sexta-feira, 21 de maio de 2010

HERMANO NEVES - COMO TRIUNFOU A REPÚBLICA



"A Livraria Letra Livre acaba de editar numa edição fac-similada um dos mais interessantes livros sobre a Revolução Republicana de 1910. O livro «Como Triumphou a Republica» foi publicado pelo jornalista Hermano Neves logo após a Revolução, ainda em 1910, tendo tido então algumas reedições. A obra não voltou a ter qualquer edição nas décadas seguintes. Esta obra detalha a participação popular nos acontecimentos que levaram à derrubada da monarquia muitos dos quais raramente referidos na restante historigrafia da Revolução republicana.

A nova edição é prefaciada pelo Professor António Ventura.

LIVRO: Como Triumphou a Republica. Subsidios para a História da Revolução de 4 de Outubro de 1910 - Hermano Neves, Letra Livre (reed.), Lisboa, 2010, 143 p.

J.M.M.

6 comentários:

Almanaque Republicano disse...

Temos de volta o boticário Ega. Ressurgiu o rapaz, vincando novamente carta patente d'outros. Sem cerimónias invade coisa alheia e traz consigo historietas grotescas e mal-amanhadas. Ok!

Diga lá, escrevinhador Ega, em que é que o seu levantamento jornaleiro (e de outrem) tem a ver com a nossa insuspeita posta. Não se compreende! Aliás, ao que parece a inteligência em si é retardatária.

Que raio de assombro (ou paranóia) é o seu (e do seu redil) para sacar da trombeta doutrinária e bramir o arrocho, muito pouco fidalgo diga-se, para intempestivamente entrar em casa alheia (séria e de boas famílias) afirmando comoções buliçosas, literatura barata e picarescas “estórias” que não conhece, nunca estudou, por delírio, ignorância e fundamentalismo pio?

Acaso o charameleiro Ega – sublimado à figura do Botas de S. Comba e tão lacrimante relativamente ao Estado Novo – tem ideia do terreno fértil onde o monarquismo (do fascista ao liberal) navegou nos tempos do Sidonismo (ou República Nova)? E de como esses curiosos “defensores do trono” apoiaram a ditadura sidonista, assumindo (sempre!) o Dezembrismo como o exercício autoritário do poder, anti-democrático, anti-parlamentar e anti-liberal e que permitiu que conhecidos azuis e brancos abraçassem a ditadura (como antes o pimentismo), como mais tarde o golpe militar de 28 de Maio e o Salazarismo? Não teve notícias, mesmo que em espírito, dos movimentos monárquicos contra a República: o de 29/09/11, seguido da incursão da Galiza de 5 de Outubro, e depois 3/07/12, como a tentativa pífia de Azevedo Coutinho (21/10/13), depois o pronunciamento de Mafra (20/10/14)? Não conhece os trechos rutilantes de Manoel Valente (“A Contra Revolução Monárquica”, 1912), onde a pusilanimidade e a cobardia estão por todo o lado? Desconhece os dizeres de Pereira de Sousa (“No julgamento de Couceiro”)? Ou a copiosa livralhada de manifesto apoio germanófilo, dos caixeiros azuis e brancos?

Acaso o nosso prosista, por ora transfigurado em impiedoso “democrata”, nunca leu o “Dia”, “A Pátria”, “A Monarquia”, o “Diário Nacional”, o “Comércio de Viseu”, “O Liberal”, a “Ideia Nacional”, “A Restauração” ou o diário “Revolução”? Será que inefável Ega (quanto o autopsiador JT) não lê Alfredo Pimenta, Hipólito Raposo, António Cabral, Paiva Couceiro, Rocha Martins, Luís de Magalhães, Cunha e Costa, Homem Christo Filho, Canto e Castro, António Sardinha, Aires de Ornelas, Alberto de Monsaraz, António Teles de Vasconcelos, José Fernando de Sousa (Nemo), Visconde do Banho, o Visconde de Porto da Cruz, João do Amaral, Pequito Rebelo, João do Ameal, Teófilo Duarte, Xavier Cordeiro, Manso Preto, Jorge Camacho, Pereira de Sousa, Rolão Preto, etc., etc? Acaso o trivial Ega não consegue entender a apostasia dessa gente (adesivos uns, outros nem por isso) e de como abraçaram a contra-revolução, o reaccionarismo e (muitos mesmo!) o fascismo?

