quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
A OFFICINA. SEMANÁRIO DA CLASSE OPERÁRIA
O Partido Socialista nasce a 10 de Janeiro de 1875, através de José Fontana [aliás Giuseppe Silo Domenico Fontana, nascido na Suiça em 1840, tendo-se fixado em Portugal (1865), onde morre em 1876]. Este antigo funcionário da Livraria Bertrand, depois sócio-gerente, participa nas Conferências do Casino, fez parte do Centro Promotor dos Melhoramentos das Classes Laboriosas, foi membro da AIT, funda a Associação Fraternidade Operária [n. 14 de Janeiro de 1872], colabora em inúmeros periódicos ["Pensamento Social", "Federação", "Protesto"] e, indirectamente, intervém na disputa travada no famoso Congresso de Haia de 1872 [via Paul Lafargue, genro de K. Marx, que antes esteve em Portugal a capitalizar apoios] entre a corrente em torno de Karl Marx e o grupo representado por Miguel Bakunine (que é expulso do Congresso).
Curiosamente foi maçon [cf. Borges Grainha, Historia da Franco-Maçonaria em Portugal, 1913, onde é dito que a Loja a que Fontana era obreiro se situava "atrás do Teatro de D. Maria" e cujo "venerável era Silveira da Mota"]. Possivelmente (?) foi iniciado na Loja "Futuro" [o venerável era Silveira da Mota, n.s. Paulo], loja que apoia a cisão que dá origem à Confederação Maçónica Progressista de Portugal.
Os estatutos do jovem Partido Socialista foram "elaborados por Nobre França" [cf. César Oliveira, O Socialismo em Portugal. 1850-1900, Afrontamento, 1973, p. 154]. Fizeram parte da sua direcção, além de José Fontana e Nobre França, Antero de Quental, Azedo Gneco e Tedeschi. De notar que o Centro Operário de Coimbra é fundado a 20 de Outubro de 1881 e a Federação Socialista do Centro, com sede em Coimbra, em 1885.
A Officina. Semanário da Classe Operária [nº1 (1 de Janeiro 1883) a nº ? (1 de Fevereiro de 1891)]. Editado por António Augusto dos Santos; direcção de Pedro Cardoso; colaborador, Heliodoro Salgado. Era o órgão do Centro Socialista de Coimbra. Foi suspenso pelas autoridades [cf. Victor de Sá, Roteiro da Imprensa Operária e Sindical, p. 71], passando a ser (após a Revolta do 31 de Janeiro de 1891) um periódico republicano, com o título "Alarme" [nº1, 4 de Junho de 1891; adm. António Augusto dos Santos; ed. Pedro Cardoso; 70 ns].
J.M.M.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
2 comentários:
No Daily Show, Jon Stewart mostra-se, neste VÍDEO legendado em português, sarcasticamente optimista quanto às promessas de liberdades civis anunciadas por Barack Obama. Este afirmara numa conferência de imprensa que Guantánamo seria encerrada dentro de menos de um ano.
Jon Stewart: Um ano? Não quero ser idiota, mas… é preciso empacotar muita coisa para fechar? Há lá um colchão, alguns Alcorões… Digo-te, a Moiches (empresa de mudanças) faz isso numa tarde.
Num número de ventriloquismo, Stewart entabula um diálogo com o boneco Gitmo [um prisioneiro de Guantánamo]
Jon Stewart: Com mais informações sobre o encerramento desta prisão infame, temos o nosso homem no interior da prisão, o detido de Guantánamo, Gitmo. Muito obrigado por estares connosco, Gitmo, tu já estás preso em Guantánamo há algum tempo. Deve ser um dia feliz para ti.
Gitmo: Gitmo não estar muito satisfeito. Terem dito a Gitmo muitas vezes que ele vai voltar para casa. Gitmo saber ser uma técnica para abalar o Gitmo.
Jon Stewart: Não! A sério, Gitmo, é verdade! O presidente Obama já começou a encerrar Guantánamo. Até já acabou com as técnicas de interrogatório avançadas.
Gitmo: A sério? Então porque é que Gitmo ainda ter mão enfiada no rabo?
Jon Stewart: Gitmo, finalmente estamos a tentar fazer o que está certo.
Gitmo: Está bem. Gitmo dar-vos benefício da dúvida. Mas para onde enviam Gitmo? Não poder libertar Gitmo. Gitmo ser louco agora.
Jon Stewart: Gitmo, ainda estamos a tratar dos pormenores. Mas é uma nova era, Gitmo. Na América deixámos de sacrificar as liberdades civis na guerra contra o terrorismo. O presidente Obama disse isso.
Gitmo: Sim! Gitmo adorar presidente Obama! Finalmente Gitmo ver promessa da América! É um novo começo para todos nós! Sim!
Jon Stewart: Ainda bem que sentes isso, Gitmo. Acho que ultrapassámos a crise. Sabem disso, certo?
Gitmo: Sabes, Gitmo e os amigos de Gitmo continuam a querer matar-vos. Queremos destruir o vosso estilo de vida.
Jon Stewart: Sim, nós sabemos, Gitmo, mas com estes abusos fazemos isso por vocês.
Gitmo: Não estão seguros… Não querem estar seguros?
Jon Stewart: Gitmo, não existe segurança! Façamos nós o que fizermos, a nossa segurança não está garantida. É esse o preço a pagar por uma sociedade livre. Finalmente vamos fazer o que está certo.
Gitmo: Sou muito assustador…
Jon Stewart: Gitmo, isto não tem nada a ver contigo. Não podes definir-nos. Trata-se de não deixar que o medo faça isso.
Gitmo: Correio! [Gitmo entrega uma carta a Jon Stewart que a abre e donde sai um pó branco].
Jon Stewart: Isto é antrax?
Gitmor: Não... Açúcar em pó. Mas não querem bisbilhotar o correio de toda a gente agora?
Jon Stewart: Não. Podemos salvaguardar-nos bem com tácticas inteligentes e legais.
Gitmo: Deixo-vos em paz se me arranjarem virgens…
VÍDEO legendado em português
Pois é!... o dito foi metido na gaveta...
Abraço,
Alvarez
Enviar um comentário