domingo, 28 de novembro de 2010
JOÃO FRANCISCO CARREÇO SIMÕES (1893-1954)
João Francisco Carreço Simões "nasceu em Casa Branca (Sousel) a 30 de Agosto de 1893, filho de José Francisco e de Joaquina Inácia. Aos 11 anos foi trabalhar para a freguesia da Granja, Mourão, como empregado do comércio, e depois para Évora, de onde passou para Estremoz, como empregado de escritório na Casa Barbosa & Irmão.
Com a morte do principal sócio, Constantino Barbosa, Carreço Simões tornou-se sócio maioritário e depois no único proprietário e gerente, passando a empresa a designar-se Barbosa, Irmão & Suc. Associou-se a Máximo José da Rocha [1868-1940, nascido, também, em Casa Branca; maçon, foi iniciado no triângulo nº 115 do REAA, de Veiros, com o n.s. 'Napoleão', sendo um dos fundadores, a 19 de Março de 1911, da Loja Emancipação nº 323] para explorar uma fabrica de moagem e energia eléctrica [Fábrica de Moagem e Electricidade, fundada em 1916, em Estremoz], sendo-lhe concedida ate 1930 a concessão do fornecimento de electricidade a Estremoz.
Republicano desde os tempos da propaganda, foi amigo de António José de Almeida, que apoiou politicamente. Vice-Presidente da Câmara Municipal de Estremoz após a proclamação da Republica, com o pelouro dos Expostos, Beneficência e Instrução. Fez parte da Comissão Distrital de Évora do Partido Republicano Nacionalista.
Iniciado em 7 de Maio de 1911 na Loja Emancipação nº 323, do REAA, de Veiros, com nome simbólico desconhecido. Deixou a obediência do G.O.L.U. em 1 de Novembro de 1914 com a Loja"
[NOTA: A Loja Emancipação, de Veiros, foi "abatida" ao quadro das Lojas do GOLU a 9 de Novembro de 1914 – cf. José Bernardo Ferreira, 'Maçonaria Universal', Lisboa, 1921, p. 154. Curiosamente, surge no decorrer da crise que, nesse ano, envolveu o Supremo Conselho do 33º Grau do REAA e o Grão-Mestre do GOLU, à volta do novo projecto de Constituição Maçónica (publicada, justamente, no dia 9 de Novembro). Considerava o Supremo Conselho que, pelo projecto, se estava a quebrar o pacto federativo (entre os diversos ritos) de 1869, pelo que retomaria a sua 'autonomia e independência' – ibidem. Na verdade, a 14 de Agosto, o Supremo Conselho elege como Soberano Grande Comendador Luís Augusto Ferreira de Castro (cargo abandonado por Sebastião Magalhães Lima) e como Grande Orador, André Joaquim de Bastos (cargo vago pela demissão de José Pinheiro de Melo). E, nesse mesma data, declara que 'reassume a sua autonomia' – ibidem -, constituindo o Grémio Luso-Escocês, correspondente a 'mais de um terço do povo maçónico português' (cf. A.H.O.M., 'A Maçonaria Portuguesa e o Estado Novo', 1975, p. 49). Curiosamente 'este grupo apoiou Sidónio Pais em 1917-1918, enquanto o Grande Oriente foi perseguido' (ibidem). Por sua vez, a 9 de Novembro é publicada a nova Constituição, 'baseada numa Confederação de Lojas, e declarando dependente destas (art.39º) os Capítulos, Conselhos e Consistórios, e subordinando ao Conselho da Ordem e à Grande Dieta as Câmaras Chefes de todos os Ritos, inclusive o Supremo Conselho do Grau 33º' – José Bernardo Ferreira, p. 154. Deste modo, O Supremo Conselho cinde-se em dois, e só em 1926 (ou melhor, em 1928-29) foi restabelecida 'a sua plena autonomia' e 'unidade do Supremo Conselho' (ver Dicionário de Maçonaria, de A.H. de Oliveira Marques, vol. I, col. 1401-1402)]
Morreu, João Francisco Carreço Simões, a 13 de Marco de 1954 em Estremoz"
in António Ventura, A Maçonaria no Distrito de Portalegre (1903-1935), 2007 [aliás in "Da Vida que passa", Brados do Alentejo, n.º 1186, 21 de Marco de 1954, pp. 1 e 3]
J.M.M.
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