Evidentemente que não! Se não o seu “talento” seria outro e, assim expurgado, teria entendido que a sua desagradável (quanto leviana) prosa & as suas quimeras são de péssimo gosto, numa casa que, como a nossa, se quer séria e de companhia. Trate, pois, de estudar a “sebenta”, com esforço e com alma, para granjear aprumo e deixe de ser intrometido.

Passe bem!

J.M.M.

Anónimo disse...

Obrigadinho, ó rapaziada!
Isso é que é ética dialogante. Falavamos nós dos 48 anos de República santacombista, portanto.

Levo daqui o v/ recado para o Corta Fitas. à consideração de todos.
Gratissimo, uma vez mais, disponham sempre da minha botica que o remédio cura tudo.

J. da Ega

Anónimo disse...

E já agora, rapaziada, levem lá mais estes rebuçados para a tosse da minha botica, com resultados muito melhores do que os da banha da cobra.
Apareçam também no «Centenário da República». Discutimos lá ideias, monárquicos e republicanos, livremente e de portas abertas. Só é proibido macaquear a verdade dos factos.
Não se incomodem: eu bato a porta ao sair.

J. da Ega

Já antes de 1926 o executivo exerceu, repetidamente, o poder de forma autoritária. Daí não espante a "Revolução Nacional" haja sido genéricamente bem acolhida, porquanto de quase todos era desejada a ocorrência dos "governos fortes". Até pelos do "reviralho" Um dos mais próximos colaboradores de Salazar, Quirino de Jesus, vinha da esquerda radical da primeira metade da Décade de 20.
Em 1933 surigiu, entretanto, a nova Constituição da República Portuguesa. «Conservar-se-iam a bandeira, o hino e os feriados escolhidos pelo governo provisório em 1910. Mantinham-se a separação republicana da Igreja e do Estado e a enumeração liberal dos direitos e liberdades, bem como os princípios da igualdade de todos os cidadãos perante a lei, divisão de poderes e indepêndencia dos magistrados. (...)
Os elementos propriamente políticos eram os mesmos de sempre: um chefe de Estado, um Governo e um parlamento. (...) um presidente da República eleito por sufrágio directo e individual para um mandato de sete anos. (...) o presidente dispunha de um Conselho de Estado como orgão consultivo, nomeava e exonerava livremente o chefe do Governo e podia dissolver ou interromper o parlamento (...) o chefe do Governo era o único responsável pela governação, mas só respondia perante o presidente. A Assembleia Nacional, eleita cada qutro anos por sufrágio directo, era apenas um orgão de debate político, que discutia e votava as leis e o orçamento proposto pelo Governo (...). Na prática, tudo isto servia para fazer Salazar depender unicamente de Carmona, como durante a Ditadura Militar. O chefe do Governo era o "verdadeiro e efectivo detentor do poder" - mas do "ponto de vista formal, o presidente da república permanece a pedra angular do regime".
O condicionalismo da vida pública não estava na Constituição, que até reconhecia "o direito de resistência às ordens que violem as garantias individuais", mas na legislação reguladora das liberdades, a qual instituiu a censura prévia à imprensa, fez reuniões e associações dependerem da autorização do Governo, e reservou a actividade política legal a uma associação cívica, chamada União Nacional (UN)».
Fonte: «História de Portugal», Rui Ramos, Bernardo Vasconcelos e Sousa, Nuno Gonçalo Monteiro, ed. «A Esfera dos Livros», pág. 632.

Publicada por João Afonso Machado em Sábado, Maio 22, 2010 1 comentários

João Távora disse...

É impossível discutir preconceitos e insultos: a forma como o DR José Manuel Martins desvaloriza o meu texto e me tenta reduzir revela-o mais a si.

Cordiais cumprimentos

Marquesa de Carabás disse...

Venho até aqui, através do Corta Fitas.
República é uma opção de regime, Monarquia é outra. São ambas válidas e ambas devem ser respeitadas.
Se argumentos há a esgrimir de um e do outro lado, que sejam feitos de forma civilizada e a partir de duas permissas que me parecem importantes:
A cabal informção e o respeito mútuo.
Porventura os países da Europa onde o regime é uma monarquia são menos validos por isso? os dados não o demonstram.
Ficou mal na fotografia este almanaque republicano e, quem assina o texto de resposta ao comentador Ega.



Cumprimentos,




Marquesa de Carabás

Anónimo disse...

Então esta é que é a casa séria onde se brame o arroxo e se brande como os elefantes?
Isto mais parece o antro dos Miseráveis do Victor Hugo (Azevedo Coutinho).
Saio já daqui!


M. Figueira