quarta-feira, 20 de maio de 2009


REFLEXÃO SOBRE AFONSO COSTA

A Fundação Mário Soares vai levar a efeito amanhã, 21 de Maio de 2009, pelas 18,00 h uma actividade de reflexão sobre Afonso Costa, a propósito do Centenário da República, com intervenções de Fernanda Rollo (em representação do Presidente da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República), António Reis, Fernando Rosas, e Mário Soares.

Afonso Costa foi uma das personalidades mais controversas da República. Considerado geralmente um radical, com ideias demasiado avançadas para o seu país no tempo. Foi um dos principais responsáveis pelo desmantelamento do decadente regime monárquico e isso custou-lhe a prisão e, mais tarde, o exílio no estrangeiro, pois assumiu-se também como um dos principais críticos do salazarismo.

Imputam-se-lhe responsabilidades na legislação mais polémica publicada pelo regime republicano. Para muitos um herói, para outros alvo de um ódio de estimação que se arrastou ao longo do tempo, em particular por ser responsabilizado pessoalmente pela intervenção de Portugal na 1ª Guerra Mundial e depois por ter abandonado os soldados portugueses na frente de batalha.

Advogado respeitado, político temido e um estadista que Portugal necessita conhecer com maior detalhe e com o distanciamento que for possível, em relação a algo que, todos temos consciência, será polémico. O Prof. Oliveira Marques publicou, há bastante tempo, uma parte significativa da sua correspondência política (até ao 5 de Outubro de 1910), seria muito importante dar continuidade a essa tarefa para o período da República. Conhecer as estratégias, os contextos, as razões mais profundas, os segredos que se escondiam por entre cada decisão.

Esperamos e desejamos que, aproveitando o ensejo das Comemorações do Centenário da República, surjam novas abordagens, documentos e testemunhos sobre a acção de um dos homens que, quer se goste ou não, foi um dos estadistas portugueses que mais polémica provocou no seu tempo. Por outro lado, muitas das suas ideias acabaram por vingar e por chegar até aos nossos dias.

A.A.B.M.

Sem comentários: