quinta-feira, 28 de outubro de 2010

BUSTOS DA REPÚBLICA - SELOS


"A figura feminina como representação simbólica da República teve enorme divulgação nos primeiros tempos do novo regime político implantado em Portugal em 1910. Com efeito, o busto da República tornou-se mesmo um dos seus símbolos com maior visibilidade, sobretudo quando, a partir de 1912, passou a ser obrigatória a sua colocação em repartições e edifícios públicos e ao ser adoptado, como efígie, para figurar em moedas de grande circulação.

Embora existam muitas versões artísticas de bustos da República, os mais conhecidos e difundidos foram os que obtiveram o 1.º e o 2.º lugares num concurso promovido pela Câmara Municipal de Lisboa, em 1911, com o objectivo de se escolher aquele que deveria passar a ser o «busto oficial». São seus autores, respectivamente, os escultores Francisco dos Santos (1878-1930) e Simões de Almeida Sobrinho (1880-1950).

Os Correios Portugueses, que desde 2007 têm vindo a evocar em selo alguns dos temas mais representativos da efeméride que o País celebra em 2010, propuseram a artistas contemporâneos que efectuassem uma reinterpretação livre do busto tradicional da República. A presente emissão traduz o resultado de tal repto (com reprodução das criações artísticas da autoria de André Carrilho, Bento Condado, Costa Pinheiro, João Abel Manta, João Machado, Júlio Pomar e Luís Macieira), e inclui ainda uma cópia da peça «histórica», assinada por Francisco Santos, vencedor do concurso público de 1911. Embora tenha caído em desuso, o busto da República ainda hoje é interpretado como personificação do regime republicano, evocando espontaneamente os seus valores e mais nobres ideais, sintetizados no lema-programa inspirador da Revolução Francesa: liberdade, igualdade, fraternidade. Aliás, a própria escolha da figura feminina como imagem representativa da República e da Mãe Pátria, se bem que com origens mais longínquas, remete para o exemplo francês, inclusive na adopção dos seus atributos, designadamente o barrete frígio e o ramo de louros, ícones da Liberdade e da Vitória e também eles de ressonâncias históricas remotas
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J.M.M.

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