sexta-feira, 24 de abril de 2009
PÁTRIA E LIBERDADE - MAYER GARÇÃO
"Mayer Garção pertenceu à geração que sucedeu ao 31 de Janeiro. Era considerado 'o príncipe do jornalismo'. A República estava na sua fase mais bela, renascia do sacrifício que tingiu de sangue o velho Porto, burguês e capitalista. Mayer Garção surgiu, por volta de 1899, com Fernando Reis, numa publicação de crítica intitulada 'Os Vermelhos'. Tinha apenas 19 anos e já se revelava brilhante. O seu lançamento como jornalista foi quando escreveu 'A Queimar Cartuchos', uma polémica com Silva Pinto, o segundo maior sarcasmo das letras. Mayer Garção, ainda estudante, ataca-o audaciosamente e com tanta bravura, que o escritor da 'Alma Humana', em vez de o derrubar, abriu-lhe os braços com ternura e apadrinha a sua carreira jornalística. Em 1896 funda a revista 'Inferno' com Júlio Dantas, Antero de Figueiredo, José Sarmento, Domingos de Guimarães, entre outros. Três jornais fixaram a sua personalidade: o 'Mundo', a 'Capital' e a 'Manhã'. O jornalista está no auge da propaganda republicana. Escreve as Notas Vermelhas com Afonso Costa e mais tarde Notas à Margem. Em 5 de Outubro de 1910 vive a hora da sua vida, 'aquela em que viu desfraldar pela primeira vez a bandeira verde-rubra'. Estala a primeira guerra europeia. Mayer, na 'Capital' torna-se um dos padrinhos da intervenção. A 'Manhã', de que é director, atravessa períodos difíceis, escrevendo debaixo de balas. É lhe oferecida a direcção de um jornal, com um ordenado tentador. Porém, prefere continuar independente e rebelde, recusando assim a proposta. Faleceu devido a um acidente de viação" [via Artur Portela]
GARÇÃO (Mayer) [n. 18/02/1872 - m. 04/08/1930] — PÁTRIA E LIBERDADE. Conferência realizada no Quartel de Marinheiros, em 11 de Dezembro de 1915, Lisboa, Imprensa Nacional, 1916, 19-I págs. B.
[foto retirada do Catálogo Livros da In-Libris]
J.M.M.
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