segunda-feira, 13 de julho de 2009


FRANCISCO GONÇALVES VELHINHO CORREIA (Parte II)

Encontramo-lo ligado à Liga Nacional da Instrução tendo participado na primeira Festa da Árvore, realizada no Seixal em 26 de Maio de 1907. Esta iniciativa, foi muito apoiada pelos Republicanos e pela Maçonaria. Nesse ano realiza uma conferência na Sociedade de Geografia, da qual era associado, intitulada O Ensino e a Educação em Portugal que viria a ser publicada como se refere adiante [João Carlos Paulo, “Francisco Gonçalves Velhinho Correia”, Dicionário de Educadores Portugueses, Dir. António Nóvoa, Asa, Porto, 2003, p. 398-399.] Na Sociedade de Geografia ocupou as funções de presidente da Sub-secção de Estudos de Olivença, no início da década de 1920.

Esteve durante algum tempo em Macau, por onde foi eleito deputado entre 1915 e 1917. Foi professor no Liceu Nacional de Macau, no sexto grupo. Nessa situação conheceu e contactou com a elite da região como Camilo Pessanha, com quem estabelece alguns laços de amizade. Colaborou com o jornal Progresso de Macau, onde publicou um artigo intitulado O Dr. Pessanha em Singapura. Notícias de Portugal. Nele referia a desilusão do poeta em relação a Portugal pois não tinham recebido ou valorizado os objectos que o poeta tinha oferecido para o Museu das Janelas Verdes.

Em 1917, apresenta um trabalho para o concurso de professor de Colonização da Escola Colonial, intitulado Problemas económicos e coloniais: uma carreira portuguesa de navegação para o Oriente, em 1919 para a nomeação definitiva regendo a cadeira de Estatística e Informações Coloniais (8ª cadeira), permanecendo na Escola até 1943, onde chega a exercer funções de direcção ainda que por um curto período de tempo (1942-1943).

Quando esteve no governo, ocupando a pasta das Finanças, em 1923, procurou aplicar um conjunto de medidas visando a redução do deficit orçamental. Porém, as suas medidas foram fortemente criticadas e surgiram mesmo algumas contrapropostas que Velhinho Correia considerou inaceitáveis e abandonou o cargo. [Fernando Mendonça Fava, Leonardo Coimbra e a Primeira República. Percurso Político e Social de um Filosofo, Coimbra, Imprensa da Universidade, 2008, p. 113].

Em 1930, publicou um conjunto de artigos no Diário de Notícias onde apresentava uma teoria critica da doutrina económica subjacente ao Acto Colonial [24-05-1930; 31-05-1930; 11-06-1930].

Em 1938 apresentou uma conferência na Sociedade de Geografia de Lisboa intitulado A Lição de Sagres.

Um outro pequeno apontamento sobre Velhinho Correia e a ligação com a Maçonaria refere-nos que ele foi venerável da Loja Solidariedade, em Lisboa e da Loja Lacóbriga, nº 326, em Lagos.

Publicou:
- O ensino e a educação em Portugal, Lisboa, Livraria Clássica Editora de A.M. Teixeira, 1907.
- Problemas económicos e coloniais: uma carreira portuguesa de navegação para o Oriente: sua influencia na economia do país, Lisboa, Livraria Ferreira, 1916.
- Navegação Colonial (Relatório da Cadeira de Estatística e Informações Coloniais), Lisboa, 1921.
- Navegação nacional : extracto d´um relatório, Anuário da Escola Superior Colonial, (1922-1923), Lisboa, p. 59-113
- A semana do escudo: artigos e conferencias, Lisboa, Of. Gráf. de O Rebate, 1924.
- Situação Económica e Financeira de Portugal. Elementos de Informação e Estatística, Lisboa, Imprensa Nacional, 1926, IV vols.

Colaborou ainda em diversas publicações, jornais e revistas como:
- Vanguarda, Lisboa, 1890-1911;
- Progresso de Macau, Macau, 1915;
- Diário de Notícias, Lisboa, 1930;
- Diário de Coimbra, Coimbra, 1930 -;
entre outros títulos.

A.A.B.M.

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