domingo, 11 de outubro de 2009
O MAÇON AURÉLIO PAZ DOS REIS (1862-1931)
"... Sob o ponto de vista associativo, Aurélio Paz dos Reis era, em 1882, com apenas vinte anos de idade, membro da Comissão Executiva dos Empregados do Comércio. Em 1893 abriu a sua casa comercial, a Flora Portuense, na Praça de D. Pedro (...)
Sob o ponto de vista político a cidade fervilhava, tendo como centros de debate os cafés e as Lojas maçónicas. Dos cafés, destacava-se o Lisbonense, mas também o Central, o Suíço da Praça ou o Guichard, os quais se assumiam também como locais de encontro da elite intelectual portuense e cuja importância social foi fundamental para a dinâmica da cidade na mudança de século. Republicano assumido, Aurélio Paz dos Reis esteve envolvido na revolta de 31 de Janeiro de 1891 vindo, por isso, a ser julgado em Conselho de Grerra e posteriormente absolvido.
Paz dos Reis, desde cedo desenvolveu uma forte consciência de dever cívico, expressa nas inúmeras organizações a que esteve ligado ou nos recortes de jornais que compilava e cujos assuntos levava para discussão em Loja. É também esse sentido cívico que o leva a integrar a Associação de Protecção à Infância Desvalida, a ser sócio fundador da Associação Portuguesa do Asilo de S. João e a ser director do Ateneu Comercial.
Aurélio Paz dos Reis foi iniciado na Loja Honra e Dever, em 1889, uma Loja que surgira da mudança de nome da Loja Pátria e Família um ano antes, tendo então adoptado o nome simbólico de Homero. Em 1895 filiou-se na Loja Ave Labor e em 1901 transitou para a Loja Liberdade e Progresso, na qual se manteve até à data da sua passagem ao Oriente Eterno.
Vice-secretário da Câmara Municipal, vereador em 1919 e em 1921/22, vice-presidente e presidente em 1923, Aurélio Paz dos Reis demonstra conhecer bem os anseios e as necessidades do Porto.
Aurélio Paz dos Reis faleceu na sua cidade à beira do Douro em 18 de Setembro de 1931, vítima de congestão cerebral. Deixou uma obra artística e fotográfica notável, deixou igualmente o seu nome ligado a introdução do cinema em Portugal e afirmou-se como um cidadão interventivo e defensor de um conjunto de valores caros à Maçonaria. Aurélio Paz dos Reis, que sempre se afirmou como republicano e livre pensador, dizia "sou livre pensador, penso; sou republicano: falo." [ler o texto completo AQUI]
por José Relvas (n.s.), in revista Grémio Lusitano, nº 12, Dezembro de 2007, pp. 68/69 [sublinhados, nossos]
J.M.M.
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