segunda-feira, 17 de agosto de 2009
JOÃO FIEL STOCKLER (Parte I)
Nasceu a 7 de Setembro de 1876 no Monte da Caparica, Almada, filho de Miguel Stockler e Carolina Canelhas Stockler.
O pai de João Fiel Stockler, tinha um estabelecimento comercial em Lisboa, onde se realizaram importantes reuniões de preparação para a revolução republicana.
Alistou-se como voluntário na Armada em 31 de Outubro de 1892. Seguiu a carreira da Marinha, realizando as promoções a guarda-marinha (30-10-1895), segundo tenente (28-07-1898), primeiro tenente (11-07-1910), capitão-tenente (05-10-1910) e capitão de fragata (29-08-1917). Comandou diversas embarcações da marinha de guerra portuguesa e efectuou comissões de serviço em diversos pontos do País e nos antigos territórios ultramarinos portugueses, em especial no Oriente (Moçambique e Índia).
Em 1908, João Fiel Stockler foi transferido da canhoneira Lagos, onde era imediato, e transitou para a corveta Duque de Palmela, onde passou a exercer as funções de instrutor da Escola de Alunos Marinheiros do Sul. Em 1915, já capitão-tenente, era comandante do cruzador República, que naufragou ao lago da praia da Consolação, em Peniche, tendo sido julgado em conselho de guerra onde foi absolvido. Desempenhou depois as funções de secretário do Conselho Superior de Disciplina da Armada em 1916. No ano seguinte, foi exonerado do comando do vapor Moçambique e foi nomeado para servir na Índia, onde assumiu o comando dos portos daquele antigo território português, onde permaneceu entre 1917 e 1923. Foi depois nomeado primeiro comandante da Escola de Recrutas da Armada entre 1923 e 1924.
Desempenhou missões para outros ministérios, destacando-se a acção desenvolvida para a Direcção Geral das Colónias.
Foi um dos principais organizadores da Carbonária no Algarve no período prévio à implantação da República, mas encontrava-se já em Lisboa quando se iniciou a revolta que conduziu à implantação da República. Desempenhou um papel importante nos acontecimentos da noite de 4 para 5 de Outubro de 1910, conforme o refere Machado Santos no seu relato dos acontecimentos.
Foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo círculo de Faro, em 1911. Em 1912 foi nomeado para fazer parte de uma comissão técnica para requisição de navios. No ano seguinte, foi nomeado para a comissão encarregue de estudar a reorganização da Escola Prática de Artilharia Naval e indicar o local mais apropriado para a instalação da Escola de Torpedos.
Por despacho de Setembro de 1916 foi nomeado para o cargo de Secretário Superior de Justiça da Armada.
Quando esteve na Índia, foi nomeado para presidir à comissão encarregue de proceder ao estudo do plano geral das obras a realizar com a rede de canais de irrigação, melhorar os canais de navegação e construir e reparar desembarcadouros. Foi ainda nomeado pelo Governador Geral da Índia, Director do Museu de Arte Religiosa, que setinha criado no Convento do Bom Jesus. Foi também nomeado a exercer as funções de vice-presidente do Conselho do Governo do Estado da Índia. A seu pedido, foi exonerado do cargo de Presidente da Comissão Administrativa da Casa da Misericórdia de Goa, tendo recebido um louvor pela forma criteriosa e dedicada como desempenhou as suas funções.
[Em continuação]
Nota: Um particular agradecimento ao Prof. Doutor António Ventura pela cedência da fotografia que apresentamos.
A.A.B.M.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário