domingo, 5 de outubro de 2008

AS MULHERES E A REPÚBLICA




Os direitos de participação das mulheres na política é uma realidade muito recente em Portugal, só começa a notar-se após a Revolução de 25 de Abril de 1974.

No entanto, como em tudo, houve um precurso que foi percorrido, em que com muito pioneirismo algumas mulheres fizeram ouvir a sua voz na opinião pública reivindicando a sua participação. No dia em que se assinala os 98 anos da implantação da República propomo-nos recordar algumas das figuras que mais se destacaram nesse combate pela sua emancipação e pelos seus direitos.

Desde o início do século XX que, pontualmente, alguns escritos, por influência das inovações que vinham do exterior, procuravam a defesa do sufrágio onde as mulheres pudessem também participar. Pouco a pouco, as mulheres portuguesas começam a ser sensibilizadas para esta questão, porém, é necessário ter em conta que cerca de 70% da população continuava mergulhada no analfabetismo e as grandes afectadas eram sobretudo as mulheres. Cerca de 1907, com a instauração da ditadura de João Franco, as poucas mulheres com instrução iniciam um processo lento e pontual de afirmação de algumas ideias, onde uma das mais importantes era o direito de voto das mulheres.

Neste contexto, Ana de Castro Osório, apresentou no Congresso Republicano, de 1909, uma proposta para os republicanos consagrarem nas suas promessas políticas a questão do voto feminino, porém os congressistas conseguiram protelar a promessa. Após a instauração da República, o Partido Republicano foi colocando entraves a este avanço. Quando, nas Constituintes se discutiu o assunto, Ana de Castro Osório lembra que muitos deputados consideravam o direito de voto das mulheres uma proposta justa, porém, "apenas três tiveram a coragem de publicamente manter as suas afirmações" [in João Esteves, As Origens do Sufragismo Português, Lisboa, Editorial Bizancio, 1998, p. 73]

As pioneiras do sufragismo feminino em Portugal foram, entre outras:

- Adelaide Cabete (1867-1935)
- Alice Moderno (1867-1945)
- Ana de Castro Osório (1872-1935)
- Angelina Vidal (1853-1917)
- Carolina Beatriz Ângelo(1877-1911)
- Emília de Sousa Costa (1877-1959)
- Elzira Dantas Machado (1865-1942)
- Lutgarda Guimarães de Caires (1873-1935)
- Maria Veleda (1871-1955)

e muitas outras que têm ficado no esquecimento...

Saúde e Fraternidade!

A.A.B.M.

2 comentários:

Luís Bonifácio disse...

Uma mão cheia de nada, em suma.

Acabaram por ser a manas Guardiola a conseguirem o "sufrágio" feminino.

Anónimo disse...

Justificar o injustificável