sexta-feira, 12 de setembro de 2008
EDUARDO DE ABREU (Parte I)
Com o nome completo de Eduardo Augusto da Rocha Abreu, nasceu em Angra do Heroísmo, nos Açores, em 8 de Fevereiro de 1856 e faleceu, em Braga, a 4 de Fevereiro de 1912. Era filho de Bento José de Matos Abreu e de Rosa Amélia Borges da Rocha.
Realizou os estudos preparatórios em Coimbra e nessa cidade frequentou a Universidade entre 1875 e 1881, onde se formou em Medicina, com distinção. Curiosamente, frequentou durante esse tempo as cadeiras do curso filosófico, neste caso em 1876-1877, em que frequentou a cadeira leccionada por Teodoro da Mota (Desenho), intitulada Figura [Anuário da Universidade de Coimbra, Ano Lectivo 1876-1877, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1876, p. 177]. No final do curso, e 1881, apresentou a tese Histologia do Tubo Nervoso e das Terminações Nervosas nos Músculos Voluntários da Rã que lhe valeu o reconhecimento da Academia das Ciências de Lisboa, tendo sido eleito sócio.
Em 27 de Novembro de 1887 obteve o grau de doutor em Medicina [Anuário da Universidade de Coimbra, Ano Lectivo 1901-1902, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1901 – Contem uma Relação dos Doutores graduados pela Universidade de Coimbra durante o século XIX, dispostos segundo a ordem cronológica, p. 36-77], com a tese A Raiva. Dissertação inaugural para o acto de conclusões magnas na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Lisboa, 1886, 301 p. [José Pinto Loureiro, Bibliografia Coimbrã, Coimbra, Câmara Municipal de Coimbra, 1964, p.2].
Ainda enquanto estudante inicia colaboração regular nas publicações da época, publicando textos num jornal que existiu em Coimbra intitulado Zé Pereira, colaborou ainda em várias revistas científicas e jornais, como o Diário de Notícias.
Foi também um dos principais responsáveis pela realização das Comemorações do Tricentenário de Camões em 1880 e do Marquês de Pombal em 1882 [Inocêncio Francisco da Silva, Dicionário Bibliográfico Português,Lisboa,Imprensa Nacional,vol. XIX, p. 96].
No âmbito das suas investigações na Universidade de Coimbra, foi diversas vezes ao estrangeiro para estudar as novas metodologias e medidas de assistência médica, em particular no caso das epidemias e das novidades científicas, como era o tratamento para a raiva, contexto onde Eduardo de Abreu conheceu Pasteur.
Envolve-se na vida política activa como deputado pelo Partido Progressista em 1887, tendo sido eleito pelo círculo uninominal de Figueiró dos Vinhos e em 1890 foi eleito pelo círculo plurinominal de Angra do Heroísmo. Porém, a eclosão do ultimato de 11 de Janeiro de 1890 conduziu-o ao afastamento dos partidos monárquicos e adere ao Partido Republicano. Nesse mesmo processo, foi acompanhado por outra figura que se tornará também importante do lado republicano, Guerra Junqueiro. Como afirmaram Manuel Maria Coelho e João Chagas, na História da Revolta do Porto, produz-se uma súbita incorporação de todo o patriotismo ofendido no Partido Republicano. Adere-se precipitadamente à República, em desagravo, e à República não se pede nem melhor justiça, nem maior liberdade, mas simplesmente, - reparação.
Eduardo de Abreu surge na primeira linha das manifestações realizadas em Lisboa contra o Ultimato Inglês. A sua revolta contra os acontecimentos provocados pela Inglaterra conduzem-no à formação da Grande Subscrição Nacional - Defesa do País onde desempenha papel de relevo na sociedade e na política da época.
[Foto retirada da obra: Rocha Martins, D. Carlos]
[Em continuação]
A.A.B.M.
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