sábado, 19 de fevereiro de 2011

MANUEL GOULART DE MEDEIROS – NOTA BREVE


Manuel Goulart de Medeiros nasce a 24 de Março de 1861, na cidade da Horta (Ilha do Faial). Era filho do conselheiro Venâncio de Medeiros Júnior e de Maria Alexandrina Goulart de Medeiros [cf. As Constituintes de 1911 e os seus Deputados, Livraria Ferreira, 1911, p.195]. Estuda no liceu da Horta, tendo participado no primeiro jornal editado pelos estudantes desse liceu, "O Lyceu da Horta" [ler AQUI] e, depois, inscreve-se na Escola Politécnica, em Lisboa.

Pertenceu à arma de artilharia, tendo assentado praça a 30 de Outubro de 1880, terminando o seu curso em 1882. Nesse ano, defendendo já ideias liberais e republicanas, e ainda estudante, integra a comissão promotora das comemorações do Centenário do Marquez de Pombal. Curiosamente, era filho de um importante monárquico e chefe do partido Progressista da ilha do Faial. De referir, ainda, que, em 1879, fez parte do Centro Republicano Federal de Lisboa [juntamente com Carrilho Vieira, Teixeira Bastos, Manuel de Arriaga, entre outros], o que explica a sua adesão ao ideário federalista. É promovido a alferes em 1883, a tenente em 1885, a capitão (em Angra do Heroísmo) em 1892 e a major em 1909 [ibidem].

Como capitão, desenvolve já um trabalho de interesse em prol da instrução pública, propagandeando ideais democráticos [cf. Dicionário dos Educadores Portugueses, p. 908]. Com a implantação da República é eleito deputado às Constituintes pelo círculo nº 49, da Horta, participando na proposta de projecto de Bases para a Constituição da República Portuguesa, dando primordial importância às medidas em prol da instrução pública, ao mesmo tempo que aí assumia posições ideológicas federalistas. Foi, posteriormente senador (1911-1915) e assumiu a vice-presidência e a presidência do Senado.

É iniciado [ler AQUI] na Loja "Amor da Pátria" [Loja do RF, inicialmente dentro da Confederação Maçónica Portuguesa, transitando para o G. O. Português e, deste, para o GOLU, em 1869 – cf. Dicionário de Maçonaria Portuguesa, de A. H. Oliveira Marques, vol I]. Em 1911 é obreiro da Loja "Livre Exame", nº 200 de Lisboa [Loja do REAA instalada em 1897 e que cindiu do GOLU em 1914, acompanhando a dissidência do Supremo Conselho do Grau 33, tendo abatido colunas em 1928 – ibidem, vol II]. Escolhe como n.s. o de "Gomes Freire". Alcançou o cargo de Presidente do Conselho da Ordem Interino do GOLU, em 1913.

No governo de Pimenta de Castro, Goulart de Medeiros era membro do Partido Unionista, ocupa o lugar de Ministro de Instrução [de 25/01/1915 a 14/05/1915 – cf. Dicionário dos Educadores, ibidem]. Deve-se-lhe a reorganização do ensino secundário da agricultura, das suas escolas profissionais. Foi administrador, pelo governo [provisório da República], na Companhia dos Caminhos de Ferro e fez parte da comissão "encarregada de estudar a reorganização geral do exército". Foi, ainda, presidente da Assembleia-geral da Casa dos Açores, em Lisboa. Goulart de Medeiros atingiu o posto de coronel, passando à reserva em 1919.

Morre, em Lisboa, a 18 de Fevereiro de 1947.

J.M.M.

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