de Ernst Izgur, em nome do qual publica um curioso livro intitulado "Assim Falaram Profetas" (Rio de Janeiro, 1934).
J.M.M.
Sem comentários:
Enviar um comentário